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CONHEÇA O ESPIRITISMO - blog de divulgação da doutrina espírita


quinta-feira, 30 de junho de 2011

LUCRARÁ FAZENDO ASSIM

Reconforte o desesperado. Você não escapará às tentações do desânimo nos círculos de luta.

Levante o caído. Você ignora onde seus pés tropeçarão.

Estenda a mão ao que necessita de apoio. Chegará seu dia de receber cooperação.

Ampare o doente. Sua alma não está usando um corpo invulnerável.

Esforce-se por entender o companheiro menos esclarecido. Nem sempre você dispõe de recursos para compreender como é indispensável.

Acolha o infortunado. Nem sempre o céu estará inteiramente azul para seus olhos.

Tolere o ignorante e ajude-o. Lembre-se de que há Espíritos Sublimes que nos suportam e socorrem com heróica bondade.

Console o triste. Você não pode relacionar as surpresas da própria sorte.

Auxilie o ofensor com os seus bons pensamentos. Ele nos ensina quão agressivos e desagradáveis somos ao ferir alguém.

Seja benévolo para com os dependentes. Não se esqueça de que o próprio Cristo foi compelido a obedecer.

Do livro: Agenda Cristã – Chico Xavier/André Luiz

quarta-feira, 29 de junho de 2011

SEMENTES DE LUZ II

            Onde quer que te encontres, semeia e semeia luz, mediante as palavras e o comportamento saudáveis. Entretanto, se não puderes fazê-lo exteriormente, em razão dos impedimentos complexos, semeia pelo pensamento, esparzindo alegria de vida sã, de afetividade desinteressada.
            Não te imponhas, todavia, não te escuses ao dever de fazer o que te compete e para o que vieste.
            Jesus tem outras ovelhas que não apenas aquelas que pastoreou, quando esteve na Terra. Muitas dessas estão aguardando ouvir-lhe a voz, a fim de que, reconhecendo-a, abandonem o abismo em cuja borda se encontram, a fim de segui-lo.
            Faze a tua parte, ampliando os horizontes mentais da sociedade para bem compreendê-la.
            Há muita resistência à conceituação da fé religiosa racional e responsável.
            Uma longa adaptação às informações multimilenárias em torno da vida transcendente nos moldes das compreensões humanas impossibilitam revolução lógica da visão real sobre a imortalidade.
            As mentes anestesiadas pelas contínuas lavagens cerebrais a respeito dos gozos celestes dentro dos padrões terrenos e das suas punições cruéis conforme os sentimentos mais vis e perversos têm dificultado a compreensão do inefável amor de Deus e a Sua misericórdia...
            Fala sobre esse amor, feito de justiça, mas coroado de compaixão.
            Apresenta-lhes a sublime senda evolutiva por meio das sucessivas existências e conforta as almas com a esperança sem ilusão e rica de oportunidades de crescimento e harmonia.
            Respeita todas as crenças e crenças nenhumas, mas não te omitas, deixando de semear a luz do eterno amor.
            A humanidade, que ignora, necessita de orientação.
            Evita o mal, compreendendo que a sua existência não é real, mas fruto da ignorância e do primitivismo. O mau é um doente que requer cuidados especiais e não o revide à sua conduta insana.
            Compadece-te, desse modo, daqueles que te crucificam no ridículo, no desprezo e na agressividade.

Do livro: Entrega-te a Deus
Divaldo Pereira Franco/Joanna de Ângelis

terça-feira, 28 de junho de 2011

SEMENTES DE LUZ I



No turbilhão voluptuoso das paixões primárias, a sociedade, sem rumo, estertora...
Acontecimentos desastrosos e desvarios do comportamento constituem a paisagem momentânea do planeta terrestre em convulsão...
            Há glórias da ciência e grandeza da tecnologia, caracterizando as conquistas da inteligência, lamentavelmente sem a correspondente contribuição dos valores éticos e morais.
            Denominações religiosas inumeráveis e filosofias de variadas escolas pretendem orientar as vidas que se estiolam ante a devastação do desequilíbrio.
            A exaltação do corpo e a sua imposição nos campeonatos da beleza e da exibição do ego em alucinadas competições pelo brilho ilusório do mundo social e econômico empurram o ser humano para o fosso da insensatez, logo apresentando-se frustrado e deprimido, tombando na tragédia da drogadição e do suicídio...
            A transitoriedade da existência física, não compreendida quanto seria necessário, impõe o desvario pelo gozo insaciável e permanente, com total olvido da sua fragilidade.
            Os exemplos contínuos de triunfadores que permanecem infelizes, de afortunados que vivem em solidão íntima, de famosos que anelam por um pouco de carinho não conseguem despertar aqueles que se deixaram hipnotizar pelo engodo das ambições exacerbadas.
            As glórias de um momento logo cedem lugar ao esquecimento e ao anonimato a que são atirados esses iludidos, poucos momentos depois...
            Tem-se a impressão de que o caos moral instalou-se no mundo, e o desespero, usando diferentes tipos de máscaras, é presença constante nas existências em estiolamento.
            Nada obstante, as criaturas permanecem em correria louca na busca de coisa nenhuma.
            Apesar disso, Jesus permanece em plano secundário, ou recordado apenas nas ocasiões pertinentes às necessidades de emergência.
            As religiões, na sua quase totalidade, respeitáveis nos seus conteúdos preocupam-se mais co as estatísticas dos fiéis, as finanças e a opulência dos seus templos, como o luxo dos seus ministros, do que com aqueles para os quais existem.
            ...E Jesus, que não tinha uma pedra para reclinar a cabeça, embora as aves dos céus tenham os seus ninhos e as feras o seus covis.
            Lamentavelmente, o exemplo de incontáveis discípulos do seu evangelho, que se lhe dizem afeiçoados, são mais servidores do mundo de César do que da seara de amor, vinculados às fantasias e mitos ancestrais, do que à realidade  dos postulados que deveriam vivenciar.
            Há um grande vazio existencial na criatura contemporânea, que perdeu o referencial da felicidade, manipulada pela habilidade dos vendedores bem-sucedidos do prazer entorpecente e dos gozos exaustivos...
            A sua seara, nestes difíceis dias, permanece imensa e quase ao abandono, por falta de devotados trabalhadores, que ainda são poucos e raros os das últimas horas...

