Mesmo
nos casos em que o controle da natalidade se imponha como absolutamente
necessário, só são escusáveis os usos que objetivem impedir a concepção, nunca
a interrupção da gravidez, pois, salvo uma única hipótese, isto constitui
crime, e dos mais nefandos, por não dar à vítima qualquer possibilidade de
defesa.
Lamentavelmente, desde as mais priscas eras, este tem
sido o recurso escolhido pela maioria da humanidade para frustrar os nascimentos
não desejados.
Apurou-se recentemente em diversas regiões
brasileiras, e acreditamos tal aconteça no mundo inteiro, que em cada três
casos de gravidez, dois são interrompidos pelo aborto provocado, e o que é de
estarrecer, não raro, depois do quarto mês.
Essa prática, conquanto se inclua entre as
contravenções penais de todas as nações civilizadas, comumente fica impune pela
justiça terrena, o que equivale a um tácito consentimento.
O espiritismo esclarece-nos que a provocação do
aborto só não é considerada culposa, quando o ser em formação ponha em perigo a
vida de sua mãe. Nesta circunstância, é preferível sacrificar o primeiro e não
a segunda, optando, entre dois males, pelo menor.
Fora disso, porém, os atentados à vida fetal
acarretam, sempre, terríveis consequências, tanto neste mundo como no outro.
Um médico do Mundo Maior nos diz: “A mulher que o
promove ou que venha a coonestar semelhante delito é constrangida, por leis
irrevogáveis, a sofrer alterações deprimentes no centro genésico de sua alma,
predispondo-se geralmente a dolorosas enfermidades, com as quais, muita vez,
desencarna, demandando o Além para responder, perante a Justiça Divina, pelo
crime praticado.” (André Luiz – Ação e Reação)
Não terminam aí, todavia, os funestos resultados do
aborto provocado.
Espiritualmente, os reflexos da criminosa
irresponsabilidade dos pais, rechaçando aqueles que deveriam retornar à carne,
com os quais, não raro, haviam assumido sagrados compromissos, são ainda mais
de temer.
Sentindo-se roubados, ou traídos, essas entidades
passam a votar profundo ódio aos que se recusaram a recebê-los em novo berço e,
quando não lhes infernizam a existência terrena, em longos processos
obsessivos, aguardam, sequiosos de vingança, que façam o trespasse, para então tirarem
a forra, castigando-os sem dó nem piedade.
Talvez haja quem indague: e a Providência Divina
permite fiquem os que fugiram ao cumprimento de suas obrigações, à mercê da
sanha desses espíritos vingativos?
Sim, permite, porque cada um precisa carpir seus
próprios erros, sem o que jamais aprenderiam a respeitar, como deve, as leis de
Deus.
Do Livro: As Leis
Morais – Rodolfo Calligaris
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