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CONHEÇA O ESPIRITISMO - blog de divulgação da doutrina espírita


quinta-feira, 31 de maio de 2012

O ADOLESCENTE NA BUSCA DA IDENTIDADE E DO IDEALISMO I

A plenitude da vida, na fase da adolescência, estua e exterioriza-se, deixando que todos os conteúdos arquivados no inconsciente do ser passem a revelar-se, em forma de tendências, aptidões, anseios e tentativas de realização.
Nem sempre esse despertar é tranqüilo, podendo, às vezes, ser uma irrupção vulcânica de energias retidas que estouram, produzindo danos.
Noutras ocasiões pode expressar-se como sofrimento íntimo, caracterizado por fobias de aparência inexplicável, mas que procedem dos registros perispirituais, mergulhados no inconsciente, que repontam como conflitos, consciência de culpa, pudor exacerbado, misticismo, em mecanismos bem elaborados de fuga da realidade.
Reencarnando-se, para reparar os erros e edificar o bem em si mesmo, o Espírito atinge a adolescência orgânica, vivenciando o transformar de energias e hormônios sutis quão poderosos, que o despertam para as manifestações do sexo, mas também para as aspirações idealistas, desenvolvendo a busca da própria identidade.
Carregando a soma das personalidades vividas em outras reencarnações, a sua identificação com o mundo atual demanda tempo e amadurecimento, mediante os quais pode aquilatar quem realmente é e o que legitimamente deseja.
Não tendo o discernimento ainda para eleger o que é melhor, quase sempre se entrega à busca do mais imediato, porque mais simples, procurando acomodar-se às manifestações fisiológicas do comer, dormir, praticar sexo, vencer o tempo sem grande esforço. Trata-se de um atavismo pernicioso, que deve ser melhor direcionado, a fim de que seja descoberta a finalidade da existência e como alcançar esse patamar que o aguarda.
Se o lar oferece segurança afetiva e compreensão, o adolescente tem facilidade para selecionar os valores e aceitar aqueles que lhe são mais favoráveis para o progresso. Todavia, se o grupo familiar é traumatizante, foge para comportamentos oportunistas, que parecem afugentar as mágoas e libertá-lo do cárcere doméstico.
A influência dos pais é decisiva na elaboração e desenvolvimento do idealismo, na afirmação da própria identidade, sem que haja pressão ou autoritarismo dos genitores, antes oferecimento de meios para o diálogo esclarecedor, sem a sujeição aos conselhos castradores e impositivos, sempre de maus resultados.

ADOLESCÊNCIA E VIDA       
DIVALDO PEREIRA FRANCO/JOANNA DI ÂNGELIS

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terça-feira, 29 de maio de 2012

RELIGIÃO CÓSMICA DO AMOR


Toda crença religiosa que se firma no amor é digna de respeito e de carinho.
            O objetivo essencial da fé religiosa é dignificar a criatura humana, tornando-a melhor moralmente e preparando-a para desenvolver os valores espirituais que lhe dormem no íntimo.
            Em razão do mergulho na matéria, o espírito aturde-se e quase sempre olvida os compromissos assumidos na espiritualidade, deixando-se comandar pelas manifestações do instinto que o ajudaram nos períodos remotos da evolução, mas que foram suplantados pelo discernimento e pela consciência, permanecendo somente aqueles que preservam a vida e dão sentido existencial.
            Na neblina carnal, no entanto, a predominância da matéria, como é compreensível, dificulta o discernimento a respeito da finalidade da reencarnação, facultando que os sentidos físicos se direcionem para o prazer, para o gozo, para a satisfação das necessidades biológicas.
            A consciência, entretanto, trabalha pela eleição do significado existencial, do equilíbrio emocional, do bem-estar espiritual, alargando os horizontes da percepção para as conquistas relevantes e significativas que acompanharão o ser após o seu inevitável decesso tumular.
            Por esses motivos dentre outros, a necessidade de uma religião que se expresse em lógica e praticidade, destituída dos aparatos e das fantasias, dos interesses sórdidos do comportamento material, faz-se imprescindível para enriquecer os seres humanos de beleza e de harmonia. Isto porque, a conquista da lógica, no longo roteiro evolutivo, impõe a necessidade de compreender-se tudo quanto se deseja vivenciar, a fim de constatar-se a sua resistência diante da razão em quaisquer circunstâncias.
            Assim sendo, não há mais lugar para qualquer tipo de crença religiosa que se apresente com manifestações totalitárias, eliminando a capacidade do crente de pesquisar, de aceitar ou não os seus postulados, sendo-lhe exigido crer sem entender. É certo que ainda surgem segmentos religiosos fundamentados no fanatismo, geradores de lutas e de intolerância, tintando impor-se pela força dos seus dirigentes políticos ou de outra espécie, mas não pela sua estrutura racional e profunda.
            Naturalmente, ante o impacto do progresso, aqueles que lhes aderem ao comportamento logo desenvolvem o senso da razão e os abandonam, isso quando não lhes permanecem vinculados pelos frutos apodrecidos dos interesses materiais que lhes rendem prestígio, poder e recursos econômicos.