Do livro: Entrega-te a Deus
Divaldo Pereira Franco/Joanna de Ângelis

segunda-feira, 27 de junho de 2011

EVOLUÇÃO PERISPIRITUAL


                As relações seculares entre os espíritos e os homens, confirmadas, explicadas pelas recentes experiências do espiritismo, demonstram a sobrevivência do ser sob uma forma fluídica mais perfeita.
                Essa forma indestrutível, companheira e serva da alma, testemunho de suas lutas e de seus sofrimentos, participa de suas peregrinações, eleva-se e purifica-se com ela. Gerado nos últimos degraus da animalidade, o ser perispiritual sobe lentamente a escala das espécies, impregnando-se dos instintos das feras, das astúcias dos felinos, e também das qualidades, das tendências generosas dos animais superiores. Até então mais não é que um ser rudimentar, um esboço incompleto. Chegando à humanidade, começa a ter sentimentos mais elevados; o espírito irradia com maior vigor e o perispírito ilumina-se com claridades novas. De vidas em vidas, à proporção que as faculdades se dilatam, que as aspirações se depuram, que o campo dos conhecimentos se alarga, ele se enriquece com sentidos novos. O corpo espiritual desprende-se de seus andrajos de carne, sempre que uma encarnação termina. A alma, inteira e livre, retoma posse de si mesma e, considerando, em seu aspecto esplêndido ou miserável, o manto fluídico que a cobre, verifica seu próprio estado de adiantamento.
                O perispírito conserva, sob suas aparências presentes, os vestígios das vidas anteriores, dos estados sucessivamente percorridos. Esses vestígios repousam em nós muitas vezes esquecidos; porém, desde que a alma os evoca, desperta a sua recordação, eles reaparecem, com outras tantas testemunhas, balizando o caminho longa e penosamente percorrido.
                Os espíritos atrasados tem envoltórios impregnados de fluidos materiais. Sentem ainda depois da morte as impressões e as necessidades da vida terrestre. A fome, o frio e a dor subsistem entre aqueles que são mais grosseiros. Seu organismo fluídico, obscurecido pelas paixões, só pode vibrar fracamente, e, portanto, suas percepções são mais restritas. Nada sabem da vida do espaço. Em si e ao seu redor tudo são trevas.
                A alma pura, livre das atrações bestiais, conforma um perispírito semelhante a si própria. Quanto mais sutil for esse perispírito, tanto maior força expedirá, tanto mais se dilatarão suas percepções. Participa de meios de existência de que apenas podemos fazer uma idéia; inebria-se dos gozos da vida superior, das magníficas harmonias do infinito. Tal é a tarefa e a recompensa do espírito humano. Por seus longos trabalhos, ele deve criar para si novos sentidos, de uma delicadeza e de uma força sem limites; domar as paixões brutais, transformar esse espesso invólucro numa forma diáfana, resplandecente de luz; eis a obra destinada a todos em geral, e em que todos necessitam prosseguir, através de degraus inumeráveis, na perspectiva maravilhosa que os mundos oferecem.

Do livro: Depois da Morte – Léon Denis

domingo, 26 de junho de 2011

OPINIÕES E AUTOESTIMA


            O medo da rejeição leva muitos corações a alimentarem complexa obsessão em relação à opinião alheia sobre seus feitos, exigindo devotada reeducação dos sentimentos na busca da auto-estima que estabelecerá, paulatinamente, a segurança, a autoconfiança. Noutros casos, de forma oposta a esse medo, a indiferença à emissão de conceitos em torno de nossa personalidade é o resultado da invigilância e da vaidade.
            Saber julgar os apontamentos sobre nós conferindo-lhes valor exato é exercício de humildade e bom senso no aprendizado da vida intrapessoal.
            As pessoas maduras, que se amam verdadeiramente são autoconfiantes, sem auto-suficiência, sabem o valor real da participação alheia e permitem-na somente até o ponto em que são úteis ao progresso pessoal, quando externado e com respeito e lealdade. Para tais pessoas, a maledicência é atestado de incapacidade moral e imaturidade emocional.
            Porque não aprendemos ainda o auto-amor, costumamos esperar as compensações e favores do amor alheio, permitindo um nível de insegurança e dependência dos outros face ao excessivo valor que depositamos no que eles pensam sobre nós.
            O medo de ser rejeitado ou não aceito é um resquício fortemente gravado no psiquismo pelas experiências infantis ou por complexos adquiridos em outras existências. Crenças de desvalor a si próprio, consolidadas na mente da criança e do adolescente, refletem agora na adultidade como seqüelas dolorosas e inibidoras, provocando sentimentos de inutilidade e culpa, gerando a autocensura, a autopiedade e uma  terrível síndrome de ser  culpado pelo mundo estar como está, ainda que muitas situações nada tenham a ver com suas movimentações existenciais.
            A auto-estima é fator determinante das atitudes humanas. Quando ela escasseia, a criatura estará sempre escrava de complexos inferiores atormentantes, por mais pródigas que sejam as vantagens de sua vida, cultivando hábitos que visam camuflar seus supostos males para que outros não os percebam.
            Não logrando sempre ludibriar através dessa maquiagem, quando se percebe avaliada ou reconhecida em suas realidades, torna-se revoltada, indefesa, deprimida e ofendida. Essa situação tem um limite suportável até o ponto em que as decisões e ações começam a ser comprometidas por estranhas formas de agir, que podem estabelecer episódios neuróticos de gravidade, com estreitos limites com as psicoses.
            Assinalemos ainda que, nos bastidores de variados casos, surgem as interferências espirituais dilatando o sofrimento desses corações, acentuando-lhes o sentimento de desmerecimento, de rejeição e desânimo, inspirando idéias nefandas e escolhas enfermiças.
            As opiniões sobre nós são valorosas e merecem ouvidos atentos, quando se tornam críticas construtivas. E uma crítica para ser construtiva requer sinceridade fraterna, sentimento de solidariedade e que critica para ajudar apresenta alternativas de melhoria ou solução; afora isso podem não passar de palavras a esmo, mordacidade sistemática, maledicência ou inveja.
            Convém-nos muita atenção a esse processo delicado do conviver, porque as expectativas que nutrimos, enquanto companheiros de lides, são muito elevadas unas para com os outros, vindo a constituir pesado ônus nos relacionamentos doutrinários. Em nossos ambientes, porque cultivamos o hábito da fraternidade e da indulgência, não devemos fugir do dever de orientar e corrigir os que partilham conosco das bênçãos do aprendizado.
            O personalismo é uma lente de aumento que procura dilatar nossos valores e uma nuvem que busca ofuscar nossas imperfeições, tornando-se entrave à opinião sincera em razão de insuflar o melindre e a mágoa. Afogados em queixumes e desapontamentos algumas pessoas não esperavam serem avaliados em seus defeitos no centro espírita. Todavia, é preciso distinguir o que seja uma correção para denegrir e outra para crescer, sem deixar de lado a sinceridade e a sensatez.
            As opiniões alheias são extenso e valoroso recurso de crescimento e não devemos menosprezá-las nunca, ainda mesmo quando constituam excessos, porque assim nos auxiliam a conhecer melhor quem as emitiu, servindo para estipular nossa própria opinião sobre o outro com juízo fraternal, distante da influência nociva da inferioridade que ainda carreamos nos caminhos da evolução.
            O cultivo do afeto entre nós, não dispensa a opinião sincera e que, tendo por objetivo a melhoria e o esclarecimento devem ser emitidas de  forma a elevar a auto-estima, transformando o medo de rejeição em um novo e agradável sentimento de segurança e amizade cristã.

