Jesus sempre agiu na condição de
psicólogo profundo.
Não importava o revestimento, a
aparência com que se Lhe apresentavam as pessoas ou estas se referiam
às suas doenças, aos seus sentimentos.
Quando verbaliza o que lhe vai
no íntimo, o homem invariavelmente escamoteia, no envoltório das
palavras, o que desejaria dizer.
Há mesmo, de forma inconsciente,
um terrível pavor para alguém desnudar-se perante si próprio, e não menor
diante de outrem.
Por sua vez, são poucas as
pessoas que sabem escutar, ver, compreender.
O sorriso de simpatia de um
momento transforma-se em esgar noutro instante e a gentileza transmuda-se em
agressividade.
Além disso, o ouvinte capta a
projeção do narrador, adaptando a informação à própria problemática; o
entendimento de que é capaz, ao seu campo de conflitos.
Jesus, por ser o Homem Integral,
límpido na Sua transparência efetiva, penetrava os arcanos mais profundos do
indivíduo, desconhecidos para si mesmo, que se debatia na superfície dos
efeitos sem lograr remontar às suas causas.
Seus diálogos eram rápidos e
diretos.
Não se utilizava de
circunlóquios, nem de evasões.
Quando recorria a parábolas ou
apresentava contra-interrogações aos fariseus e hipócritas, usava de uma
técnica sem paralelo, mediante a qual o farsante se descobria nas suas próprias
palavras.
Assim o fez, repetidas vezes,
inclusive com o sacerdote que Lhe indagara quem era o seu próximo, narrando-lhe
a parábola do “Bom samaritano” e obrigando-o, pela lógica, à
conclusão. Igualmente, aplicou o método com aqueles que Lhe inquiriram se era
lícito pagar-se o imposto, pedindo-lhes uma moeda e indagando-lhes de quem
era a efígie nela esculpida.
Fonte: JESUS E
ATUALIDADE
DIVALDO PEREIRA FRANCO/JOANNA DE
ÂNGELIS
imagem: marisalobo.blogspot.com
Um comentário:
Palavras são como os tradutores,
por mais que se esforcem, sempre distorcem.
Procuro escrever sempre de um modo que não cause equívocos,
estou me saindo razoavelmente.
Agora tenho que melhorar o modo de falar,
para que magoe o menos possível, ao interlocutor.
Perseguirei depois o modo de falar de Jesus,
sempre auxiliando e nunca recriminando.
Quem sabe, daqui a uns cinco séculos, eu chego lá?
Beios.
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