Do livro: Entrega-te a Deus     
Divaldo Pereira Franco/Joanna de Ângelis

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segunda-feira, 28 de maio de 2012

SOBRIEDADE


               A primeira condição para se conservar a alma livre, a inteligência sã, a razão lúcida é a de ser sóbrio e casto. Os excessos de alimentação perturbam-nos o organismo e as faculdades; a embriaguez faz-nos perder toda a dignidade e toda a moderação. O seu uso contínuo produz uma série de moléstias, de enfermidades, que acarretam uma velhice miserável.

                Dar ao corpo o que lhe é necessário, a fim de torná-lo servidor útil e não tirano, tal é a regra do homem criterioso. Reduzir a soma das necessidades materiais, comprimir os sentidos, domar os apetites vis é libertar-se do jugo das forças inferiores, é preparar a emancipação do espírito. Ter poucas necessidades é também uma das formas da riqueza.
                A sobriedade e a continência caminham juntas. Os prazeres da carne enfraquecem-nos, enervam-nos, desviam-nos da sabedoria. A volúpia é como um abismo onde o homem vê soçobrar todas as suas qualidades morais. Longe de nos satisfazer, atiça os nossos desejos. Desde que a deixamos penetrar em nosso seio, ela invade-nos, absorve-nos e, como uma vaga, extingue tudo quanto há de bom e generoso em nós. Modesta visitante ao princípio, acaba por dominar-nos, por se apossar de nós completamente.

Do livro: Depois da Morte – Léon Denis

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domingo, 27 de maio de 2012

SOLIDARIEDADE AOS TAREFEIROS ESPÍRITAS

                Convencionou-se em nossas fileiras doutrinárias o amor ao próximo como sadio programa de vida e equilíbrio. Uma idéia correta, mas não completa. Incluindo também o amor a Deus e a si.
                Quem ama descobre os caminhos da autêntica liberdade.
                Faz-se luz e amor a outros, contudo, todo espírita sincero deve indagar de si mesmo, se está adquirindo sua própria luz como conquista inalienável.
                O decantado encontro consigo mesmo é penoso, sacrificial.
                O mau entendimento dessa questão moral tem ocasionado uma campanha intensa pelos exercícios de caridade organizada e distraído o espírito de resgatar-se a si próprio.
                Quase sempre essas tarefas constituem campos de treinamento do hábito de amar e da sensibilização do afeto para com o outro, sem apontar caminhos para como estabelecer o auto-encontro, o amor a si.
                Benevolência, indulgência e perdão são movimentos íntimos da alma, caminhos da caridade para com o outro, mas acima de tudo é luz que se acende no coração e com a qual devemos iluminar o próprio destino.

