Entre todos os problemas de convivência, o de casais,
talvez, seja um dos mais comuns entre as pessoas. Todavia, todos nós queremos
companhia e afeto, mas para desfrutarmos uma união amorosa, madura e
equilibrada é preciso, acima de qualquer coisa, respeitar o direito que cada
criatura tem de ser ela mesma, sem mudar suas predileções, idéias e ideais.
Os traços de personalidade não são futilidades,
teimosia ou manias. Cada parceiro tem seus direitos individuais de manter sua
parcela de privacidade e preferências.
Para tanto, o diálogo compreensivo, a renúncia aos
próprios caprichos, o compromisso de lealdade são fatores imprescindíveis na
vida a dois, que não pode permitir a confusão de direitos individuais com
direitos individualistas, com vulgaridade, com cobrança e com leviandade.
Eis a razão de viver bem consigo mesmo tudo passa,
pois todos somos viajores do universo, porém só nós viveremos eternamente com
nós mesmos.
A complexidade maior das dificuldades nos matrimônios
talvez seja a não-valorização dos verdadeiros sentimentos, que força um dos
parceiros, ou mesmo ambos, a contrariar sua natureza para satisfazer as
opressões, intolerâncias e imposições do outro. Ninguém pode ser feliz assim,
subordinando-se ao que o cônjuge quer ou decide.
Declarar de modo geral que o divórcio é sempre errado
é tão incorreto quanto assegurar que está sempre certo. Em algumas
circunstâncias, a separação é um subterfúgio para uma saída fácil ou um
pretexto com que alguém procura esquivar-se das responsabilidades, unicamente.
Há uniões em que o divórcio é compreensível e
razoável, porque a decisão de casar foi tomada sem maturidade e somente na
busca egoística de sexo e prazer. São diversos os equívocos e desencontros
humanos.
Em outros casos, há anos de atitudes de desrespeito e
maus-tratos, como também há os que impedem o crescimento do outro. São variadas
as necessidades da alma humana e, muitas vezes, é melhor que os parceiros se
decidam pela separação a permanecerem juntos, fazendo da união conjugal uma
hipocrisia e um verdadeiro tormento. No entanto, em todas as atitudes e
acontecimentos da vida, só a própria consciência do indivíduo pode fazer o
autojulgamento, ou seja, com base nas carências, necessidades e dificuldades da
vida a dois, decidir se deseja continuar ou partir.
Do livro: As Dores da
Alma – Francisco do Espírito Santo Neto/Hammed
Um comentário:
Muitos dos que não conseguem viver bem com m parceiro, também nao conseguem conviver nem consigo mesmo. O conflito interno é causa de muito desentendimento com os outros.
Há que harmonizar-se, e a doutrina espírita facilita nesse aspecto.
Beijos.
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