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CONHEÇA O ESPIRITISMO - blog de divulgação da doutrina espírita


sábado, 30 de abril de 2011

NOSSO LADO SOMBRA

            Cantos ensombreados, salas nubladas, sótãos escuros, porões enegrecidos podem ser excelentes metáforas para entendermos os departamentos íntimos da nossa casa mental – nosso “lado sombrio”. Todos temos aspectos escuros, dissimulados, reprimidos e ignorados.
            Disse o Dr. Carl Jung: “Todo homem tem uma sombra e, quanto menos ela se incorporar à sua vida consciente, mais escura e densa ela será. Desse modo, ela forma uma trava inconsciente que frustra nossas melhores intenções. E, disse em outra ocasião: “Aquilo que não fazemos aflorar à consciência aparece em nossas vidas como destino”.
            Se tomarmos consciência exata de tudo aquilo que está dentro de nós, encontraremos salvação e bem-estar; no entanto, se desconhecemos e não expressamos o que está em nossa intimidade, então encontraremos destruição e insanidade
            Na antiguidade e na idade média, os demônios serviram de bode expiatório para toda sorte de impulsos e emoções deploráveis dos seres humanos. A concepção medieval era simplista: acreditava-se que todo e qualquer pensamento ou ação era proveniente de agentes malignos, não se admitindo que as denominadas possessões pudessem ser também desordens ou desequilíbrios emocionais que surgiam da área mais escura e negada  de nós mesmos – a nossa sombra pessoal.
            É freqüente acreditarmos que existe somente a sombra de desvirtude – faces inaceitáveis da nossa personalidade, que negamos e que nos causam embaraços. Esses são impulsos que não queremos mostrar ao mundo nem a nós mesmos. Entretanto, há também uma sombra de luz – um lugar onde enterramos nossa autenticidade, potenciais e aptidões inatas; há deuses embrionários dentro de cada ser humano esperando o desenvolvimento.
            Por analogia, a sombra é uma “mochila” que levamos nas costas e que; quase nunca é vista claramente. Nela está tudo aquilo que não vemos e não admitimos em nós mesmos. Uma vez levada à luz da consciência, dela emergem as nossas facetas ocultas.
            As áreas sombrias da psique apenas são escuras quando dissimuladas e reprimidas; quando retiradas do fundo do abismo do reino interior, encontramos suas funções latentes e seus valores não manifestados; aí então ficamos integrados.
            Nós achamos que somos maus, no entanto somos apenas ignorantes.
            Nós achamos que temos um interior inadequados, no entanto temos um jeito de ser único.
            Nós achamos que deveríamos ser perfeitos, no entanto somos apenas seres em desenvolvimento espiritual.
            Nós achamos que somos anormais, no entanto somos apenas criaturas vivenciando a normalidade da imperfeição humana.
            Tudo que é muito escondido um dia emerge abruptamente. Nosso lado sombrio, quando aceito, pode se corporificar em forma de liberdade, saúde e serenidade.
            Devemos viver como se fôssemos um livro aberto. Não queremos dizer  com isso que precisamos viver escancarados para o mundo, mas que, se fechados, ficaremos impossibilitados de nos vermos claramente.
            Deus não quer que vivamos os anseios e os projetos de vida dos outros, e sim que concretizemos nossas propostas e anseios existenciais. Nosso movimento interno ou inclinação natural são os motivadores que nos incitam à realização pessoal. E, fora de nossa realização pessoal, não há felicidade, paz e alegria de viver.
            O fato de negarmos a nós mesmos nos impede a liberdade de viver de forma legítima, sincera e verdadeira. Os aspectos internos que mais tememos podem ser o meio de acesso para a solução que estamos procurando ou a idéia-chave para nossos conflitos.