Do livro: MEREÇA SER FELIZ – Superando as ilusões do orgulho
Wanderley S. de Oliveira – Espírito Ermance Dufaux

sábado, 25 de junho de 2011

O AMOR A DEUS


            Durante muito tempo, devido às superstições e ignorância da Natureza Divina, os seres humanos temeram a Deus, a ira divina e os seus castigos e punições, e mesmo hoje em dia, muitos de nós trazemos a postura de tementes a Deus, num processo injustificável. O amor a Deus será realizado aos poucos, pela criatura, à medida que O compreenda. Jesus se reporta a Ele como um Pai  amoroso. Ao colocar o amor a Deus como conseqüência do amor a si mesmo e por extensão ao próximo, Ele nos aproxima de Deus.
Quando estagiamos no desamor ou no pseudo-amor, é porque nos encontramos sedentos do verdadeiro amor. A nossa intenção de buscar essa fonte de água viva é positiva, só que a direção que imprimimos à nossa ação, é equivocada. Quando agimos assim, buscando atender as nossas necessidades nos prazeres puramente egóicos ou as mascaramos, o resultado é de alguém que tem muita sede e toma água do mar: quanto mais bebe, mais tem sede. É preciso buscar a água da vida. A fonte dessa água é a nossa própria Essência Divina, fonte de amor ofertada por Deus a nós para que, imagem e semelhança dEle, o amássemos em espírito e verdade. Somente com a conexão com a fonte de água viva existente em nós, através do desenvolvimento da espiritualidade em nós mesmos, poderemos não apenas saber, mas sentir Deus como nosso criador, fonte de todo o amor do universo e nos religarmos a Ele, em espírito e em verdade.
            “É a força incoercível da evolução que propele o ser humano ao crescimento, a um objetivo de natureza eterna, ao invés da transitoriedade que se consome ao aniquilamento, ou melhor, na transformação dos implementos moleculares da sua constituição orgânica. Eis porque o self é imemorial, indestrutível na sua essência...
            O amor a Deus deverá ser uma manifestação natural que emerge do self e vitaliza o ser total, sem a preocupação de ser amado por Deus, o que pareceria um paradoxo, caso não o fosse amado, quer nEle se acredite ou não.
            Nessa constatação, nesse emergir do inconsciente profundo pessoal, a imagem de Deus todo amor, porque saudável, elimina a necessidade masoquista do martírio, do sacrifício, do sofrimento, como às vezes, demonstra-se para os outros, que somente se justificam quando as situações impõem o testemunho de fé, isto é, a perfeita coerência entre aquilo em que crê e expressa, e as defecções que lhe são impostas, tornando-se alguém decidido e sem medo ante essas conjunturas, sendo fiel ao comportamento íntimo e externo que adota.”
            O amor a Deus será conseqüência de nossos atos, através do exercício do amor a nós mesmos, do amor ao próximo, do amor à natureza, do amor à vida, enfim do amor a toda a Criação Divina. Quanto mais exercitamos esse amor, mais sentiremos Deus em nós mesmos, deixando de O temer, para amá-lo infinitamente.

Do livro: PSICOTERAPIA À LUZ DO EVANGELHO DE JESUS
            Alírio de Cerqueira Filho                            

sexta-feira, 24 de junho de 2011

SIMPLICIDADE


                A vida de muitas criaturas, além de desvitalizada, é circunstanciada por miudezas dispensáveis, desperdiçada com detalhes desnecessários. A simplicidade traria enormes benefícios para elas, as tiraria do cativeiro dos valores estabelecidos pelas convenções arbitrárias, lhes clarearia a visão e lhes traria mais leveza e tranqüilidade existencial.
                Acumular informações sem pensar, se atopetar de pertences, entulhar roupas e abarrotar a casa de coisas supérfluas é uma característica muito difundida na sociedade moderna.
                À medida que novos elementos se somam aos bens físicos e intelectuais já adquiridos, passamos a alimentar a compulsão de armazenar ainda mais  coisas, levando-nos a agir em função de uma suposta vantagem imediata, sem analisar as utilidades e conseqüências futuras dessa prática.
                Muitos indivíduos, equivocadamente, associam simplicidade com pobreza, mas existe uma diferença fundamental.
                A simplicidade é uma opção de vida tanto do rico como do pobre, enquanto que a pobreza é, por si só, a privação de valores morais, intelectuais e espirituais de um indivíduo, e não necessariamente, a falta de recursos materiais para a sua subsistência.
                Quando nos livramos de tudo que é inútil e secundário, passamos a tomar consciência do que verdadeiramente temos e do que precisamos. Abrir mão dos trastes, de informações desnecessárias e de objetos em desuso exercita o desapego e facilita-nos a libertação dos ecos do passado. A partir disso, somam-se novas concepções, e as velhas mágoas, as culpas, os ressentimentos, os conflitos se dissipam, habilitando-nos a viver plenamente o momento presente.
                Os homens simples se comunicam com sabedoria e humildade, enquanto que os complicados falam com presunção e pedantismo, são enfadonhos e prolixos, por que estão repletos de idéias ultrapassadas; contam e recontam seus discursos e mesmo assim parecem não dizer nada.
                A simplicidade de alma induz o indivíduo a se expressar com clareza, segurança e objetividade. Capazes de elaborar idéias de forma lógica, coerente e harmoniosa, tais pessoas resumem tudo o que querem dizer por meio de expressões sintéticas.
                Quem se apartou da simplicidade vive na futilidade dos seus pensamentos, com entendimento entenebrecido, alienados da vida de Deus pela sua ignorância, por isso coleciona coisas neuroticamente, acreditando numa ilusória segurança, mas esquecendo que não pode encontra-la fora de si mesmo, muito menos por trás de um amontoado de conceitos, informações, acessórios e pertences sem serventia.
                Buda ensinava: se você não conseguir em si mesmo, onde irá buscar?
                Muita coisa no mundo da erudição é tida como formação cultural, quando, na verdade, nada mais é do que entulho intelectual.
                Aquele que ignora seu nível de necessidade legítimo, determinado por sua realidade profunda, vive sobrecarregado pelo peso da repressão sociocultural, se distancia da simplicidade e perde a própria identidade.
                Muitas vezes, nossas agendas internas se abarrotam e entram em colapso com nossos ritmos interiores. Sentimo-nos exauridos porque estamos fora de sintonia com a simplicidade. Abrir mão de posses desnecessárias é ir ao encontro de uma vida pacífica e harmoniosa.
                Muitas criaturas se abarrotam impensadamente das instruções obtidas nos jornais, na televisão, nas salas de aula, nos livros, como sendo verdades absolutas. Essas informações podem muito nos ajudar, desde que não as elejamos como a verdade. A verdade não está na conceituação das palavras ou textos que lemos, mas nas experiências que podemos ter com ela, e a partir dela.
                As vozes inspirativas da alma são providas de síntese e simplicidade, que a Vida Providencial murmura em nossa intimidade.
                A simplicidade  consiste em não ficar distante do que é natural e espontâneo, uma vez que aqueles se afastam dela ficam com entendimento entenebrecido e alienados da vida de Deus.

