A partir de hoje entraremos de férias e retornaremos no dia 15/01/2015.
QUANDO NASCEU JESUS?
E,
mais uma vez, o Natal... Uma grande festa, introduzida no calendário na
distante Idade Média, instituída no calendário na distante Idade Média, instituída
pelo Papa Júlio I, como uma forma de atrair o interesse da população para o
Catolicismo, em plena Roma. Como era preciso arregimentar novos e muitos
crentes, a Igreja ofereceu o Natal como uma espécie de substituição a uma festa
antiga do Império Romano, que era dedicada ao deus Mitra, divindade persa que
se aliou ao sol para obter calor e luz em benefício das plantas, cujo culto, no
último século antes de Cristo, era um dos mais populares do Império Antigo.
Portanto, não é cientificamente correta a versão de que Jesus teria nascido em
25 de dezembro. Mas, isso é o que pouco importa. Saber o dia do nascimento de
Jesus na Terra é desnecessário, imprescindível é saber quando ele nasceu na
nossa vida.
No
texto de Vinícius, intitulado Quando Nasceu Jesus, que está no livro Em Torno
do Mestre (postado a baixo), mostra as diferentes datas do nascimento de Jesus
para algumas personalidades. Dentre as respostas, destaco duas: a de Joana de
Cusa, que assim se pronunciaria se fosse perguntado onde e quando nasceu Jesus:
“Jesus nasceu no dia em que, amarrada ao poste do circo em Roma, eu ouvi o povo
gritar: - Negue! Negue!. E o soldado com a tocha acesa dizendo: - Este teu
Cristo ensinou-lhe apenas a morrer? Foi neste instante que, sentindo o fogo
subir pelo meu corpo, pude com toda certeza e sinceridade dizer: - Não me
ensinou só isso, Jesus ensinou-me também a amá-lo”. E, com Maria de Nazaré, se
fosse questionada com a mesma pergunta, nos diria: “Jesus nasceu em Belém, sob
as estrelas, que eram focos de luzes guiando os pastores e suas ovelhas ao
berço de palha. Foi quando o segurei em meus braços pela primeira vez e senti
se cumprir a promessa de um novo tempo através daquele Menino que Deus enviara
ao mundo, para ensinar aos homens a lei do amor”.
O
Natal deve ser uma rica oportunidade de questionamento interior, precisamos
parar tudo na nossa vida e perguntar: quando Jesus nasceu para nós? E se a
resposta não vier rápida, é bom nos preocuparmos, pois é bem provável que,
mesmo com anos e anos de conhecimento da sua doutrina de luz, o Cristo ainda
não tenha nascido em nós e se faz necessário cuidarmos para que Ele nasça.
No
mundo moderno, graças aos artifícios cada vez mais criativos da indústria e do
marketing. Papai Noel ficou mais famoso que Jesus. Para muitas crianças e suas
famílias, o Natal é o tempo do velhinho de barbas brancas e sorriso bonachão,
que presenteia quem foi bonzinho o ano inteiro e tirou boas notas na escola.
Para a maior parte das famílias, o Natal é apenas tempo de presentes e de
festas em chácaras alugadas, sendo comemorado com caixas e caixas de cerveja,
churrasco, piscina e funk no último volume. Porém para o verdadeiro cristão,
deveria esta data ser o melhor tempo de reflexão sobre o por que da vida de
Jesus à Terra e qual o legado que Ele nos deixou. “Porque tive fome, e me
destes de comes; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me
acolhestes; estava nu, e me vestistes; adoeci, e me visitastes; estava na
prisão e fostes ver-me. Em verdade vos digo que, sempre que o fizestes a um
destes meus irmãos, mesmo dos mais pequeninos, a mim o fizestes”. Esta é a dica
que o próprio Mestre nos deixou para sabermos onde ele precisa nascer: em nós.
E qual a festa de aniversário que ele desejaria ter? mesa farte, bebidas,
presentes? Todo Natal deveria ter três momentos distintos: o momento da Prece,
in instante da Reflexão sobre os objetivos alcançados e, por fim, uma análise
crítica interior, se estamos cumprindo com os compromissos assumidos por nós
antes do reencarne.
Comemorar
o nascimento de Jesus é buscar nos conhecermos melhor, conformando nossa vida
com a Vontade de Deus (cuidar da reforma íntima e nos tornarmos homens e
mulheres de Bem, edificando dentro de nós o belo, o bem e a justiça). Nos falta
consciência, falamos muito, mas ainda não sentimos a fraternidade pulsar em
nosso coração. Os interesses espirituais ainda não tem vez e nem voz em nossos
corações; a doce e confortadora Doutrina do Cristo, embora nos tenha sido
revelada há dois mil anos, ainda não nos mudou o suficiente. Reflitamos para
que a festa de Natal seja, na realidade, uma oportunidade de renovação; tempo
da gente se decidir a mudar para melhor, amando, servindo e exercendo o
trabalho no bem, na solidariedade e na tolerância, com muita fraternidade.