Do livro: UM MODO DE ENTENDER, UMA NOVA FORMA DE VIVER

Francisco do Espírito Santo Neto – Espírito Hammed


sexta-feira, 29 de abril de 2011

EDUCAÇÃO PARA A CORAGEM

            A coragem é a intrepidez que se desenvolve no ser humano, a fim de poder realizar os enfrentamentos com decisão e altruísmo, mantendo a firmeza de espírito em qualquer circunstância, entre outras definições.
            Resultado de uma boa orientação espiritual, a coragem dignifica e eleva o espírito, trabalhando as suas necessidades e desenvolvendo os atributos que necessitam de expansão.
            Difere da impetuosidade que caracteriza a predominância do instinto, demonstrando a grandeza dos sentimentos que não temem, que não recuam diante da dificuldade.
            Essa característica é a marca primorosa dos heróis em todos os campos do comportamento humano.
            O ser de coragem arrosta as conseqüências das suas decisões sem temor da injúria e da perfídia dos outros, confiando nas possibilidades de que dispõe para atingir a meta que estabelece.
            A coragem deve ser desenvolvida no lar, desde os primeiros fenômenos reativos da personalidade infantil, a fim de selecionar dentre os impulsos do primarismo os sentimentos de afirmação, orientando os de elevação ético-moral, de forma a constituírem uma couraça protetora em torno da existência.
            O medo, muitas vezes, propele o indivíduo para determinadas atitudes que podem confundir-se com a coragem, quando são apenas mecanismos de defesa da vida e impulsos destrutivos.
            A coragem alia a razão á emoção e trabalha sem precipitação nem alarde, produzindo fenômenos de alegria e de paz.
            Em face do processo da evolução, o espírito transfere de uma para outra reencarnação as marcas das ocorrências que foram enfrentadas, assinalando-o com culpa, medo e necessidade de fuga, diante de qualquer iminente perigo, real ou imaginário.
            A educação para a coragem fortalece as fibras mais íntimas do ser, estimulando à superação, etapa a etapa, dessas heranças perturbadoras.
            O desenvolvimento da autoconfiança e da determinação em ralação aos compromissos para com a existência, facultam a manifestação da coragem, que se fortalece aos estímulos interiores da oração e da confiança irrestrita em Deus.
            Pelo caminho existencial sempre surgirão ameaças e desafios, que constituem oportunidade de crescimento moral e emocional, devendo ser enfrentados com naturalidade e decisão.
            A coragem nasce de um específico sentimento de amor àquilo em que se crê, que se deseja e pelo qual se luta.
            Mediante a presença do amor a coragem faz-se mais decisiva e, portanto, com melhores possibilidades de alcançar o triunfo na luta a que se entrega.
            É muito comum na educação do lar, cuidar-se da prudência, da humildade, da submissão, poupando-se constrangimentos e decepções, amarguras e dissabores. Embora seja uma conduta correta, não se pode prescindir da coragem para manter-se prudente, quando as circunstâncias favorecerem reações precipitadas. Da mesma forma, a humildade necessita da coragem para preservar-se digna, fugindo da situação do medo que submete o indivíduo àquilo que detesta, exclusivamente porque não deseja experienciar incômodos nem mal-estares.
            A coragem supera essas situações complexas, que impõem decisão firme e ação contínua.
            O medo paralisa, impede o crescimento moral e intelectual, arruinando as possibilidades de elevação que surgem no processo da evolução. Embora decorra de um sentimento humano cauto, deve ser circunscrito numa fronteira em que a prudência recomenda equilíbrio, recuo, recomposição de forças, evitando a afoiteza irresponsável.
            Tudo aquilo quanto é desconhecido gera um certo sentimento de medo, de precaução, por gerar incerteza e produzir desconfiança.
            O excesso, porém, de cuidados, em face das ocorrências não esperadas, daquilo que se constitui novidade e desconhecimento, pode favorecer a estagnação e dar lugar a transtornos de conduta.
             Na educação doméstica para a coragem, torna-se necessário desenvolver as aspirações da beleza, da verdade, da conquista moral, de forma que as intempéries, as vicissitudes que se apresentem sejam devidamente enfrentadas com decisão e disposição para vencê-las.
            Quem receia voar além dos limites não consegue alcançar os próprios limites, definhando e amofinando-se diante do maravilhoso projeto viver.
            A coragem necessita, no ninho doméstico, do combustível dos exemplos que devem ser dados pelos pais diligentes e trabalhadores, que não se queixam, nem se entregam a lamentações, sabendo referir-se aos acontecimentos negativos com naturalidade, como pertencentes ao processo de realizações.
            Nenhuma ascensão pode ser conseguida sem a vitória sobre os percalços da trajetória.
            Os cumes são difíceis de alcançados, mas quando conquistados premiam com a visão deslumbrante da paisagem em volta.
            A existência humana pode ser considerada como uma aventura evolutiva. Enfrentá-la com altivez e coragem é conseguir-se o triunfo em toda a sua generosidade e significação.
            Cada situação vencida retribui com momentos encorajadores e mais belos, dando significados estimulantes para novas lutas.
            Somente com a coragem se pode combater o mal e suas expressões inferiores, que se encontram ínsitos nos sentimentos torpes, que defluem do egoísmo, da presunção e da equivocada visão em torno dos valores nobres que se não têm.
            É indispensável coragem para auto-analisar-se, para descobrir as anfractuosidades morais, as imperfeições em predomínio, as mesquinhezas do caráter e da conduta.
            Foi a coragem que deu oportunidade aos artistas, aos estetas, aos santos, aos cientistas, aos heróis de todo tipo, aos conquistadores, aos pensadores éticos e aos lutadores nobres, de realizarem os seus sonhos, de construírem as suas aspirações, tornando-as realidade no mundo objetivo.
            Jesus-Cristo, com muita justiça, denominado o Herói da cruz, viveu corajosamente, arrostando todas as conseqüências do Seu ministério, sem submeter-se aos dominadores de mentira, aos poderosos de coisa nenhuma, demonstrando que o amor é a força mais grandiosa que existe no Universo, porque nascida em Deus, sustenta a Criação.
            Seu exemplo de  coragem permanece como estímulo e lição viva para todas as criaturas que desejam a iluminação e o encontro com Ele.

Do livro: CONSTELAÇÃO FAMILIAR
Divaldo Pereira Franco/Joanna de Ângelis



quarta-feira, 27 de abril de 2011

NOS MOMENTOS GRAVES


Use calma. A vida pode ser um bom estado de luta, mas o estado de guerra nunca será uma vida boa.

Não delibere apressadamente. As circunstâncias, filhas dos Desígnios Superiores, modificam-nos a experiência, de minuto a minuto.

Evite lágrimas inoportunas. O pranto pode complicar os enigmas ao invés de resolvê-los.

Se você errou desastradamente, não se precipite no desespero. O reerguimento é a melhor medida para aquele que cai.

Tenha paciência. Se você não chega a dominar-se, debalde buscará o entendimento de quem não o compreende ainda.

Se a questão é excessivamente complexa, espere mais um dia ou mais uma semana, a fim de solucioná-la. O tempo não passa em vão.

A pretexto de defender alguém, não penetre o círculo barulhento. Há pessoas que fazem muito ruído por simples questão de gosto.

Seja comedido nas resoluções e atitudes. Nos instantes graves, nossa realidade espiritual é mais visível.

Em qualquer apreciação, alusiva a segundas e terceiras pessoas, tenha cuidado. Em outras ocasiões, outras pessoas serão chamadas a fim de se referirem a você.

Em hora alguma proclame seus méritos individuais, porque qualquer qualidade excelente é muito problemática no quadro de nossas aquisições. Lembre-se de que a virtude não é uma voz que fala, e, sim, um poder que irradia.

