É
milenar a crença na imortalidade da alma. A crença nos espíritos consta no
passado da Terra. Vemos comunicações dos espíritos desde as mais remotas
histórias. No antigo Egito era tão comum que, em libertando o povo hebreu da
escravidão, Moisés proibiu as comunicações que eram banalizadas, por qualquer
motivo, o que tolhia o desenvolvimento da consciência.
Na
escala espírita, em O Livro dos Espíritos, Allan Kardec, de modo didático,
classificou os espíritos baseando-se em sue grau de evolução, nas qualidades
que adquiriram e nas perfeições que carregam. Temos aqueles em que há
predomínio da matéria sobre o espírito, que têm propensão para o mal,
ignorância; seres imperfeitos, alguns não essencialmente maus, mas ignorantes
do bem, na base da escala, a terceira ordem. Na segunda ordem vemos os bons
espíritos, que têm o desejo do bem, e na primeira ordem, no topo da escala, os
espíritos puros, aqueles que á alcançaram a perfeição. Kardec esmiúça bem esse
assunto nas questões 100 a 112 de O Livro dos Espíritos.
Quem
costuma fazer auto análise e se conhece em profundidade pode ter uma ideia de
que tipo de espírito encarnado existe aqui na Terra, baseado nessa escala
proposta por Kardec. Sabemos que os espíritos estão por toda parte. Nossos
sentidos obtusos não nos permitem vê-los, a menos que sejamos médiuns videntes.
Na questão 567 de O Livro dos Espíritos, Kardec pergunta se os espíritos
costumam imiscuir-se em nossos prazeres e ocupações e a resposta é que, quando
os espíritos são vulgares, sim. Diz ainda que esses espíritos nos rodeiam
constantemente e, com frequência, tomam parte ativa no que fazemos, de
conformidade com sua natureza.
Espíritos
imperfeitos, alguns gostam de brincar, de assustar, em sua infância espiritual.
Não é de estranhar, então, que os discípulos de Jesus tivessem pensado que era
um fantasma que caminhava sobre as águas e tivessem medo naquele momento. Eram
na sua maioria médiuns e estavam aprendendo com Jesus. Dia chegaria em que não
temeriam nem mesmo a própria morte, quando o conhecimento estivesse consolidado
neles, a ponto de, posteriormente, o apóstolo João, familiarizado com as
comunicações com os espíritos e com a natureza deles, deixar o ensinamento para
os cristãos: “Não creiais em todos os espíritos, vede antes se eles são de
Deus.”
Pedro usou
este critério quando Jesus disse “Tende confiança, sou eu, não tenhais medo”,
ele respondeu: “Senhor, se és tu, manda que eu vá ao teu encontro sobre as
águas.” E Jesus respondeu: “Vem.” Ele foi e caminhou, até que sentiu medo e
começou a afundar sendo alvo por Jesus.
Essa
passagem é interessante. O medo nos prejudica e nos faz mal; quando é excessivo
nos faz decair. Prudência é necessário. Nem medo destruidor, nem atitudes tão
destemidas que se tornem prejudiciais. Não aos extremos. Sim ao equilíbrio.
A
crença na imortalidade da alma está impressa na compreensão das pessoas. E o
fato de os espíritos se comunicarem com os homens, também.
Tende
confiança, sou eu, não tenhais medo”, disse Jesus. Esclarecidos, o medo
desapareceu da mente dos discípulos. Busquemos nos esclarecer, aprender,
fortalecer nossa fé. Tenhamos bom ânimo e a firme convicção de que o amor
divino nos ampara sempre, dando-nos a calma necessária para passarmos as experiências
da Terra com serenidade, embora, muitas vezes, com os sofrimentos que nos
educam os sentimentos.
imagem: desvendandoalenda.blogspot.com
2 comentários:
Retornando de férias venho aqui ler esta bela página.
Um grande abraço,
Élys.
Como, depois de milhares de anos, alguém ainda duvida
da realidade do espírito?
Há os que não querem aprender e há os que têm medo.
Para estes últimos, temos que dar todo o nosso apoio.
Para os primeiros, só o tempo será o mestre.
Beijos.
Postar um comentário