Pensemos nisso, neste Natal, para que o Cristo nasça na humilde manjedoura em
que devem se converter os nossos corações.
Orlando Ribeiro
Fonte: Jornal Espiritismo Estudado – nov/2014
Cristo nasceu? Onde?
Quando?
A salvação
não está numa finalidade a que se convencionou denominar céu ou paraíso: está,
sim, na perpétua renovação da vida para a frente e para o alto. Avançar, como
disse São Paulo, de glória em glória, tal é, em síntese, o trabalho e o plano
da redenção. Jesus é a força viva que, uma vez encarnada no homem, determina a
sua constante transformação.
"O
Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e verdade, e vimos a sua
glória como de unigênito do Pai. Mas a todos os que o receberam, aos que creem em
seu nome, deu ele o direito de se tornarem filhos de Deus; os quais não
nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas sim
de Deus."
A
prerrogativa de unigênito do Pai, Jesus a torna extensiva a todos os que de boa
vontade o receberem. E assim se opera o seu natalício no coração do pecador.
O menino
que Maria enfaixou, deitando-o, em seguida, numa manjedoura, é a figura desse
Jesus que é força, que é poder, que é vida e verdade, atuando no interior do
homem.
Invoquemos,
em abono de nossa asserção, o testemunho de algumas personagens que figuram na
esfera cristã como astros de primeira grandeza.
Perguntemos
a Paulo — onde e quando Jesus nasceu? Ele nos dirá: Foi na estrada de Damasco,
quando eu, então intolerante e fanatizado por uma causa inglória, me vi
envolvido na sua divina luz. Dali por diante — "já não sou eu mais quem
vive, mas o Cristo é que vive em mim".
Indaguemos
de Madalena, onde e quando nasceu Jesus. Ela nos informará: Jesus nasceu em
Betânia, certa vez em que sua voz, ungida de pureza e santidade, despertou em
mim a sensação de uma vida nova, com a qual, até então, jamais sonhara.
Ouçamos o
depoimento de Pedro, sobre a natividade do Senhor, e ele assim se pronunciará:
Jesus nasceu no átrio do paço de Pilatos, no momento em que o galo, cantando
pela terceira vez, acordou minha consciência para a verdadeira vida. Daí por
diante, nunca mais vacilei diante dos potentados do século, quando me era dado
defender a Justiça e proclamar a verdade, pois a força e o poder do Cristo
constituíram elementos integrantes de meu próprio ser.
Chamemos
à baila João Evangelista e peçamos nos diga o que sabe acerca do natal do
Messias, e ele nos dirá: Jesus nasceu no dia em que meu entendimento, iluminado
pela sua divina graça, me fez saber que Deus é amor.
Dirijamo-nos
a Zaqueu, o publicano, e eis o seu testemunho: Jesus nasceu em Jericó, numa
esplêndida manhã de sol, quando eu, ansioso por conhecê-lo, subi numa árvore, à
beira do caminho por onde ele passava, contentando-me com o ver de longe. Eis
que ele, amorável e bom, acena-me, dizendo : Zaqueu, desce, importa que me
hospede contigo. Naquele dia entrou a salvação no meu lar.
Interpelemos
Tomé, o incrédulo: Quando e onde nasceu o Mestre? Ele, por certo, retrucará:
Jesus nasceu em Jerusalém, naquele dia memorável e inesquecível em que me foi
dado testificar que a morte não tinha poder sobre o Filho de Deus. Só então
compreendi o sentido de suas palavras: "Eu sou o caminho, a verdade e a
vida."
Apelemos,
finalmente, para Dimas, o bom ladrão: Onde e quando Jesus nasceu? Ele nos
informará: Jesus nasceu no topo do Calvário, precisamente quando a cegueira e a
maldade humana supunham aniquilá-lo para sempre; dali ele me dirigiu um olhar
repassado de piedade e de ternura, que me fez esquecer todas as misérias deste
mundo e antegozar as delícias do Paraíso. Desde logo, senti-o em mim e eu nele.
Tal foi o
testemunho do passado — tal é o testemunho do presente, dado por todos os
corações que, deixando de ser quais hospedarias de Belém, onde não havia lugar
para o nascimento de Jesus, se transformaram, pela humildade, naquela
manjedoura, que o amor engenhoso da mais pura e santa de todas as mães
converteu no berço do Redentor do mundo.
Fonte: Em Torno do Mestre
- Vinicius
imagem: google