Ninguém tem coisa alguma no mundo:
nem corpo, nem valores amoedados, nem pessoas sob domínio... A incessante transformação,
vigente no Cosmo, tudo altera a cada instante, e o vivo de agora estará morto
logo mais; o dominador torna-se vítima; o corpo se dilui; os objetos passam de
mãos...
Todo aquele que busca a posse, o ter e reter, permanece vazio de sentimentos e, porque nada é, enche-se
de artefatos e coisas brilhantes, porém mortas, prosseguindo cheio de espaços
e abarrotado de preocupações afugentes.
O objetivo da vida humana parte do
ponto inicial no corpo — a infância — e cresce sem perder o contato com a sua
realidade original, ser transcendental que é. Chegando à realização da
consciência, deve expandi-la, enquanto mais se autopenetra e descobre novos
potenciais a desenvolver.
Ser consciente de si mesmo é a meta
existencial, conseguindo o auto-amor que desdobra a bondade, a compaixão, a
ação benéfica em favor do próximo.
A meditação transcendental —
abstrata—, os sentimentos de amor e autodoação — concretos — devem prevalecer
emulando o indivíduo a ser integral, realizado, capacitado para a felicidade.
Os conflitos então cedem lugar,
quando os seus espaços são preenchidos pelas realizações expressivas,
libertadoras.
A autovalorização não-egoísta,
despretensiosa, permite o encontro do self,
que se desvela com infinitas possibilidades. Rompem-se os limites que
amesquinham e ampliam-se as áreas de produção que engrandecem.
Correspondendo a esse estágio, o
amadurecimento psicológico faz que o indivíduo cresça sempre e cada vez mais,
reconhecendo a sua pequenez, que se agranda ante a excelência da Vida que ele
conquista.
O individualismo que nele prevalecia
cede lugar ao amor que convive e se expande na direção dos outros, aqueles que
constituem a sociedade na qual se encontra, passando a trabalhá-la, a fim de
que também ela seja feliz.
A vaidade, o narcisismo, que
existiam na sua personalidade, desaparecem por ausência da vitalidade
fornecida pelo ego inseguro, que tinha necessidade de sobreviver, já que o self se encontrava soterrado no desconhecimento.
A conquista do si é realização que independe do ter, do reter, mas que não prescinde do interesse e da luta enviada para
ser.
A segurança psicológica do indivíduo
centraliza-se no autoconhecimento, na auto-identificação, no auto-amor, no ser.
O SER CONSCIENTE - Divaldo Pereira Franco/Joanna de
Ângelis
Um comentário:
Coisa simples e tão difícil de ser assimilada: Nada possuímos no mundo!
Nem o próprio corpo é nosso, tudo é emprestado e teremos que devolver.
Quando nos assenhorarmos desses conceitos, fundindo-os na alma, quanta riqueza material serão transferidas para mãos carentes!
Que o Espiritismo e, consequentemente, o Cristianismo puro, possa alcançar todas as mentes disponíveis, faz-se urgente.
Beijos.
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