UM MODO DE ENTENDER, UMA NOVA FORMA DE VIVER
Francisco do Espírito Santo Neto – Espírito Hammed


quinta-feira, 23 de junho de 2011

VIDA INTERIOR


                Tão necessário quanto a alimentação para uma existência saudável, o cultivo da reflexão, da oração e da meditação torna-se de relevância. A primeira atende às células físicas e o outro àquelas que são de ordem psíquica, geradoras da organização material. Em a vibração harmônica, procedente do psiquismo, o campo no qual se desenvolvem as de constituição condensada desequilibra-se e, por conseqüência, a distonia na forma prejudica a realização da modelagem no exterior.
                O oxigênio mantém o corpo, a onda mental sustenta a vida. Indispensáveis, ambos, para o ser em equilíbrio, nem sempre são utilizados, esses recursos, com a sabedoria que conduz à dosagem própria. Alguns indivíduos, compreendendo a necessidade de uma respiração bem orientada, buscam esportes e espairecimentos ao ar livre, descuidando-se da vida interior ou abandonando outros compromissos que constituem imperativo básico para o seu real crescimento. Outros, tomados pelo entusiasmo e encantamento do bem-estar que fruem mediante o exercício de interiorização, descuidam-se dos relacionamentos humanos e isolam-se, criando fatores dissolventes na área do comportamento, que levam ao egoísmo, à falta de solidariedade edificante no mundo social.
                A vida interior bem direcionada ensina a criatura a aceitar-se como é, sem desejar imitar modelos transitórios das glórias momentâneas, que brilham sob os focos das lâmpadas da ilusão; mas também a não ambicionar parecer-se com outrem, cujas características são belas nele e não em quem as aspira. Ser autêntico em si mesmo, auto-amar-se, sem derrapar nas ambições acumuladoras inspiradas pelo egoísmo, nem supor-se melhor do que os demais, constitui uma vitória sobre os conflitos e os complexos que atormentam e facultam a desvalorização da pessoa amargurada entre lutas internas e fracassos externos.
                Ao aceitar-se como é, desenvolvendo os recursos íntimos para mais crescer e conquistar novos valores morais, o ser atinge o cume das ambições que anelava, sem o saber, não sofrendo os impactos perturbadores das alturas, nem as aflições das regiões servis de onde procede.
                Esse comportamento sugere a experiência do amor, como forma de entrega lúcida e destituída das paixões que amesquinham o sentimento. Ao amar, busca esquecer-se de si mesmo a fim de doar-se, enriquecendo-se enquanto promove os demais. Esse desdobrar do sentimento afetivo constitui o momento glorioso da auto-realização, aquele, no qual, o ser entoa um canto de entusiasmo à vida, exaltando-a e glorificando-a em si mesmo e em torno dos próprios passos. Essa manifestação do amor irrompe do seu interior como um sol que nasce suave e belo, crescendo até atingir o máximo, com uma diferença, que é a de não declinar jamais, permanecendo a aquecer e iluminar.
                Enquanto perdura o sentimento de amor-permuta, dar para receber, ou primeiro receber para doar depois, o egoísmo, o sentido de criança psicológica permanece dominador, dificultando o amadurecimento real.
                Esse amor que leva ao auto-esquecimento – das paixões perturbadoras, das exigências descabidas, das ilusões injustificáveis – é conquista interior que dignifica e liberta.
                Nessa fase do desenvolvimento da vida interior, o ser passa a acreditar na sua destinação espiritual, que é a conquista da felicidade desde agora, e, tranqüilizando-se quanto aos fatores dissolventes e amesquinhantes, avança sem preocupar-se com as torpezas que ficam na retaguarda.
                Somente acreditando nas próprias possibilidades e empenhando-se por vivê-las, apesar dos obstáculos que surgem, é que se atinge com êxito a viagem interior, o autodescobrimento e as técnicas que podem ser aplicadas para auferir os benefícios dessa realização.
                Alcançando esse estágio, surge a vontade da libertação das coisas, das cadeias frágeis que atam aos condicionamentos passados, que pareciam oferecer segurança, em uma existência física que se interrompe a qualquer momento, mas que parece impor necessidades de fixação, que não vão além de quimeras. Todos os pertences valem o preço que lhes são atribuídos, devendo ser considerados de menor importância, embora a sua momentânea utilidade. A libertação dos pertences é momento de alta magnitude para a harmonização psicológica em relação à vida, seja no corpo ou fora dele.
                A vida interior implícita, quando conquistada, ressurge no campo das formas em manifestação explícita. O ser se apresenta total, livre de impedimentos, rico de aspirações, sem conflitos, sem queixas; pleno, portanto.

Do livro: VIDA: DESAFIOS E SOLUÇÕES
DIVALDO P. FRANCO/JOANNA DE ÂNGELIS


quarta-feira, 22 de junho de 2011

NO MUNDO MAIOR - sinopse

NO MUNDO MAIOR
Francisco Cândido Xavier/André Luiz

Resumo Capítulo a Capítulo:


Cap 1 — Entre dois planos —No plano terrestre: são especificados os procedimentos nas tarefas espirituais de atendimento imediato, não programados, de casos de loucura, suicídios e extremos desastres morais.
Cap 2 — A preleção de Eusébio — Exortação espiritual quanto à ameaça do equilíbrio terrestre pelas doenças da alma. O comportamento humano é radiografado e mostrado à beira dos abismos da alienação mental. Voluntários dedicados são convocados à tarefa da salvação dos displicentes e dos recalcitrantes. É citado o serviço de assistência às cavernas...
Cap 3 — A Casa Mental — Novos conceitos psíquicos a serem compreendidos:
- perversidade: como loucura
- revolta: como ignorância
- desespero: como enfermidade.
Ainda neste capítulo encontramos preciosa instrução espiritual sobre o cérebro humano, que é comparado a um castelo de três andares, nos quais localizam-se:
- primeiro andar: residência dos impulsos automáticos (subconsciente/o passado) – hábito e automatismo
- segundo andar: domicílio das conquistas atuais (consciente/o presente) – esforço e a vontade
- terceiro andar: - casa das noções superiores (superconsciente/o futuro) – ideal e meta superior.
Há descrição de dois cérebros interligados: obsessor-obsidiado, que odeiam-se reciprocamente, daí resultando estarem ambos loucos, quanto à organização perispiritual.
São citados os “vermes mentais” que produzem moléstias da alma, no cérebro perispiritual.

