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CONHEÇA O ESPIRITISMO - blog de divulgação da doutrina espírita


quinta-feira, 14 de novembro de 2013

MECANISMOS DE EVASÃO I

        
A larga infância psicológica das criaturas é dos mais gra­ves problemas, na área do comportamento humano.
Habituada, a criança, a ter as suas necessidades e anseios resolvidos, imaturamente, pelos adultos — pais, educadores, familiares, amigos — ou atendidos pela violência do clã e da sociedade, nega-se a crescer, evitando as responsabilidades que enfrentará.
No primeiro caso, porque tudo lhe chega às mãos de for­ma fácil, dilata o período infantil, acreditando que a vida não passa de um joguete e o seu estágio egocêntrico deve perma­necer, embora a mudança de identidade biológica, de que mal se dá conta.
Mimada, acomoda-se a exigir e ter, recusando-se o esfor­ço bem dirigido para a construção de uma personalidade equi­librado, capaz de enfrentar os desafios da vida, que lhe che­gam, a pouco e pouco.
Acreditando-se credora de todos os direitos, cria meca­nismos inconscientes de evasão dos deveres, reagindo a eles pelas mais variadas como ridículas formas de atitude, nas quais demonstra a prevalência do período infantil.
No segundo caso, sentindo-se defraudada pelo que lhe foi oferecido com má vontade e azedume ou sistematicamente negado, a criança se transfere de uma para outra faixa etária, sem abandonar as seqüelas da sua castração, buscando reali­zar os desejos sufocados, mas, vivos, quando lhe surja a opor­tunidade.
Em ambos acontecimentos, o desenvolvimento emocio­nal não corresponde ao físico e ao intelectual, que não são afetados pelos fenômenos psicológicos da imaturidade.
Excepcionalmente, pode suceder que o alargamento do período infantil, por privação dos sentimentos e pelas angús­tias, produza distúrbios na saúde física como na mental, ge­rando dilacerações profundas, difíceis de sanadas.
Na generalidade, porém, o que sucede são as apresenta­ções de adulto susceptível, medroso, instável, ciumento, que não superou a crise da infância, nela permanecendo sob con­flitos lastimáveis.
As figuras domésticas representadas pelo pai e pela mãe permanecem em atividade emocional, no inconsciente, re­solvendo os problemas ou atemorizando o indivíduo, que se refugia em mecanismos desculpistas para não lutar, manten­do-se distante de tudo quanto possa gerar decisão, envolvi­mento responsável, enfrentamento.
Fugindo das situações que exigem definição, parte para as formulações e comportamentos parasitas, buscando nas pessoas que considera fortes e são elegidas como seus heróis ou seus superiores, porqüanto, tudo que elas empreendem se apresenta coroado de êxito.
Não se dá conta da luta que travam, das renúncias e sacri­fícios que se impõem. Esta parte, não lhe interessa, ficando propositadamente ignorada.
Como efeito cresce-lhe a área dos conflitos da personali­dade, com predominância da autocompaixão, num esforço egoísta de receber carinho e assistência, sem a consciência da necessidade de retribuição.
Não lhe amadurecendo os sentimentos da solidariedade e do dever, crê-se merecedor de tudo, em detrimento do esfor­ço de ser útil ao próximo e à comunidade, esquecendo-se das falsas necessidades para tornar-se elemento de produção em favor do bem geral.
Instável emocionalmente, ama como fuga, buscando apoio, e transfere para a pessoa querida as responsabilidades e preocupações que lhe são pertinentes, tornando o vínculo afetivo insuportável para o eleito.

(continua)


Do livro: O Homem Integral – Divaldo Pereira Franco/Joanna Di Ângelis


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Um comentário:

tesco disse...

O adiamento de uma ação necessária é entendível, não se quer enfrentar uma prova sem o devido preparo.
Postergamentos sucessivos, no entanto, têm efeito prejudicial, pois as derrotas nos permitem aferir nossas possibilidades e também são passos para se conseguir a vitória.
Por isso chega o momento em que se deve dizer: - A hora é esta!
E meter a cara.
Beijos.