MEREÇA SER FELIZ – Superando as ilusões do orgulho        
Wanderley S. de Oliveira – Espírito Ermance Dufaux          

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sábado, 26 de maio de 2012

RESPEITO III


São muitos os provérbios humilhantes e os insultos irônicos endereçados às mulheres, estes acompanhados de risos sarcásticos e depreciativos. O sexismo – atitude de discriminação fundamentada no sexo – leva mulheres ingênuas, inseguras e dependentes a aceitar essas críticas mordazes como naturais, porquanto o modelo de educação em que organizaram seu mundo íntimo baseou-se nesses valores e crenças distorcidos.
                A mulher precisa descobrir que não depende de ninguém para viver a própria existência, pois tem dentro de si uma extraordinária capacidade de fazer mudanças positivas. Ela, como o homem, tem um mundo diante de si, e todos podem crescer até onde permite sua capacidade, seu dom, seu talento nato. Todos nós estamos em constante mutação e nos transformamos todo o tempo nos aspectos físicos, mental, emocional e espiritual. Nada na natureza permanece estático; tudo flui através dos processos da vida, dentro e em torno de nós.
                Em muitas ocasiões, a mulher, em vez de reverter a situação desgostosa em que vive, tenta mudar de forma superficial, apenas substituindo o cônjuge por outro, mas sem renovar seu modo de sentir, pensar e agir. Como não se preocupa em erradicar os velhos padrões ou crenças inadequados de seu mundo interior, corre o risco de atrair outro parceiro igual ou muito parecido com o que acaba de deixar. A lei de atração perpetua tanto alegria como tristeza para nossas vidas.
                Não devemos jamais deixar que uma empresa, associação ou ligação afetiva, profissional ou de amizade, venha eclipsar nossa vida a ponto de desrespeitarmos quem somos.
                Neste novo milênio, cabe à mulher recuperar sua dignidade e o respeito por si mesma. Descobrir, verdadeiramente, que o respeito anda de mãos dadas com a auto-estima e o bem-estar. Deve iniciar o processo – que muitas já o fizeram – de valorizar suas forças individuais e únicas, usando a energia interior para descobrir capacidades inatas e novos talentos adormecidos.
                Constituições modernas já estabeleceram, há muito tempo, leis e direitos que firmam a igualdade entre os sexos. No entanto, essas leis e direitos só terão valor e significado quando forem totalmente assimilados e colocados em prática por todos aqueles que os validaram.
                É possível que determinadas pessoas discordem e não aceitem nossas ponderações, mas nem por isso tudo está perdido. A diversidade de opinião e a forma de olhar o mundo dependem da singularidade evolutiva de cada criatura.
                O equilíbrio vai sendo pouco a pouco atingido. A visão machista gradativamente se desfaz, nascendo em seu lugar a amizade, o respeito e a cooperação entre seres humanos. Na estrutura social do porvir, pouco importará o sexo do indivíduo, pois todos são igualmente valorizados e jamais oprimidos.
                Num futuro breve, quando a mulher se legitimar pelo que é e por onde quer chegar, adquirirá o respeito – dos outros e de si mesma. Acreditar que alguém exista só para nos servir é uma visão egocêntrica e degradante da atual humanidade. Enquadrar pessoas em papéis sexuais nitidamente definidos – subserviência, inferioridade, subordinação -, usando-as como objetos que podem ser controlados e descartados, é imensamente cruel e impiedoso. O amor cristão não considera os papéis sexuais, e sim encoraja todos os seres a exprimir a liberdade, o respeito e o amor uns pelos outros.

Do livro: OS PRAZERES DA ALMA - uma reflexão sobre os potenciais humanos        
FRANCISCO DO ESPIRITO SANTO NETO/ESPÍRITO HAMMED

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sexta-feira, 25 de maio de 2012