Cap 4 — Estudando o cérebro — Há a impressionante narração de um crime (assassinato) e suas terríveis conseqüências. É citada a “química espiritual”, instalada no cérebro do desencarnado, muitas vezes com ação conjunta à química orgânica e inorgânica do encarnado.
Somos informados de que o sofrimento áspero, mas redentor, da expiação, não acontece apenas na esfera carnal, mas também em regiões sombrias fora dela...

Cap 5 — O poder do amor — Há exemplar doutrinação espiritual, mostrando a ascendência moral do doutrinador, tarefeiro do Bem: na desobsessão, por exemplo, aqui focalizando um caso em que o obsidiado (que cometeu assassinato), em desdobramento pelo sono, é levado a ficar frente a frente com o obsessor (a vítima), o perdão harmonizando ambos, por fim.
Cap 6 — Amparo fraternal — Narração de um homem vivendo os prazeres do mundo e de uma jovem pobre que para custear tratamento médico da mãe se une a ele. Os dois são doutrinados, durante o desdobramento pelo sono. Em conseqüência, retificam seu procedimento.
Cap 7 — Processo redentor — Trata do esforço da Espiritualidade para impedir processos de loucura. Nesse contexto, sobressai o valor da “prece intercessória”. Reafirma que o Espírito não retrocede em hipótese alguma, contudo as formas de manifestação do ser podem sofrer degenerescência (destrambelho dos elementos perispiríticos) — mongolismo, por exemplo.
NOTA SOBRE CHOQUE ELÉTRICO: Atualmente, são outros os conceitos sobre o tratamento por choque elétrico, que tiveram seu emprego consideravelmente restringido após o progresso da psicofarmacologia.

Cap 8 — No Santuário da Alma — Explana sobre a epilepsia, cujas causas, geralmente, situam-se nos descaminhos das vidas passadas e na vida presente, carreando interferências obsessivas, disfunções mentais, com reflexos perispiríticos, ocasionando transtornos orgânicos. A cura se dará pela reforma íntima, passes e principalmente a fé positiva — edificação espiritual, enfim.
Cap 9 — Mediunidade — Demonstra que, em mediunidade, o animismo não deve tomar o caráter inquisitorial, e sim, o educativo. A intuição pura é considerada a mediunidade mais estável e bela entre os homens.
Cap 10 — Dolorosa perda — Há impressionante descrição de um aborto, visto do plano espiritual: o perispírito do abortado, imantado ao corpo daquela que lhe seria mãe, promove tamanha onda de ódio que leva-a a uma imprevista e dolorosa desencarnação.
Cap 11 — Sexo — O amor é enaltecido, ao tempo que mostra como os descaminhos dos prazeres promíscuos levam à loucura. Conquanto demonstrando respeitosa posição à Medicina terrena (discorrendo sobre a escola freudiana da psicologia analítica), a Espiritualidade indica que os desequilíbrios sexuais são doença da alma.
Cap 12 — Estranha enfermidade — O texto elucida os conflitos da esquizofrenia (originária de sutis perturbações do perispírito), dos quais resultam um conjunto de moléstias variáveis e indeterminadas no corpo físico. Neste capítulo, de forma absolutamente inédita, é mostrado como a Espiritualidade provoca uma desencarnação, como providência compassiva, a benefício do desencarnante e dos seus familiares.
Cap 13 — Psicose afetiva — Traz-nos a emocionante lição de como a Espiritualidade amiga impede um suicídio (por merecimento) de uma jovem desiludida e humilhada no amor, impondo-lhe sono profundo, horas antes do lance fatídico. Desdobrada pelo sono, a jovem é doutrinada, vindo a desistir do suicídio, por compreender que as dores da experiência humana, são “dons do Divino Suprimento” e que por vezes há “vantagens que só podem ser encontrados na solidão”...
Cap 14 — Medida salvadora — Nova lição transcendental: a Espiritualidade amiga ministrando ajuda, através providência provisória, mas drástica: provoca desarmonia no corpo de um alcoólatra, a benefício do próprio e também visando amparar à esposa e dois filhinhos.
Põe a descoberto como nos ambientes menos dignos há “multidão de entidades conturbadas e viciosas” (Espíritos desencarnados), em triste sociedade, por afinidade. Vê-se ali, em perfeita simbiose mental:
- encarnados/alcoólatras
desencarnados (também alcoólatras)
- dançarinos (voltados para o primitivismo do ser, embalados por música inferior e pela viciação dos sentidos, com gestos ridículos, gritos histéricos, em “atitudes que muitos símios talvez se pejassem”)
  correspondendo inconscientemente a desencarnados que a isso os induziam, fazendo-lhes companhia-sociedade invisível...
Cap 15 — Apelo cristão — Discorre sobre uma assembléia de encarnados (religiosos católicos romanos e protestantes das Igrejas reformadas), os quais, desdobrados pelo sono, em companhia de desencarnados, recebem valiosa lição-alerta sobre os ranços do dogmatismo e da divisão humana da fé. É enaltecida a união fraternal vivenciada pelos heróis anônimos que transitaram nas aflições, dos então primeiros aprendizes da Boa-Nova. É mostrado o erro dos sacerdotes políticos que dividiram em várias escolas a “Religião do Amor Universal”, fundada por Jesus, do que resultaram os desvarios da separação por motivos de fé.
Cap 16 — Alienados mentais — A loucura é considerada como suicídio “habilmente dissimulado”, pela não resistência à dor e pela entrega (também sem resistência) à perturbação destruidora, que por fim, abre as portas da morte.
Nota: S.M.J., temos aqui uma inédita informação da Espiritualidade amiga, quanto à uma outra espécie de suicídio.
Recebemos fortes advertências neste capítulo:
- impaciência e tristeza são forças terríveis a desarmonizar a mente, perdurando por várias existências;
- a alienação mental é início da “descida da alma às zonas inferiores da morte”;
- quanto aos recém-nascidos ou os que na infância apresentam esse quadro, tal é reflexo de comportamento equivocado no passado, colidindo forte com as Leis Divinas.

