Dor Expiação
Os erros humanos decorrentes da cólera incontrolável,
do egoísmo obsessivo, das viciações inconseqüentes, da sexualidade
irresponsável, da maldade premeditada, às vezes, com requintes de sadismo, são
os vetores responsáveis pelos débitos morais que se acumulam nos bancos
imperecíveis de nossa memória espiritual. A prática do mal desarmoniza
profundamente a essência pensante, cria uma espécie de morbo energético de teor
vibratório bastante densificado, que permanece aderido à malha eletromagnética
sutil do campo perispiritual. Constitui-se algo incomodativo e desagradável,
por tratar-se de verdadeira moléstia a pulsar nas entranhas multidimensionais
do ser. Tal condição anômala de natureza anímica é a responsável pelo
desencadeamento, na criatura encarnada, de manifestações degenerativas do
organismo físico tanto quanto de perturbações mentais, ao mesclar crises de
intenso remorso com depressões profundas e manifestações esquizofrênicas de
difícil solução. Assim, manifestam-se as chamadas doenças cármicas, expressões
autênticas das expiações educativas. A dor expiação se diferencia da condição
citada no item anterior, por não decorrer dos fatores agressivos externos. Aí
está a diferença. Vejamos a respeito, o pensamento de André Luiz: “Em nossos
estudo, porém, analisamos a dor expiação que vem de dentro para fora, marcando
a criatura no caminho dos séculos, detendo-a em complicados labirintos de
aflição, para regenerá-la, perante a justiça...” Infelizmente a dor expiação
constitui-se contingência assídua em nossa programação encarnatória, porquanto,
nos revelamos carentes de maiores aquisições evangélicas, exceção feita àqueles
que já superaram as más tendências e se mostram familiarizados com as práticas
da justiça, do amor e da caridade.
(continua)
Vitor Ronaldo Costa
Fonte: Jornal
Espiritismo Estudado – março/2013