Do livro: Agenda Cristã – Chico Xavier/André Luiz

terça-feira, 26 de abril de 2011

AS PROVAS E A MORTE

O Universo é uma arena em que a alma luta pelo seu engrandecimento, e este só é obtido  por seus trabalhos, sacrifícios e sofrimento. A dor, física ou moral, é um meio poderoso de desenvolvimento e de progresso. As provas auxiliam-nos a conhecer, a dominar as nossas paixões e a amarmos realmente os outros. No curso que fazemos, o que devemos procurar adquirir é a ciência e o amor alternadamente. Quanto mais soubermos, mais amaremos e mais nos elevaremos. A fim de podermos combater e vencer o sofrimento, cumpre estudarmos as causas que o produzem, e, com o conhecimento dos seus efeitos e a submissão às suas leis, despertar em nós uma simpatia profunda para com aqueles que o suportam. A dor é a purificação suprema, é a escola em que se aprendem a paciência, a resignação e todos os deveres austeros. É a fornalha onde se funde o egoísmo, em que se dissolve o orgulho. Algumas vezes, nas horas sombrias, a alma submetida à prova revolta-se, renega a Deus e sua justiça; depois, passada a tormenta, quando se examina a si mesma, vê que esse mal aparente era um bem; reconhece que a dor tornou-a melhor, mais acessível à piedade, mais caritativa para com os desgraçados.
                Todos os males da vida concorrem para o nosso aperfeiçoamento. Pela dor, pela prova, pela humilhação, pelas enfermidades, pelos reveses  o melhor desprende-se lentamente do pior. Eis por que neste mundo há mais sofrimento que alegria. A prova retempera os caracteres, apura os sentimentos, doma as almas fogosas ou altivas.
                A dor física também tem sua utilidade; desata quimicamente os laços que prendem o espírito à carne; liberta-o dos fluídos grosseiros que o retém nas regiões inferiores e que o envolvem, mesmo depois da morte. Essa ação explica, em certos casos, as curtas existências das crianças mortas com pouca idade. Essas almas puderam adquirir na Terra o saber e a virtude necessários para subirem mais alto; como um resto de materialidade impedisse ainda o seu vôo, a sua completa depuração.
                Não imitemos esses que maldizem a dor e que, nas suas imprecações contra a vida, recusam admitir que o sofrimento seja um bem. Desejariam levar uma existência a gosto, toda de bem-estar e de repouso, sem compreenderem que o bem adquirido sem esforço não tem nenhum valor e que, para apreciar a felicidade, é necessário saber-se quanto ela custa. O sofrimento é o instrumento de toda elevação, é o único meio de nos arrancarmos à indiferença, à volúpia. É quem esculpe nossa alma, quem lhe dá mais pura forma, beleza mais perfeita.
                A prova é um remédio infalível para a nossa inexperiência. A Providência procede para conosco como mãe precavida para com seu filho. Quando resistimos aos seus apelos, quando recusamos seguir-lhe os conselhos, ela deixa-nos sofrer decepções e reveses, sabendo que a adversidade é a melhor escola da prudência.
                Tal o destino do maior número neste mundo. Debaixo de um céu algumas vezes sulcado de raios, é preciso seguir o caminho árduo, com os pés dilacerados pelas pedras e pelos espinhos. Um espírito de vestes lutuosas guia os nossos passos; é a dor santa que devemos abençoar, porque só ela sacode e desprende-nos o ser das futilidades com que este gosta de paramentar-se, torna-o apto a sentir o que é verdadeiramente nobre e belo.

Do Livro: Depois da Morte – Léon Denis



segunda-feira, 25 de abril de 2011

SELO BLOG POP



Recebi este selo da amiga Pris do blog Bate papo com a Pris.
http://batepapocomapris.blogspot.com/
Fiquei lisonjeada com a lembrança. A Pris é uma pessoa especial e seu blog é muito interessante, por isso o recomendo. Obrigada querida, eu adorei!

Esse selo é conferido aos blogs de popularidade: blogs que atingiram a aceitação do público. O selo foi criado com a intenção de promover o reconhecimento por um trabalho que agrega valor à Web.
É importante que quem receba o “Selo Blog Pop” e o aceite, siga algumas regras:

1. Exibi-lo no blog;
2. Apontar o blog pelo qual recebeu o selo;
3. Escolher outros blogs a quem deve oferecer o “Selo Blog Pop”.

Difícil escolher, mas creio que os citados encaixam-se nos critérios do selo:


http://arcadoconhecimento.blogspot.com/
http://muitaluz2011.blogspot.com/
http://espiritismoeboanova.blogspot.com/
http://mentoresdeluz.blogspot.com/
http://publicarparapartilhar.blogspot.com/


Todos aqueles que visitam meu blog podem levar esse selo, sintam-se à vontade.
Denise

ESTUDANDO O ORGULHO I

                O orgulho é o sentimento de superioridade pessoal resultante do processo natural de crescimento do espírito; um subproduto do instinto de conservação, um princípio que foi colocado no homem para o bem, porque sem o sentimento de valor pessoal e a necessidade de estima não encontraríamos motivação para existir e não formaríamos um autoconceito de dignidade pessoal.
                O problema não é o sentimento do orgulho, mas o descontrole de seus efeitos. No atual estágio de aprendizado, ainda não temos plena capacidade de controlá-lo. Ele está presente em quase tudo o que fazemos. Isso o torna uma paixão, uma paixão crônica por si mesmo, impropriamente denominado como amor próprio.
                Seu principal reflexo na vida interior dá-se no departamento mental da imaginação, no qual está armazenada a matriz superdimensionada da imagem que fazemos de nós. A partir dessa matriz, que tem vida própria como uma segunda personalidade, processa-se e dinamiza-se todo um complexo de valores morais e afetivos que regulam de boa parte das operações psíquicas e emocionais do ser, determinando atitudes, palavras, escolhas, aspirações e gostos.
                A vaidade e a indiferença, o preconceito e a presunção, o desprezo e o melindre, a pretensão e a inveja são alguns reflexos inevitáveis desse estado orgulhoso de ser nas ações de cada dia. E o conjunto dos hábitos derivados desses reflexos formam o que chamamos de personalismo – o estado de supervalorização do eu.
                O personalismo é a expressão mais perceptível e concreta do orgulho. É a excessiva e incontrolável valorização conferida a nós mesmos levando-nos a supor termos direitos e qualidades maiores do que aquelas as quais realmente possuímos.
                Enquanto o orgulho incapacita-nos para verificar as próprias imperfeições, o personalismo tem como efeito gerar idéias de que tudo aquilo que parta de nós é o melhor e mais correto. A superioridade pessoal provocada pelo sentimento de orgulho interfere na formulação de juízos. A partir disso, estipulamos concepções pessoais como verdades incontestáveis. Isso é o personalismo.
                O reflexo do orgulho é um outro eu, uma segunda natureza enraizada nas profundezas da subconsciência capaz de fazer-nos sentir e pensar em coisas que não correspondem ao que verdadeiramente desejamos e sentimos.
                O orgulho cria uma ilusão, uma distorção da realidade. A representação mental do que somos, gerada pelo orgulho, que quase sempre atende a interesses personalistas, pode ser considerado como uma verdadeira patologia. Quanto mais ausência de controle sobre essa paixão narcisista, mais haverá desconexão com a realidade.
                A maioria de nós vivemos lampejos de loucura passageira na imaginação fértil e desordenada na qual embrenhamos ante os acontecimentos do dia a dia. O orgulhoso vive intensamente de máscaras que correspondam a essas idealizações do seu imaginário, para fazer com que o mundo à sua volta acredite que ele seja quem ele próprio acredita ser. Naturalmente a sua auto-imagem é exacerbada em qualidades que nem sempre possui, procedendo de modo a sempre esconder as imperfeições, gerando a dissimulação.