Cap 17 — No limiar das cavernas —No “Baixo Umbral” (cavernas de sofrimento, no plano espiritual) existe “zona medonhamente sombria”, a tal ponto, que A.Luiz não teve permissão de nela se aprofundar, mas apenas a de permanecer no limiar daquelas cavernas, e assim mesmo, acompanhado de Instrutor espiritual. É citado o insólito caso de Espíritos de grande intelectualidade e poder mental, mas desprovidos de amor, os quais, por serem extremamente devedores das Leis Divinas, como passos iniciais de melhoria moral, eventualmente recebem determinação educativa de realizar tarefas laboriosas no seio da Natureza.
Cap 18 — Velha afeição — Este capítulo é de comovente sublimidade: A.Luiz reencontra e socorre o avô, a quem tanto amara quando criança e por quem tanto também era amado. Seu avô estava já há quarenta anos estacionado no “Baixo Umbral”. O reencontro de ambos é pungente. A beleza literária da narração só é superada pela exaltação da Lei do Amor.
Cap 19 — Reaproximação — Demonstra como a pobreza extrema, com trabalho educativo, imposta pela Espiritualidade protetora, pode ser reeducativa para as aspirações de duas pessoas interligadas por problemas de vidas passadas. No caso, é programado reencontro entre réu e vítima. Aceito por ambos esse reencontro, ficam a descoberto os imensos benefícios da bênção do perdão, trazendo-lhes felicidade.
Cap 20 — No Lar de Cipriana - É descrita essa benemérita instituição espiritual, onde incontáveis espíritos estagiam, aprendendo o reajustamento anímico, através o auto-reconhecimento, preparando-se para melhores condições de vida. Na verdade, tal instituição é “verdadeira oficina de restauração do espírito”. No “Baixo Umbral” (cavernas de sofrimento, no plano espiritual) existe “zona medonhamente sombria”, a tal ponto, que A.Luiz não teve permissão de nela se aprofundar, mas apenas a de permanecer no limiar daquelas cavernas, e assim mesmo, acompanhado de Instrutor espiritual. É citado o insólito caso de Espíritos de grande intelectualidade e poder mental, mas desprovidos de amor, os quais, por serem extremamente devedores das Leis Divinas, como passos iniciais de melhoria moral, eventualmente recebem determinação educativa de realizar tarefas laboriosas no seio da Natureza.
“No Mundo Maior” tem como fecho magistral prece, exorando a proteção de Jesus.


Extraído de: http://www.institutoandreluiz.org/sinopse



terça-feira, 21 de junho de 2011

ENQUANTO

Busque agir para o bem, enquanto você dispõe de tempo. É perigoso guardar uma cabeça cheia de sonhos, com as mãos desocupadas.

Acenda sua lâmpada, enquanto há claridade em torno de seus passos. Viajor algum fugirá às surpresas da noite.

Ajude o próximo, enquanto as possibilidades permanecem de seu lado. Chegará o momento em que você não prescindirá do auxílio dele.

Utilize o corpo físico para recolher as bênçãos da vida Mais alta, enquanto suas peças se ajustam harmoniosamente. O vaso que reteve essências sublimes ainda espalha perfume, depois de abandonado.

Dê suas lições sensatamente, na escola da vida, enquanto o livro das provas repousa em suas mãos. Aprender é uma bênção e há milhares de irmãos, não longe de você, aguardando uma bolsa de estudos na reencarnação.

Acerte suas contas com o vizinho, enquanto a hora é favorável. Amanhã, todos os quadros podem surgir transformados.

Ninguém deve ser o profeta da morte e nem imitar a coruja agourenta. Mas, enquanto você guardar oportunidade de amealhar recursos superiores para a vida espiritual, aumente os seus valores próprios e organize tesouros da alma, convicto de que sua viagem para outro gênero de existência é inevitável.

Do livro: Agenda Cristã – Chico Xavier/André Luiz

segunda-feira, 20 de junho de 2011

AS BÊNÇÃOS DE DEUS II



            Tudo são bênçãos em a natureza.
            O espírito imortal, na sua saga formosa de desenvolvimento dos tesouros inabordáveis que lhe jazem em germe, etapa após etapa acumula experiências e conhecimentos que o levam a louvar, a agradecer e a pedir a Deus ajuda para melhor integrar-se na harmonia da Criação.
            Penetrando, pouco a pouco, a sua sonda perquiridora do raciocício no organismo da vida exuberante, vai encontrando as respostas que o engrandecem e lhe facilitam o entendimento em torno dos objetivos essenciais da pequena existência terrena, ambicionando a grandeza estelar.
            Observa a ordem em todas as coisas e o equilíbrio das leis universais e morais, sentindo-se compelido a contínuas alterações de entendimento, conforme os resultados obtidos no seu empenho de crescimento intelecto-moral.
            É perfeitamente natural que, em cada época, conforme o desenvolvimento dos valores intelectivos, o ser humano, em sua ânsia de decifrar as incógnitas que encontrava em toda a parte, procurasse entender Deus r submetê-Lo ao crivo da sua dimensão ridícula.
            O esforço redundou nas conceituações primárias em torno do Criador, limitando-O à sua capacidade de compreensão, estabelecendo normas que O diminuíssem aos limites das condições precárias da razão em desenvolvimento, facultando o surgimento dos deuses, como verdadeiros inevitáveis arquétipos defluentes do seu avanço pela escala evolutiva.
            Do Deus bárbaro e vingativo, imprevidente e humanóide , lentamente passou com Jesus Cristo à condição de Sublime Pai, num conceito afetuoso e ainda humano, porém compatível com a humana capacidade de vivenciá-Lo no seu dia a dia.
            Com o advento da ciência, com o desdobramento da filosofia, rompendo as barreiras do passado e facultando a libertação de conceitos que foram deixados porque portadores de rebeldia e de pessimismo, nova compreensão da Sua magnitude tomou lugar na esfera das reflexões e o materialismo surgiu como sendo a fórmula mágica para tranqüilizar as mentes incapazes de penetrar nas abstratas concepções em torno Dele.
            Na atualidade, ainda vestido de mitos e de absurdos, dominado por paixões nacionais e políticas, crendices e ritualismos, permanece vitorioso em cultos externos que não resistem às profundas análises da lógica nem da razão, servindo de ópio para as massas, que o autoritarismo religiosos de algumas doutrinas ortodoxas ou ingênuas ainda submetem.
            Essa Inteligência criadora que precede ao big bang permanecerá por tempo indeterminado não entendida em todos os seus aspectos, pois que, se o fosse, já não seria a Causalidade, cedendo seu lugar ao ainda mesquinho ser humano que ensaia os seus primeiros passos na compreensão da sua própria realidade.
            Vivendo mais por automatismo e acreditando por condicionamentos como viver e melhor ser feliz, o ser humano em evolução não dispõe da capacidade de abarcar a Natureza da natureza, somente para satisfazer a sua ambição intelectual.
            Desse modo, mesmo quando não entende Deus, sente a Realidade em tudo e percebe-se mergulhado nesse Oceano de harmonia que o comove e não lhe permite estabelecer se Deus está nele ou se apenas é...