RESPEITO II

                À medida que a criança cresce e se desenvolve no convívio familiar, ela reproduz ou copia tudo o que vê, ouve e observa. Os adultos servem de padrões, quer dizer, são modelos e exemplos. Por meio da identificação com os pais, tios, avós ou irmãos mais velhos, ou mesmo da imitação de seus atos e atitudes, a criança, de forma consciente ou inconsciente, modela-se firmemente no ambiente doméstico.
                Socialização é o processo de adaptação do indivíduo ao gripo social; é o desenvolvimento das relações na vida grupal, caracterizado pelo espírito de coletividade e pelo sentimento de cooperação e solidariedade.
                Particularmente na criança, a socialização se inicia a partir do momento em que o recém-nascido é conduzido para casa pelos pais. No entanto, não devemos esquecer que, desde a sua concepção, a alma, já ligada ao diminuto embrião humano, sofre forte influência do ambiente em que vive.
                De acordo com Jean Piaget, cada criança, na fase da socialização doméstica, assimila e modela tudo o que a sensibiliza de acordo com sua individualidade – utilizando sua personalidade única e peculiar, o que irá distingui-la de todas as outras pessoas. Acontecimentos caseiros, atos e opiniões dos adultos, considerações sobre ética, religião, costumes, moral e filosofia, proibições e preconceitos, permissões e intolerâncias, tudo vai-se modelando na argila plástica, que é a mentalidade infantil, e delineando a criança dentro de preceitos, regras de conduta e de princípios que variam culturalmente, de família para família, e interiormente, de criança para criança. Mesmo nos gêmeos idênticos, o desenvolvimento psicossocial ocorrerá de forma diferenciada devido à bagagem espiritual que cada alma traz consigo – produto de suas vidas sucessivas.
                Consulta Kardec a espiritualidade maior, na terceira parte, capítulo IX, de O Livro dos Espíritos: De onde se origina a inferioridade moral da mulher em certos países? E os obreiros do bem respondem: Do império injusto e cruel que o homem tomou sobre ela. É um resultado das instituições sociais e do abuso da força sobre a fraqueza. Entre os homens pouco avançados, do ponto de vista moral, a força faz o direito.
                A formação machista que as crianças recebem na infância as influencia durante toda a vida. Homens são treinados para ser fortes, corajosos, agressivos, seguros, bem-sucedidos e auto-suficientes. Para os estudiosos do comportamento humano, o estereótipo do macho iniciou-se nas eras pré-históricas, quando os nossos antepassados do sexo masculino tiveram que abandonar o medo e disputar a comida com os animais.
                Machismo é um conjunto de normas, costume, leis e atitudes baseado em regras socioculturais do homem, que tem por finalidade explícita e/ou implícita criar e manter a submissão da mulher em todos os níveis: afetivo, sexual, procriativo, profissional.
                Quando a mulher, nos seus mais diversos relacionamentos, romper com essa visão de que deve ser submissa, reclusa, frágil e dependente do homem, ela recuperará toda a estrutura de poder e o senso de iniciativa.
                A guerra dos sexos, na maioria das vezes, tenta impor, com ou sem armas, a supremacia do homem sobre a mulher por meio da violência, clara ou dissimulada, salvaguardando interesses falocratas de mentalidades medievais.
                O machista atua como tal, sem poder explicar seus atos ou perceber suas atitudes externas, porque não se dá conta das estruturas preconceituosas que internalizou nesta ou em outras existências. Ele se limita apenas a reproduzir ou pôr em prática tudo aquilo que viveu culturalmente no lar, na escola, no templo religioso, na cidade, no mais, enfim em qualquer lugar ou situação que o tenha influenciado.
                Muitas mulheres, de forma inconsciente, compartilham do machismo na medida em que não notam as estruturas psicológicas de hegemonia masculina que regulam suas relações afetivas e sociais. E podem reproduzi-las, sem perceber, na educação dos filhos, sejam eles homens ou mulheres, contribuindo dessa forma para que a idéia machista se perpetue automaticamente.

Do livro: OS PRAZERES DA ALMA - uma reflexão sobre os potenciais humanos        
FRANCISCO DO ESPIRITO SANTO NETO/ESPÍRITO HAMMED


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quinta-feira, 24 de maio de 2012