MEREÇA SER FELIZ – Superando as ilusões do orgulho
Wanderley S. de Oliveira – Espírito Ermance Dufaux

domingo, 24 de abril de 2011

RACIONALIZAÇÃO

É um processo pelo qual o indivíduo busca justificar quaisquer pensamentos, sentimentos ou ações que julgou inaceitáveis, mediante motivos justos aparentes, que são mais toleráveis do que os verdadeiros.
As razões reais de sua conduta são mascaradas por alegações falsas. A pessoa não admita aquela ação que ela quer realizar é errada, embora em sua consciência isso esteja bem claro. Apesar disso, assume a máscara egóica da racionalização.
Ninguém tem o direito de “vomitar” os seus desequilíbrios em cima dos outros. Deve examinar as causas pelas quais está sentindo tudo aquilo, para poder transmutar os sentimentos, sem fazer mal a si mesmo. “Engolindo” a raiva e a cólera, ou aos outros, “vomitando-as”, esses sentimentos saem de nós e retornam para nós mesmos e todos acabam ficando mal com isso.
Esse mecanismo de fuga torna-se um desequilíbrio psicológico grave, se for utilizado continuamente. Ninguém pode mudar um mal em bem, apenas porque se recusa a aceitar esse mal, deve-se trabalhar esse mecanismo, a fim de ser transmutado, ao invés de ser ignorado ou justificado através da racionalização. A continuidade desse processo culmina em perda do sentido existencial.

Do livro: PSICOTERAPIA À LUZ DO EVANGELHO DE JESUS
            Alírio de Cerqueira Filho

sábado, 23 de abril de 2011

AMADURECIMENTO

            Quem julga as pessoas e o mundo como responsáveis pela sua infelicidade é infantil e inexperiente.
            Quem assume seus erros e se responsabiliza por tudo o que está vivendo interior e exteriormente, traz consigo a maturidade da criatura sábia e sensata, que aprendeu a enxergar a vida com os olhos do discernimento.
            A espiritualidade não nos aprecia ou julga com o cetro da perfeição; ao contrário, leva em conta as limitações de nossa condição evolutiva. Ela procura sempre estabelecer o equilíbrio da justiça, pedindo a quem muito sabe e pouco exigindo daquele que quase nada conhece.
            São denominados cuidadores ou salvacionistas os indivíduos que dispensam exagerada atenção e excessivo cuidado à vida das pessoas. Inconscientemente, se sentem responsáveis por problemas, escolhas, atos, sentimentos, bem-estar e destino de outrem. Esse comportamento, desprovido de maturidade psicológica, manifesta desrespeito à individualidade e invasão dos limites alheios.
            Essa mentalidade salvacionista pode ter origem na atitude de superproteção cultivada pelos pais na educação dos filhos. Os adultos alegam que as crianças são ainda incapazes e indefesas e, assim, impedem-lhes o exercício diário do desenvolvimento de seu potencial – conjunto de qualidades de todo ser humano ou sua capacidade de realização.
            Quem tenta, obsessivamente, cuidar dos outros e controla-los, sob a alegação de amor ou caridade, na realidade está apenas dificultando e retardando o despertar das habilidades inatas deles.
            O procedimento mais benéfico que podemos adotar para facilitar nosso amadurecimento espiritual, é exercitar o auto-julgamento e assumir total responsabilidade por tudo aquilo que sentimos, pensamos e fazemos, deixando que os outros aprendam também a se autojulgar e auto-responsabilizar-se através das próprias experiências.
            A Divina Providência não nos apresenta um problema sem que tenhamos a capacidade de resolve-lo.
            O que estamos vivendo hoje é produto de nossas escolhas, decisões e, portanto, é responsabilidade só nossa. Quando aceitarmos plenamente essa afirmação, teremos condições de discernir com maior clareza os limites das verdadeiras necessidades, nossas e dos outros.

