Pelas crenças tradicionalistas, são tachados de
criminosos e vagabundos; para nós, no entanto, representam, acima de tudo,
companheiros do caminho evolutivo, merecedores de atenção e entendimento. Por
serem carentes e sofridos, entregaram sua força de vontade ao poder dos
tóxicos, procurando se esquecer de algo que, talvez, nem mesmo saibam: eles
próprios, pois não aguentaram suportar seu mundo mental em desalinho.
A ociosidade pode ser considerada, ao mesmo tempo,
causa e efeito de todos os vícios.
Os dependentes são julgados por muitos como criaturas
intencionalmente indolentes; por outros, de forma precipitada, como parasitas
sociais, desocupados, improdutivos e preguiçosos. Mas sem qualquer conotação ou
justificativa de tirar-lhes a responsabilidade por seus feitos e decisões, não
podemos nos esquecer de que o peso do fardo que carregam lhes dá tamanha
lassidão energética que passam a viver em constante embriaguez na alma, entre
fluidos de abatimento, fadiga e tédio.
Não são inúteis deliberadamente, mas se utilizam, sem
perceber, do desânimo que sentem como estratégia psicológica para fugirem á
decisão de arregaçar as mangas e enfrentar a parte que lhes cabe realizar na
vida. Adiam sistematicamente seus compromissos, vivem de uma maneira no
presente e dizem que vão viver de outra no futuro.
Aqui está um possível raciocínio de que se utilizam:
sei que devo trabalhar para me realizar, mas, como desconfio de minha
capacidade, temo não fazer direito, ou mesmo, o que gosto de fazer não será
aprovado pelos outros; por isso, digo a mim mesmo e aos outros que o farei no futuro,
agindo assim, não terei que admitir que não vou fazê-lo. Os toxicômanos são
criaturas de caráter oscilante, não desenvolveram o senso de autonomia, vivem
envolvidos numa aura fluídica de indecisão e imobilização por conseqüência da
própria reação emocional em desajuste.
Protelam as coisas para um dia que, talvez, nunca
chegará. Fixam-se ao consumo cada vez maior de produtos narcóticos, enquanto
desenvolvem atitudes emocionais que os levam á subjugação a pessoas e
situações.
Do livro: As Dores da
Alma – Francisco do Espírito Santo Neto/Hammed
Um comentário:
Bom dia amiga Denise,este assunto é tão delicado... temos orado e acreditado muito na recuperação destes nossos companheiros...
Mas há outros vícios tão preocupante e maléficos como as drogas. Tais como o vício quase incontrolável de falar ou ouvir sobre a vida alheia, ou ainda o vício de mentir para nós mesmos e para os outros...
Despeço-me desejando-lhe uma ótima semana e deixo um pequeno trecho do livro “Leis Morais da Vida” de Joanna de Ângelis, para nossa reflexão:
“Vigia e perscruta teus sentimentos. Se descobrires tendências e inclinações não adies o combate, nem te concedas pieguismo. Luta e vence-os de uma vez, arrebentando os elos mantenedores da viciação e dos delitos, a fim de lograres o êxito que persegues, anelas e necessitas.”
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