RESPEITO I


                De que maneira as pessoas nos tratam? Sentimo-nos constantemente usados ou desrespeitados? Às vezes, permitimos que os outros nos tracem metas ou objetivos sem antes nos  consultar? Sabemos distinguir quando estamos doando realmente ou quando estamos sendo explorados? Respeitamos nossos valores e direitos inatos? Costumamos representar papéis de vítimas ou de perfeitos?
                A pior situação que podemos viver é passar toda uma existência sem nos dar o devido amor e respeito, fazendo coisas completamente diferentes do que sentimos.
                Nossos sentimentos são parte importante de nossa vida. Se permitirmos que eles fluam em nós, então saberemos o que fazer e como nos conduzir diante das mais variadas situações do cotidiano.
                Em virtude disso, não devemos nos esquecer de que, quando nos respeitamos plenamente, mostramos aos outros como eles devem nos tratar.
                Se nós não nos aceitarmos, quem nos aceitará? Se nós não nos amarmos, quem nos amará?
                Será dado respeito ao que se respeita e não ao que não tem ou pensa ter. Assim funciona tudo em nossa vida íntima – temos o que damos. Devemos esperar dos outros a mesma dignidade que damos a nós mesmos.
                Examinemos nossos sentimentos e atitudes e nos perguntemos: por que permito que me tratem com desconsideração? O que estimula os outros a se  comportarem com desprezo em relação à minha pessoa?
                Se nós não nos auto-responsabilizamos pela forma como somos tratados, continuaremos impotentes para mudas o contexto penoso em que estamos vivendo. É muito cômodo culpar os outros por qualquer desilusão ou sofrimento que estejamos passando. Não é fácil aceitar a responsabilidade pelas nossas próprias ilusões e desenganos.
                Quando renunciamos ao controle de nós mesmos, com toda a certeza outros indivíduos tomarão as rédeas de nossa vida.
                Somos iguais perante os olhos da divindade. Todos tendem ao mesmo fim e Deus fez suas leis para todos. Dizeis frequentemente: o sol brilha para todos. Com isso dizeis uma verdade maior e mais geral do que pensais.
                Realmente o sol brilha para todos, pois Deus não deu, a nenhum homem, superioridade natural, nem pelo nascimento, nem pela morte.
                Não somos nem melhores nem piores que ninguém. Ao recusarmos o respeito a nós mesmos, estamos abdicando do direito de exigi-lo. Sem senso de valor individual, nos sentiremos diminuídos diante do mundo e destituídos da habilidade de dar e receber amor.
                O mais valioso tesouro que possuímos é a dignidade pessoal. Não é lícito sacrificá-la por nada ou por ninguém. Quando autorizamos os outros a determinar o quanto valemos, uma sensação de vazio nos toma conta da alma.
                O autodesrespeito é um grande desserviço a nós mesmos. Quando ele se instala em nossa casa mental, passamos a não mais prestar atenção aos avisos e intuições que brotam espontaneamente do reino interior. As vozes de inspiração divina são sempre idéias claras, providas de síntese e simplicidade, que a Vida Providencial murmura no imo de nossa alma.
                Quando nos respeitamos, somos livres para sentir, agir, ir, dizer, pensar e saber o que autodeterminamos, confiantes em que, se estivermos prontos, no tempo exato o Poder Superior do Universo nos dará todo o suprimento, todo o apoio e toda a orientação para cumprirmos o sublime plano que Ele nos reservou.
                Somente optando pelo auto-respeito é que conseguiremos o respeito alheio. Encontraremos nos outros a mesma dignidade que damos a nós mesmos.

Do livro: OS PRAZERES DA ALMA - uma reflexão sobre os potenciais humanos        
FRANCISCO DO ESPIRITO SANTO NETO/ESPÍRITO HAMMED

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quarta-feira, 23 de maio de 2012

PERANTE A DOR


                Nossas dores podem ser analisadas como fonte de aprendizagem ou cárcere de lamentação. Elas surgem para que possamos perceber o que precisamos melhorar ou reformular interiormente.
                Dificuldades e conflitos são materializações de atos e atitudes íntimas que precisam ser reavaliados. Portanto, não tomemos postura de vítima perante as dores; antes busquemos em nós mesmos as causas que as motivaram.
                Quem vive se justificando diante do sofrimento não quer renovar-se, e quem se acomoda transforma as dificuldades em conflito, fazendo da existência um verdadeiro tormento.
                Talvez a falta de flexibilidade seja a causa primária de muitos de nossos desajustes. A vítima não quer ver a realidade, o equívoco e os limites humanos; simplesmente veste o manto da infelicidade e culpa o mundo que a rodeia.
                Criaturas flexíveis e abertas utilizam-se de atitudes experimentais, jamais definitivas. Fazem novas leituras de mundo e reavaliem idéias e ideais, sempre que surjam novos fatos ou acontecimentos.
                Eis a regra de ouro diante da dor: jamais se imobilizar no tempo e nunca fechar as cortinas da janela da alma, pois isso leva a uma vida de ilusões e vazia de experiências. O amanhã existe para que não fiquemos presos no hoje.
                Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos, renovando a vossa mente, a fim de poderdes discernir qual é a vontade de Deus.
                A vontade de Deus nada nos apresenta que não seja educativo e facundo para o nosso crescimento e renovação interior. Examinemos cuidadosamente nossas aflições; nelas estão contidos os avisos e lembretes de que necessitamos para harmonizar a nossa existência.