Do livro: UM MODO DE ENTENDER, UMA NOVA FORMA DE VIVER

Francisco do Espírito Santo Neto – Espírito Hammed


sexta-feira, 22 de abril de 2011

CRISES E TURBULÊNCIAS

Crises Gerais
            A predominância do ego sobre o self responde pela crise de conduta, em razão da fragmentação do que deveria ser a unidade psicológica do ser, trabalhando impulsos descontrolados pela ambição do ter, ao invés da natural busca do ser.
            Nessa ocorrência, a sombra escura arquetípica projeta-se exteriormente, gerando instabilidade emocional, em face da perda do senso de elevação e de construção da individualidade sob o impacto da personalidade em desalinho.
            Inevitavelmente estabelece-se a turbulência interior, porque desaparecem os ideais mais relevantes, que devem ser cultivados e vividos, sendo substituídos pelas ilusões do cotidiano, responsáveis pelos tormentos menores que se agravam na sucessão dos tempos, adquirindo complexidade perturbadora.
            Não possuindo estrutura de profundidade psicológica, essa ambição desvanece-se no impacto com a realidade, porque tais procedimentos não oferecem os resultados anelados. Logo que conseguido um objetivo, outro se apresenta mais exigente, e cada frustração ou insatisfação que se expressa, soma ansiedade ao sentimento, dando lugar à solidão e aos medos.
            A ansiedade logo se manifesta como instabilidade em relação às conquistas plenificadoras, desde que aquelas conseguidas são mais externas do que interiores de afirmação e de bem-estar profundo. Deixam, por efeito, a sensação de vazio existencial, em face do conteúdo de que se revestem. Assemelham-se a uma alimentação diária que, logo satisfeita, momentos após volta a apresentar-se como essencial à vida orgânica, exigindo repetição.
            A solidão, de imediato, manifesta-se como efeito natural da qualidade íntima de interesse emocional pelas coisas, não se satisfazendo com o já conseguido, produzindo soledade – aqui expressa, em nosso conceito pessoal, como situação de abandono mesmo que no meio da multidão, ou quando acompanhado por outrem, este não consegue participar da interioridade do parceiro ou amigo, familiar ou conhecido, por mais que o busque e esforce-se por oferecer-lhe amizade e companheirismo.
            Essas manifestações sutis do sentimento abrem espaço para a instalação dos medos surdos da realidade, gerando fugas psicológicas, que tanto se podem apresentar em manifestação de revolta – processo de transferência do fracasso pessoal – como em afastamento do mundo social em que se vive – vingança inconsciente em forma de ressentimento dos outros.
            É inevitável que, somadas essas crises individuais presentes nas criaturas com dificuldades interiores não resolvidas, apareçam em volume, cada vez maior, as crises gerais, na sociedade, na política, na religião, na cultura, na arte, nos relacionamentos humanos, desbordando nas lutas infelizes em que os mais atormentados e mais hábeis fazem-se vitoriosos, passando a impor as suas patologias, e tornando-se invejados como vitoriosos.
            O senso de equilíbrio cede lugar ao deslumbramento pelo fetiche da aparência, da fama, da glória de mentira, arrebanhando multidões de imaturos que se locupletam com as migalhas que sobram das mesas fartas desses desumanos triunfadores egotistas.
            A solução do problema geral, porém, encontra-se na célula humana, no indivíduo que perdeu o rumo do equilíbrio e atormenta-se no individualismo perverso, sem haver entendido a necessidade do coletivismo saudável.
            A sociedade contemporânea, de certo modo, é herdeira de uma competição individualista, por cuja conduta os poderosos de qualquer tipo, sempre acreditaram que a dominação dos outros constituir-lhes-ia segurança e auto-realização. Cercando-se de áulicos, igualmente ambiciosos e pusilânimes, acreditaram nos ardis engendrados pela imaginação desregrada, erguendo, para si mesmos, as posições de comando, que se transformaram em desmandos e desumanidades.
            Foram aproximadamente quatro séculos de competitivismo cruel e sanguinário, em que a hedionda meta deveria ser alcançada sem qualquer princípio ético ou disposição moral, valendo somente o atingi-la.
            Disso resultou muita ansiedade subjacente na conduta social, porque aquele que não alcançava o patamar do destemido e arbitrário, às vezes travestido de vencedor e promotor do progresso, sentia-se fracassado, perturbando-se no comportamento.
            Na atualidade, vive-se o coletivismo, no qual as pessoas são padronizadas por modelos, quase sempre estabelecidos por indivíduos atormentados, que preferem o exótico por dificuldade de destacar-se na conduta normal.
            Esses padrões transformam-se em cultos ao personalismo, ao mito, às falsas necessidades de comportamento, que esgotam as energias do sentimento e geram mais ansiedade e autodepreciamento, porque se torna quase impossível atingir o denominado fator ideal, e, quando logrado, raramente pode ser mantido.
            Vejam-se, por exemplo, as imposições dos padrões de beleza, violentando a harmonia orgânica e as programações genéticas, que estabelecem biótipos diferentes, jamais padronizadas pelos caprichos da mente. Surgem, no seu servilismo, as tormentos das dietas trabalhadas na base da agressão ao organismo físico, as ginásticas excessivas, as massagens e cirurgias plásticas retificadoras, as próteses de silicone e de outra procedência, com o objetivo de modelar o corpo conforme a alucinação momentânea, produzindo conflitos intérminos na juventude em particular, e, por extensão, nas demais pessoas instáveis psicologicamente, embora fisicamente amadurecidas.
            De imediato, apresentam-se novos padrões de conduta, quais o excesso de erotismo, exaurindo o aparelho genésico e apelando-se para os variados artifícios, como o uso da substâncias químicas, a prática sexual através de exibições perversas, as quais, de natureza patológica, como as aberrações que culminam no sadismo, no masoquismo ou em ambos simultaneamente, adquirindo o apoio cínico dos veículos de propaganda, a fim de mais venderem os seus produtos moralmente venenosos.
            A desonestidade, o suborno, a perseguição de partido, de crença, de etnia, de economia, a desvalorização moral da mulher, o desrespeito à infância e à velhice, mesmo que se negando a existência de preconceitos como se os mesmos estivessem ultrapassados, mas que continuam jacentes no inconsciente e na conduta atormentada de todos esses insatisfeitos que buscam novidades em razão de se encontrarem exaustos, tornam-se naturais e, embora censurados por um momento, logo são praticados em regime de cidadania legal.
            Nada obstante, por mais que sejam aceitos socialmente, nunca se tornarão portadores de caráter moral, por atentarem contra os atributos sublimes do self, que procedem do arquétipo primordial, causal, que é Deus.
            Ninguém consegue fugir da sua essência, da origem divina, e enquanto assim proceder, buscando soluções mentirosas, viverá em crises contínuas, saltando de uma para outra, interminavelmente, porque insultuosas ao ser real, que é a razão essencial da vida.
            Esse coletivismo malcomportado, significando a sombra coletiva doentia, apela para o poder da força em razão de haver perdido a força da razão e do sentimento, da harmonia interior que deve viger em cada indivíduo, a fim de propagar-se para o grupo social como efeito natural do desdobramento pessoal.
            Mesmo essa crise geradora de conflitos guerreiros, divisores de comunidades, é lamentável processo de progresso, porque, advindo o cansaço, a exaustão das forças, o indivíduo começa a identificar a necessidade de harmonizar o ego com o self, em procedimento de convivência salutar, entendendo o significado existencial e trabalhando para a auto-realização, para a conquista real da saúde emocional, resultando em equilíbrio físico e mental.