Do livro: Entrega-te a Deus
Divaldo Pereira Franco/Joanna de Ângelis

domingo, 19 de junho de 2011

O PERISPÍRITO


A alma está, durante a vida material, assim como depois da morte, revestida constantemente de um envoltório fluídico, mais ou menos sutil e etéreo, o perispírito ou corpo espiritual. O perispírito serve de intermediário da alma e do corpo material: transmite à alma as impressões dos sentidos e comunica ao corpo as vontades do espírito. No momento da morte, destaca-se da matéria tangível, abandona o corpo às decomposições do túmulo; porém, inseparável da alma, conserva a forma exterior da personalidade desta. O perispírito é, pois, um organismo fluídico; é a forma preexistente e sobrevivente do ser humano, sobre a qual se modela o envoltório carnal, como uma veste dupla e invisível, constituída de matéria quintessenciada, que atravessa todos os corpos por mais impenetráveis que estes nos pareçam.a matéria grosseira, incessantemente renovada pela circulação vital, não é a parte estável e permanente do homem. É perispírito o que garante a manutenção da estrutura humana e dos traços fisionômicos, e isto em todas as épocas da vida, desde o nascimento até a morte. Exerce, assim, a ação de uma forma, de um molde contrátil e expansível sobre o qual as moléculas vão incorporar-ser.
            Esse corpo fluídico não é imutável; depura-se e enobrece-se com a alma; segue-a através das suas inumeráveis encarnações; com ela sobe os degraus da escada hierárquica, torna-se cada vez mais diáfano e brilhante para, em algum dia, resplandecer com essa luz radiante.é no cérebro desse corpo espiritual que os conhecimentos se armazenam e se imprimem em linhas fosforescentes, e é sobre essas linhas que, na reencarnação, se modela e forma o cérebro da criança. Assim, o intelecto e o moral do espírito, longe de se perderem, capitalizam-se e se acrescem com as existências deste. Daí as aptidões extraordinárias que trazem ao nascer, certos seres precoces, particularmente favorecidos.
            A elevação dos sentimentos, a pureza da vida, os nobres impulsos para o bem e para o ideal, as provações e os sofrimentos pacientemente suportados, depuram pouco a pouco as moléculas perispiríticas, desenvolvem e multiplicam as suas vibrações. Como uma ação química, eles consomem as partículas grosseiras e só deixam subsistir as mais sutis, as mais delicadas.
            Por efeito inverso, os apetites materiais, as paixões baixas e vulgares reagem sobre o perispírito e o tornam mais pesado, denso e escuro. A atração dos globos inferiores, como a Terra,exerce-se de modo irresistível sobre esses organismos espirituais, que, em parte, conservam as necessidades do corpo e não podem satisfazê-las. As encarnações dos espíritos que sentem tais necessidades sucedem-se rapidamente, até que o progresso pelo sofrimento venha atenuar suas paixões, subtraí-los às influências terrestres e abrir-lhes o acesso de mundos melhores.
            É pelas correntes magnéticas que o perispírito se comunica com a alma. É pelos fluidos nervosos que ele está ligado ao corpo. Esses fluidos, posto que invisíveis, são vínculos poderosos que o prendem à matéria, do nascimento à morte, e mesmo, nos sensuais, assim o conservam, até à dissolução do organismo. A agonia representa a soma de esforços realizados pelo perispírito a fim de se desprender dos laços carnais.
            O fluido vital, de que o perispírito é a origem, exerce um papel considerável na economia orgânica e explica muitos problemas patológicos. Ao mesmo tempo agente de transmissão das sensações externas e das impressões íntimas, ele é comparável ao fio telegráfico, transmissor do pensamento, e que é percorrido por uma dupla corrente.
            Esse organismo espiritual, semelhante ao corpo material, é um verdadeiro reservatório de fluidos, que a alma põe em ação pela sua vontade. É ele que no sono se desprende da matéria, transporta-se a distâncias consideráveis e vê, percebe e observa coisas que o corpo não poderia conhecer por si.

Do livro: Depois da Morte – Léon Denis
           


sábado, 18 de junho de 2011

CARMAS IMAGINÁRIOS


                Carma = ação.
                Tomou a conotação cultural-religiosa de destino traçado e imutável, servindo para designar as coisas ruins que podem acontecer a alguém em ração de erros perpetrados em outras existências carnais.
                Costuma estar associado ao sofrimento ou algo que não aceitamos e somos obrigados a tolerar, por tratar-se de um débito que assumimos antes de renascer fisicamente.
                Assinala-se que o sentido existencial da reencarnação é pagar dívidas, resgatar crimes, construindo assim um enfoque pessimista e aterrorizante para a filosofia espírita em função de interpretações errôneas ao sabor do desamor e da punição. A pior conseqüência dessa forma de entendimento é o cultivo da dor como mecanismo de evolução e crescimento, gerando um clima de tristeza regado pela cultura do não merecimento. Diz-se que é necessário tolerar com resignação todas as provas e adota-se uma postura de incondicional passividade ante as lutas, usando de tolerância orgulhosa ante as infelicidades da vida.
                Entre pessoas que vivem nesse regime, a dor assume a feição de um troféu importante de se exibir, e passa a ser heróico falar da quantidade de dificuldades para dar a impressão do tamanho do carma. É um fenômeno comportamental sui generis, porque, em verdade, é mais uma faceta da vaidade que teima em se manifestar ostentando a elevação espiritual que logrará essa criatura tão logo ao desencarnar, já que se convencionou a idéia de que quanto mais sofre, mais espiritualizado estará.
                Essa postura de resignação passiva é atavismo religiosista proveniente da formação dos últimos milênios, na qual estipulou-se o conceito do eu pecador na desvalorização do homem perante Deus e o mundo, inserindo a culpa e a ausência de méritos como os valores a serem cultuados.
                Os reflexos desse estado psicológico fazem-se sentir através do perfeccionismo, da autopunição, das cobranças exacerbadas e da inaceitação de si mesmo.
                Existem muitos corações respirando nesse regime de dor como fonte de salvação que se encontram revoltados, inconformados, odientos e prestes a cometer um mau ato, alimentando a infeliz concepção de que estão queimando seus débitos esforçando-se para manterem a resignação dentro dessa perspectiva de passividade plena na espera de que Deus e os bons espíritos venham mudar as coisas.
                São carmas imaginários, a representação mental distorcida de realidade. Uma situação que amplia o sofrimento do homem por ausência de sensatez e de amor a si mesmo. São imaginários, porque nem sempre correspondem aos verdadeiros lances de aprendizado projetados antes das reencarnações, acumulando dores voluntárias para seus cultores por imaginar que todos os problemas pelos quais passam têm origem em desluzes cometidos em outras existências corporais.
                Em uma análise feita daqui para o mundo físico, constatamos que pelo menos 2/3 dos sofrimentos humanos provém da imprudência e de escolhas mal feitas, não sendo real atribuir a outras existências esse uso do livre-arbítrio. O discernimento poderá comprovar essa realidade.
                Além da improbabilidade real de muitos fatos estarem submetidos à Lei de Causa e Efeito, devemos considerar que a finalidade do sofrimento é aprender, e se mantivermos uma resignação de fachada sem atingir o homem no seu orgulho, e nos seus interesses materiais, de nada nos valerá a dor, causando ainda muitos problemas na vida imortal.
                Se continuarmos ao lado dessa ou daquela pessoa em nome de carmas originados de um passado suspeito e não confirmado, estaremos trabalhando pela nossa infelicidade, apenas suportando – tolerância estática - , quando o propósito Divino das provações é o aprendizado – resignação ativa.
                Se nos mantivemos nessa ou naquela posição social por carma, em decidida preguiça de melhorar, estaremos adiando uma provável opção de Deus em nosso favor por não agirmos para sair das situações incômodas.
                Isso não nos deverá em hipótese alguma incentivar as decisões de fuga e abandono dos compromissos, porque, em verdade, estaremos assim fugindo de nós próprios, transferindo para os novos relacionamentos ou lugares as mesmas mazelas anteriores.
                Resignação sim, mas ativa e otimista. Tolerância construtiva nos relacionamentos para que haja crescimento. Esforço pessoal no campo social para que nos credenciemos a maiores responsabilidades e benefícios.
                Agüentar por agüentar, sofrer por sofrer é ausência de consciência nas provas e adiamento de soluções.
                Suportar por suportar é perda incalculável. Suportar trabalhando para vencer e aprender é solução a caminho.
                Se estamos na dor, precisamos entender seus alvitres, suas indicativas em favor de nosso aprendizado, a fim de sairmos da lamentável condição de vítimas cármicas de dores que poderíamos superar.