UM MODO DE ENTENDER, UMA NOVA FORMA DE VIVER
Francisco do Espírito Santo Neto – Espírito Hammed                     

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terça-feira, 22 de maio de 2012

HISTÓRIA - O Sítio e a Vaca


Um filósofo passeava por uma floresta com um discípulo, conversando sobre a importância dos encontros inesperados. Segundo o mestre, tudo que está diante de nós nos dá uma chance da aprender ou ensinar.
                Neste momento, cruzavam a porteira de um sítio que, embora muito bem localizado, tinha uma aparência miserável.
                - Veja este lugar – comentou o discípulo. – O senhor tem razão: acabo de aprender que muita gente está no Paraíso, mas não se dá conta, e continua a viver em condições miseráveis.
                - Eu disse aprender e ensinar – retrucou o mestre. – Constatar o que acontece não basta: é preciso verificar as causas, pois só entendemos o mundo quando entendemos as causas.
                Bateram à porta, e foram recebidos pelos moradores: um casal e três filhos, com as roupas rasgadas e sujas.
                - O senhor está no meio desta floresta e não há qualquer comércio nas redondezas – disse o mestre para o pai de família. – Como sobrevivem aqui?
                E o senhor, calmamente, respondeu:
                - Meu amigo, nós temos uma vaquinha que nos dá vários litros de leite todos os dias. Uma parte desse produto nós vendemos um trocamos na cidade vizinha por outros gêneros de alimentos; com a outra parte, nós produzimos queijo, coalhada, manteiga para o nosso consumo. E assim vamos sobrevivendo.
                O filósofo agradeceu a informação, contemplou o lugar por uns momentos, e foi embora. No meio do caminho, disse ao discípulo:
                - Pegue a vaquinha, leve-a ao precipício ali em frente, e jogue-a lá em baixo.
                - Mas ela é a única forma de sustento daquela família!
                O filósofo permaneceu mudo. Sem ter outra alternativa, o rapaz fez o que lhe era pedido, e a vaca morreu na queda.
                A cena ficou marcada em sua memória. Depois de muitos anos, quando já era um empresário bem sucedido, resolveu voltar ao mesmo lugar, contar tudo à família, pedir perdão e ajudá-los financeiramente.
                Qual foi sua surpresa ao ver o local transformado num belo sítio, com árvores floridas, carro na garagem e algumas crianças brincando no jardim. Ficou desesperado, imaginando que a família humilde tivera que vender o sítio para sobreviver. Apertou o passo, e foi recebido por um caseiro muito simpático.
                - Para onde foi a família que vivia aqui há dez anos? – perguntou.
                - Continuam donos do sítio – foi a resposta.
                Espantado, ele entrou correndo na casa, e o senhor o reconheceu. Perguntou como estava o filósofo, mas o rapaz estava ansioso demais para saber como conseguira melhorar o sítio e ficar tão bem de vida:
                - Bem, nós tínhamos uma vaca, mas ela caiu no precipício e morreu – disse o senhor. – Então, para sustentar minha família, tive que plantar ervas e legumes. As plantas demoravam a crescer, e comecei a cortar madeira para venda. Ao fazer isso, tive que replantar as árvores, e necessitei comprar mudas. Ao comprar mudas, lembrei-me da roupa de meus filhos, e pensei que podia talvez cultivar algodão. Passei um ano difícil, mas quando a colheita chegou, eu já estava exportando legumes, algodão, ervas aromáticas. Nunca havia me dando conta de todo o meu potencial aqui: ainda bem que aquela vaquinha morreu!

Coluna do Paulo Coelho
Revista Bem Estar de 25/09/2011 – jornal Diário da Região
São José do Rio Preto

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