Do livro: ENCONTRO COM A PAZ E A SAÚDE
Divaldo P. Franco/Esp. Joanna de Ângelis


quinta-feira, 21 de abril de 2011

OBREIROS DA VIDA ETERNA - sinopse


Título: "OBREIROS DA VIDA ETERNA"
Autor: Espírito ANDRÉ LUIZ
Psicografia: FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER
Resumo capítulo a capítulo

Cap I – Convite ao Bem – A.Luiz foi conduzido pelo Assistente Jerônimo ao "Templo da Paz", para assistirem a uma palestra sobre a filosofia espiritual da Evolução. É descrito "um grande globo de substância leitosa" que exibe quadros vivos das ações socorristas nas zonas espirituais inferiores, onde estão desencarnados sofrendo em ambiente de terror: despenhadeiros repletos de monstros horripilantes: o "abismo".
Cap II – No Santuário da Bênção – Grupos socorristas recebem últimas instruções no "Santuário da Bênção", antes de partir rumo às missões de auxílio, nas proximidades da Crosta Terrestre. Há proveitosas lições sobre a loucura, num verdadeiro "curso rápido de Psiquiatria", sob novo aspecto.
Cap III – O Sublime Visitante – No interior de uma câmara estruturada em material similar a vidro puro e transparente, uma tela cristalina capta vibrações mentais e forma quadros vivos de paisagem de águas mansas, em paz, e de árvore frondosa, representando, esta, a vida. Tudo isso para recepcionar um admirável Emissário espiritual de Esferas Superiores. Há apreciável demonstração filosófica de como a Evolução do homem tende ao infinito...
Cap IV – A Casa Transitória – A equipe de A.Luiz parte em viagem e, a caminho, estaciona na "Casa Transitória de Fabiano", grande instituição piedosa, fundada por Fabiano de Cristo, nas cercanias da Crosta. Singularidade dessa instituição: é asilo móvel. Quando há necessidade, transporta-se para outras regiões espirituais. Tem defesas elétricas, contra invasões de Espíritos maldosos. Ali serão recolhidos quatro Espíritos, cuja desencarnação terá o amparo da equipe de A.Luiz.
Cap V – Irmão Gotuzo – Depoimento de GOTUZO, médico, que assim como A.Luiz, peregrinou em zonas purgatoriais após a desencarnação e agora auxilia Espíritos necessitados. Há substanciosa descrição das reencarnações expiatórias, nas quais o livre-arbítrio do reencarnante não é atendido.
Cap VI – Dentro da Noite – Descrição do "abismo" — região trevosa onde Espíritos infelizes se apresentam como feras sendo repelidos por raios elétricos de choque. De tempos em tempos as equipes socorristas empregam ali o "fogo depurador", a benefício da região e dos seus tristes habitantes.
Cap VII – Leitura Mental – Expõe interessante quadro de clarividência entre desencarnados, quando um Espírito com essa "especialidade", desdobrado, vê e narra as ações infelizes de um Espírito sofredor, quando encarnado. Essa atividade é especialmente realizada a benefício do referido Espírito sofredor, que se mostrava recalcitrante.
Cap VIII – Treva e Sofrimento – Mostra o esforço assistencial nas zonas inferiores. Este capítulo oferta excelente material para os médiuns doutrinadores.
Cap IX – Louvor e Gratidão – Registra como encarnados em desdobramento espiritual pelo sono são recebidos na Casa Transitória, para encontro com parentes desencarnados. Há o raro fenômeno de um Espírito desencarnado (LUCIANA) ser médium de psicofonia para que um outro Espírito elevado (LETÍCIA) comunique-se com o filho (GOTUZO) e também com a assembléia formada por A.Luiz, sua equipe e outros Espíritos trabalhadores na Casa Transitória.
Cap X – Fogo Purificador – Em atividade assistencial de grande impacto, (com emprego do "fogo depurador" na área externa) é descrito o recolhimento de Espíritos necessitados na Casa Transitória. A seleção ocorre conforme a aura dos candidatos, que demonstra seu arrependimento sincero.
Cap XI – Amigos Novos – A equipe de A.Luiz, já na Crosta, inicia o auxilio as desencarnações programadas, objeto do seu deslocamento do "Nosso Lar" até ao plano terreno.
Cap XII – Excursão de Adestramento – A.Luiz e companheiros, sediados no lar de ADELAIDE, recolhe ali os Espíritos que serão por eles auxiliados e conduzidos à Casa Transitória, para breve palestra elucidativa quanto à breve desencarnação deles.
Cap XIII – Companheiro Libertado – É descrito o processo de uma desencarnação com auxílio da equipe de A.Luiz, com pormenores altamente educativos, do ponto de vista espiritual. É citado o caso de um desencarnante que logo contemplará seu passado, em visão panorâmica.
Cap XIV – Prestando Assistência – Alguns casos de desencarnação são descritos. Há advertência para médiuns aprendizes, que "tentam" ou "observam" contatos apenas com Espíritos elevados e que, não o conseguindo, logo desertam... Relata caso de "suicídio inconsciente". Sobretudo, há lições de como devem os encarnados comportarem-se num velório: em oração e silêncio!
Cap XV – Aprendendo Sempre – É comentada ação de Espíritos malfeitores que ajuntam-se nos cemitérios, aguardando a chegada de despojos humanos para deles subtrair resíduos vitais... Há registro do tormento de Espíritos desencarnados que não se desatam do corpo em decomposição.
Cap XVI – Exemplo Cristão – Trata da desencarnação de um bondoso colaborador. Cita o interessante efeito da água num banho morno, retirando matéria fluídica prejudicial. Mostra também os resultados salutares do culto doméstico da prece.
Cap XVII – Rogativa Singular – Cita "moratória terrena" concedida a uma pessoa prestes a desencarnar, concessão essa que visa beneficiar toda uma coletividade.
Cap XVIII – Desprendimento Difícil – Especifica o caso de uma desencarnação complicada, acrescida dos graves inconvenientes da eutanásia.
Cap XIX – A Serva Fiel – Narra o quanto o merecimento influi numa desencarnação tranqüila, a ponto do próprio Espírito desencarnante realizar o desligamento perispiritual do corpo físico, cabendo à equipe espiritual especializada apenas o ato conclusivo da liberação (desate do cordão prateado).
Cap XX – Ação de Graças – Despedidas: a equipe de A.Luiz e os quatro Espíritos recém-libertos do corpo físico vão para "Nosso Lar"; antes, despedem-se dos amigos da Casa Transitória, onde aqueles quatro Espíritos foram hóspedes logo após desencarnarem.

