O homem é, deste modo, um conjunto de
elementos que se ajustam e interpenetram, a fim de condensar-se em uma
estrutura biológica, assim formado pelo Espírito — ser eterno, preexistente e
sobrevivente ao corpo somático —, o perispírito — também chamado modelo organizador biológico, que é o
“princípio intermediário, substância semimaterial que serve de primeiro
envoltório ao Espírito e liga a alma ao corpo. Tais, num fruto, o germe, o
perisperma e a casca” — e o corpo — que é o envoltório material.
Estes elementos mantêm um inter-relacionamento profundo
com os respectivos planos do Universo.
O perispírito, também denominado corpo astral, é constituído de vários tipos de fluidos
(energia) ou de matéria hiperfísica, sendo o laço que une o Espírito ao corpo somático.
De importância máxima no complexo humano, é o moderno Modelo organizador biológico, que se
encarrega de plasmar no corpo físico as necessidades morais evolutivas, através
dos genes e cromossomos, pois que, indestrutível, eteriza-se e se purifica
durante os processos reencarnatórios elevados.
Pode-se dizer, que ele é o esboço, o modelo, a forma em
que se desenvolve o corpo físico. E na sua intimidade energética que se
agregam as células, que se modelam os órgãos, proporcionando-lhes o
funcionamento. Nele se expressam as manifestações da vida, durante o corpo
físico e depois, por facultar o intercâmbio de natureza espiritual. É o condutor
da energia que estabelece a duração da vida física, bem como e responsável pela
memória das existências passadas que arquiva nas telas sutis do inconsciente atual, facultando lampejos
ou recordações esporádicas das existências já vividas.
O filósofo escocês Woodsworth estudando-o, disse que é o Mediador plástico “através do qual
passa a torrente de matéria fluente que destrói e reconstrói incessantemente o
organismo vivo.”
Na sua estrutura de energia se localizam os distúrbios
nervosos, que se transferem para o campo biológico e que procedem dos
compromissos negativos das reencarnações passadas.
Igualmente ele responde pelas doenças congênitas, em
razão das distonias morais que conduz de uma para outra vida. Por isso mesmo,
trata-se de um organismo vivo e
pulsante, sendo constituído por trilhões de corpos unicelulares rarefeitos,
muito sensíveis, que imprimem nas suas intrincadas peças as atividades morais
do Espírito, assinalando-as nos órgãos correspondentes quando das futuras
reencarnações.
Veículo sutil e organizador, é o encarregado de fixar no
organismo os traumas emocionais como as aspirações da beleza, da arte, da
cultura, plasmando nos sentimentos as tendências e as possibilidades de
realizá-las.
Graças à sua interpenetração nas moléculas que constituem
o corpo, exterioriza, através deste, os fenômenos emocionais — carmas —,
positivos ou não, que procedem do passado do indivíduo e se impõem como
mecanismos necessários à evolução.
Comandado pelo Espírito mediante automatismos nas faixas
menos evoluídas da Vida, pode ser dirigido conscientemente, desde que se
encontre liberado dos impositivos dos resgates dolorosos, no processo da
aprendizagem compulsória.
Quanto mais o homem se espiritualiza, domando as más
inclinações e canalizando as forças para as aspirações de enobrecimento e
sublimação, mais sutis são as suas possibilidades plasmadoras, dando gênese a
corpos sadios, emocional e moralmente, em razão do agente causal estar liberado
das aflições e limites purificadores.
O amadurecimento psicológico proporciona ao indivíduo
utilizar-se das aquisições morais, mentais e culturais para estimular-lhe os
núcleos fomentadores de vida, alterando sempre para melhor a própria estrutura
física e psíquica pelo irradiar de energias saudáveis, reconstruindo o
organismo e utilizando-o com sabedoria para fruir da paz e da alegria de viver.
Do livro: O Homem Integral – Divaldo Pereira Franco/Joanna Di Ângelis
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