Do livro: MEREÇA SER FELIZ – Superando as ilusões do orgulho
Wanderley S. de Oliveira – Espírito Ermance Dufaux

sexta-feira, 17 de junho de 2011

O EXERCÍCIO DO AMOR AO PRÓXIMO IV


A maneira correta de proceder em relação a nosso próximo é tomar consciência plena de si mesmo, das suas tendências à indiferença ou crueldade, bem como ao sentimentalismo. É fundamental realizar consigo mesmo a técnica PARDA.
A realização desta reflexão profunda sobre si mesmo, vai proporcionar à pessoa, o desenvolvimento do dever consciencial que, ao contrário da culpa geradora da obrigação de realizar ações de benemerência – para anestesiar a ansiedade de consciência – leva a pessoa a exercitar o alo-amor. Conscientizando-se do quanto é boa a solidariedade para com as dificuldades alheias, transmuta a tendência, que muitos de nós ainda trazemos, de sermos indiferentes para com outras pessoas, devido a acomodação.
O dever provém de nossa própria consciência e começa em nós mesmos. O exercício do dever consciencial nos impulsiona a busca do bem, do bom e do belo. O seu exercício está condicionado ao livre-arbítrio.
Podemos passar por cima de nossa consciência, embotando-a ou mascarando-a, mas somente pela autoconscientização é que estaremos transmutando as paixões do egoísmo, egocentrismo, orgulho, para realizar o que a nossa consciência determina, libertando-nos, tanto da indiferença e da crueldade, quanto da ansiedade de consciência.
Essa autoconsciência produz um relacionamento com o próximo, baseado no movimento essencial, direcionado pela nossa essência de amor.
Diante das necessidades do próximo, a pessoa tem uma atitude de solidariedade, empatia e compaixão, isto é, ela colocar-se no lugar do outro, vendo-o como um ser em evolução, assim como ela também o é, com as mesmas necessidades de amar, ser amado e conquistar a felicidade e a plenitude. Ela faz o melhor que pode para ajudar o outro, sem querer resolver o seu problema, pois esta não é a sua função.
Cada um de nós necessita se responsabilizar pela própria vida. Com certeza, não gostaríamos que nos tratassem como coitados e incapazes de nos responsabilizarmos pela nossa própria vida. Por isso, toda ajuda é muito valiosa, desde que essa responsabilidade não seja suprimida.
Com tal postura, a pessoa simplesmente ajuda a outra a se ajudar. Ela age com responsabilidade diante do próximo, mantendo a sua individualidade e respeitando a individualidade dele, ajudando-o a desenvolver a responsabilidade por si mesmo.
O que a motiva é a consciência de si mesmo, como Ser Essencial, dotada da capacidade de amar e servir, fato que a plenifica.
Somente esse movimento essencial ode gerar o verdadeiro amor ao próximo, que é permanente, pois se baseia na empatia, solidariedade e compaixão.
As posturas egóicas são impermanentes, transitórias, gerando relacionamentos superficiais e patológicos, porque são originados do desamor ou pseudo-amor. Somente o amor pode vincular as pessoas umas às outras, através de laços indissolúveis, enquanto os laços do desamor e pseudo-amor são transitórios, como todos os sentimentos que provêm do ego.
Todas as pessoas que utilizam o estilo de vinculação através do ego, um dia despertarão para o verdadeiro vínculo, que pode se dar com a energia do amor. Isso vai nos possibilitar sentir que, em essência, estamos todos ligados pelos laços do amor, laços que transcendem a dimensão transitória do desamor e do pseudo-amor.
Resumindo: diante do nosso próximo, podemos agir de duas formas extremistas egóicas e uma essencial, equilibrada. Num dos pólos egóicos, de forma inconsciente, através da crueldade e indiferença. No outro, de forma pseudoconsciente, por consciência de culpa, geradora do sentimentalismo. O equilíbrio é o meio termo entre os extremos, no qual agimos de forma autoconsciente, gerando o dever consciencial, a compaixão e a solidariedade. Como todos estamos na condição de seres em evolução, ora estagiamos num pólo egóico, ora em outro e, muitas vezes, até em ambos, simultânea ou consecutivamente. Fundamental, portanto que desenvolvamos cada  vez mais em nó o dever consciencial  para que possamos exercitar o amor ao próximo, fazendo aos outros o que gostaríamos que nos fizessem. 

Do livro: PSICOTERAPIA À LUZ DO EVANGELHO DE JESUS
            Alírio de Cerqueira Filho