Extraído de: http://www.institutoandreluiz.org/sinopse



quarta-feira, 20 de abril de 2011

NAS CONVERSAÇÕES


Não se irrite com o interlocutor, se não lhe corresponde à expectativa. Talvez não tenha sido você suficientemente claro na expressão.

Se o interpelado não atende, de pronto, cale as reclamações. É provável que ele seja gago e, se o não for, a descortesia é uma infelicidade em si mesma.

Quando alguém não lhe der a informação solicitada, com a presteza que você desejaria, não se aborreça. Recorde que a surdez pode atacar a todos.

Evite os assuntos desconcertantes para o ouvinte. Todos temos zonas nevrálgicas no destino, sobre as quais precisamos fazer silencio.

Não pergunte a esmo. Quem muito interroga, muito fere.

Cultive a delicadeza com os empregados de qualquer instituição ou estabelecimento, onde você permaneça de passagem. Sua mente, quase sempre, está despreocupada em semelhantes lugares e ignora os problemas de quem foi chamado a servi-lo.

Seja leal, mas fuja à franqueza descaridosa. A pretexto de ser realista, não pretenda ser mais verdadeiro que Deus, somente de cuja Autoridade Amorosa recebemos as revelações e trabalhos de cada dia.

Se o companheiro lhe fere o ouvido com má resposta, tenha calma e espere o tempo. Possivelmente já respondeu com gentileza noventa e nove vezes a outras pessoas, ou, talvez, acabe de sofrer uma perda importante.

Ajude, conversando. Uma boa palavra auxilia sempre.

Lembre-se de que o mal não merece comentário em tempo algum.

Do livro: Agenda Cristã – Chico Xavier/André Luiz

terça-feira, 19 de abril de 2011

A FELICIDADE DA TAREFA

                Trabalhar e estudar são os caminhos da descoberta e fortalecimento. Todavia, se o tarefeiro não se aplica ao serviço essencial da transformação de si próprio, buscando o autoconhecimento com pleno domínio do mundo interior, deixará de semear no seu terreno pessoal as sementes vigorosas que vão lhe conferir, no futuro, a liberdade e a farta colheita do júbilo almejado por ele mesmo. E esse processo exige tempo, disposição incansável de recomeçar, meditação, cultivo de novos hábitos, oração, renúncia, capacidade de sacrifício, vigilância mental, vontade ativa, disciplina sobre os desejos, diálogo fraternal, dever cumprido e amparo espiritual.
                Não existe felicidade sem pleno conhecimento de si mesmo. E a convivência é escola bendita. Saber os motivos de nossas reações uns frente aos outros, entender os sentimentos e idéias nas reações é preciosa lição para o engrandecimento da alma na busca de si própria.
                O ser humano está cansado de intransigência. Ele quer responsabilidade, liberdade e paz. Se não mudarmos a didática, educando de fora para dentro, quando educação é tirar de dentro para fora, respeitando as singularidades da individualidade e permitindo-lhe o ajustamento pacífico entre os novos conteúdos e sua bagagem espiritual, buscando, através da postura íntima, a responsabilidade, a mudança de hábitos, o controle sobre sua própria existência na direção de novos propósitos.
                A luz com a qual clareamos os caminhos alheios é crédito perante a vida, entretanto, somente a luz que fazemos no íntimo nos pertence e é fonte de liberdade e equilíbrio, paz e riqueza na alma.
                Há muitas pessoas submetendo-se a largo processo de autocobrança do qual não conseguem vencer, enredando-se em climas desgastantes de desamor a si próprias. E o mais lamentável é que muitos corações passam a acreditar que esse mecanismo de sofrimento é resultado de reflexos de seu passado reencarnatório, quando, em verdade, a pessoa está no labirinto de si mesmo sem conseguir encontrar as saídas pelas quais já poderia ter passado, caso guardasse melhor habilidade na arte de conviver bem consigo próprio.
                A felicidade está em nós, no ato de penetrarmos na desconhecida gleba do eu, arando esse terreno fértil para que floresça a Divindade da qual somos todos portadores.

