A primeira condição para se conservar a alma livre, a inteligência sã, a razão lúcida é a de ser sóbrio e casto. Os excessos de alimentação perturbam-nos o organismo e as faculdades; a embriaguez faz-nos perder toda a dignidade e toda a moderação. O seu uso contínuo produz uma série de moléstias, de enfermidades, que acarretam uma velhice miserável.
Dar ao corpo o que lhe é necessário, a fim de torná-lo servidor útil e não tirano, tal é a regra do homem criterioso. Reduzir a soma das necessidades materiais, comprimir os sentidos, domar os apetites vis é libertar-se do jugo das forças inferiores, é preparar a emancipação do espírito. Ter poucas necessidades é também uma das formas da riqueza.
A sobriedade e a continência caminham juntas. Os prazeres da carne enfraquecem-nos, enervam-nos, desviam-nos da sabedoria. A volúpia é como um abismo onde o homem vê soçobrar todas as suas qualidades morais. Longe de nos satisfazer, atiça os nossos desejos. Desde que a deixamos penetrar em nosso seio, ela invade-nos, absorve-nos e, como uma vaga, extingue tudo quanto há de bom e generoso em nós. Modesta visitante ao princípio, acaba por dominar-nos, por se apossar de nós completamente.
Do livro: Depois da Morte – Léon Denis
Um comentário:
Olá Denise,
Nosso orai e vigiai tem que ser constante, ate que possamos chegar a um patamar de evolução que permita ao nosso espírito, respirar melhor.
Você sempre nos trazendo texto lindos.
Xerokas carinhosas e muita paz!
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