Obviamente, o curso do autodesenvolvimento espiritual
não e tarefa para apenas uma existência. Certamente continuará do lado de lá,
assim como em outras encarnações. Também não podemos imaginar que tal
aprendizado advirá exclusivamente de determinados cursos que venhamos a
frequentar. Eles podem, na melhor das hipóteses, ajudar em determinados
momentos, mas a maior parte desse processo de alfabetização ocorrerá mediante:
constantes e solitários exercícios de reflexão e meditação acerca das atitudes
tomadas no dia a dia; a busca incessante do autoconhecimento; a coragem para
enfrentar as sombras da personalidade; e a determinação para proceder tomando
sempre o bem como bússola. Paralelamente a esse esforço, o aluno deverá
voltar-se a Deus através da oração sincera e confiante a fim de que os seus
canais intuitivos captem sempre as melhores sugestões.
Não poderá abdicar também de mergulhar a sua atenção
em leituras edificantes, esclarecedoras, eivadas de sabedoria e experiências
humanas valiosas que lhe facultem condições de vislumbrar a dimensão antes
ignorada, isto é, a da vida espiritual. Pode-se prever que o bom aluno mudará
consideravelmente a sua percepção e conduta a partir daí. Os seus gostos, preferências
e aspirações sofrerão profundas mudanças, a sua sensibilidade no trato com os
semelhantes será amplificada, assim como dilatada a sua capacidade de
compreensão dos fatos e eventos, entre outros tantos benefícios. Com toda
certeza estará mais preparado para ouvir, dialogar e entender os companheiros
de jornada.
Muitas vezes o bom aluno ver-se-á envolvido numa
aparente solidão. Afinal, a sua gama de interesses e até mesmo objetivos
transmutam-se completamente. Mas é na quietude da alma que encontrará respostas
e conclusões para os mais importantes dramas existenciais. Concomitantemente,
compreenderá que deverá desenvolver os recursos da paciência, discernimento,
humildade, renúncia, emoções positivas, amor, fraternidade e tolerância –
algumas matérias, convenhamos, nem sempre lecionadas nas salas educativas da
Terra. O novo ser que emergirá dessa alfabetização dominará não apenas
pensamentos, emoções e poderosas forças interiores, mas estará apto a entender
e a cooperar de maneira mais incisiva na obra do Criador sendo uma criatura
melhor sob todos os aspectos e sentidos.
Anselmo Ferreira
Vasconcelos
Fonte: Jornal
Espiritismo Estudado – setembro/2014
imagem: google