Do livro: MEREÇA SER FELIZ – Superando as ilusões do orgulho
Wanderley S. de Oliveira – Espírito Ermance Dufaux

segunda-feira, 18 de abril de 2011

PROJEÇÃO

É também chamada transferência. Mecanismo de defesa que leva o indivíduo a interpretar os pensamentos, sentimentos e as atitudes de outras pessoas em função de suas próprias tendências.
O ego reprime os seus conflitos de personalidade, projetando-os em outras pessoas, fugindo da aceitação de seus próprios erros e da responsabilidade por eles.
A projeção dos sentimentos interiores no mundo exterior, comumente significa ver no outro, aquilo de que não se gosta em si mesmo.
Toda vez que alguém acusa com veemência, determinadas características negativas dos outros, está, na realidade, projetando-se nele, transferindo as negatividades do ego que o indivíduo não deseja reconhecer em si mesmo, para outra pessoa. Há uma necessidade de combater no outro, o que ele gostaria de ocultar em si mesmo.
Uma das formas mais comuns de projeção é a necessidade de culpar os outros pólas próprias atitudes, transferindo para outrem a responsabilidade sobre si mesmo.
A única forma de se libertar da projeção é interromper esse mecanismo de transferência, aceitando os seus defeitos e responsabilizando-se pelos seus erros e acertos e, com isso, tornar-se uma pessoa melhor.

Do livro: PSICOTERAPIA À LUZ DO EVANGELHO DE JESUS
            Alírio de Cerqueira Filho

domingo, 17 de abril de 2011

MÁSCARAS

            Os mecanismos de defesa do ego podem ser definidos como um conjunto de emoções e tendências comportamentais que ocorrem automaticamente quando percebemos, de forma consciente ou não, uma ameaça psíquica, e queremos nos proteger dessa amarga realidade.
            Os mecanismos de defesa estão ligados de certo modo às funções adaptativas do ego – são “molas” que amenizam os golpes psicológicos que sofremos na alma. Por isso, não devem ser vistas simplesmente como sinônimos de patologia emocional, porquanto seu uso instintivo será considerado adequado ou não, desde que sejam utilizadas durante o “tempo necessário” para equilibrar ou recompor a saúde integral.
            A perpetuidade de qualquer medida defensiva do ego diante de um fato ou acontecimento poderá ser definida como doença ou desequilíbrio de uma função psíquica.
            Em muitas ocasiões, as dores da alma tendem a dar continuidade a um ou a outro mecanismo de defesa, levando-nos à formação de uma grande e insuportável coleção de máscaras e, sem dúvida, a uma diversidade de eus desconexos.
            É verdade que desconhecemos inúmeros meandros da nossa conduta atual e precariamente suspeitamos de que forma certas ocorrências desconhecidas especificam nosso modo de agir.
            Muitas ações caritativas, se fossem avaliadas profundamente, talvez trouxessem à tona da nossa consciência revelações surpreendentes e inesperadas.
            Ainda que não admitamos, somos bons atores representando, de forma pensada ou não, nossos papéis com as máscaras apropriadas.
            Deus não julga os atos em si, mas as reais intenções que antecedem esses atos. Entretanto, sabemos que a Bondade Absoluta não castiga ninguém, apenas deseja que procuremos aprender, crescer e amadurecer.
            Quem tem um mínimo de nitidez interior entende que os fenômenos psicológicos que se processam na psique humana devem ser entendidos e assimilados e os seus conteúdos esquecidos e bloqueados, trazidos à luz da consciência.
            Do que foi aqui exposto, não tivemos a intenção de nos impor culpas. As culpas, anteriormente denominadas pecados, não nos devem induzir à autocondenação, e sim à auto-análise, reparação e transformação íntima; jamais à censura, mortificação e castigo.

Do livro: UM MODO DE ENTENDER, UMA NOVA FORMA DE VIVER

Francisco do Espírito Santo Neto – Espírito Hammed


sexta-feira, 15 de abril de 2011

BLOGAGEM COLETIVA - FASES DA VIDA






                Então lhe apresentaram uns meninos para que os tocasse; mas os discípulos ameaçavam os que lho apresentavam. O que, vendo Jesus, levou-o muito a mal, e disse-lhes: Deixai vir a mim os pequeninos, e não os embaraceis, porque o Reino de Deus é daqueles que se lhes assemelham. Em verdade vos digo que todo aquele que não receber o Reino de Deus como uma criança, não entrará nele. E abraçando-os, e pondo as mãos sobre eles, os abençoava. (Marcos, X: 13-16)”
A criança necessita de cuidados delicados, que só a ternura materna lhe pode dispensar, e essa ternura aumenta diante da fragilidade e da ingenuidade da criança. Para a mãe, seu filho é sempre um anjo, e é necessário que assim seja, para lhe cativar a solicitude. Ela não poderia tratá-lo com a mesma abnegação, se em vez da graça ingênua, nele encontrasse, sob os traços infantis um caráter viril e as idéias de um adulto; e menos ainda, se conhecesse o seu passado.
                É necessário, aliás, que a atividade do princípio inteligente seja proporcional à debilidade do corpo, que não poderia resistir a uma atividade excessiva do espírito, como verificamos nas crianças precoces. é por isso que aproximando-se a encarnação o espírito começa a perturbar-se e perde pouco a pouco a consciência de si mesmo. Durante certo período, ele permanece numa espécie de sono, em que todas as suas faculdades se conservam em estado latente. Esse estado transitório é necessário, para que o espírito tenha um novo ponto de partida, e por isso o faz esquecer, na sua nova existência terrena tudo o que lhe pudesse servir de estorvo. Seu passado, entretanto, reage sobre ele, que renasce para uma vida maior, moral e intelectualmente mais forte, sustentado e secundado pela intuição que conserva da experiência adquirida.
                A partir do nascimento suas idéias retomam gradualmente o seu desenvolvimento, acompanhando o crescimento do corpo. Pode-se assim dizer que nos primeiros anos, o espírito é realmente criança, pois as idéias que formam o fundo do seu caráter estão ainda adormecidas. Durante o tempo em que os seus instintos permanecem latentes, ela é mais dócil e por isso mesmo  mais acessível às impressões que podem modificar a sua natureza e fazê-la progredir, o que facilita a tarefa dos pais.
                O espírito reveste, pois, por algum tempo a roupagem da inocência. E Jesus está com a verdade, quando, apesar da interioridade da alma, toma a criança como símbolo da pureza e da simplicidade.

O Evangelho Segundo o Espiritismo – cap. VIII – Bem-Aventurados os Puros de Coração