Cultura é indício de compromisso. Inteligência é traço mental solicitando o complemento do amor para conduzir o homem aos rumos do bem. O dever natural de quem sabe mais é ajudar quem sabe menos a entender o que vale a pena saber para ser feliz, é tornar-se responsável pelo meio onde labora auxiliando o entendimento e cooperando com o progresso.
Pouco importa para um espírita culto a mais avançada técnica da atualidade, se ele não souber incutir dentro de si e dos outros a alma da vida, o amor.
Despertar nos seres humanos o gosto de servir, o respeito à natureza e o sentimento da existência de Deus é a grande missão do homem espírita inteligente na Terra. Se, ao contrário, preferir manter-se nas gélidas posturas do homem científico, que separa academicismo e espiritualidade, estará repetindo velhos erros e sendo iludido pela crueldade sutil da soberba e da necessidade de prestígio. A conseqüência mais grave desse quadro é o sentimento de autosuficiência em que estacionará, supondo encontrar nos valorosos avanços da ciência humana o essencial para cumprir sua missão, ou mesmo cultivar a velha ilusão de que conhecimento é sinônimo de elevação espiritual.
Para conseguir que espiritismo ande de mãos dadas com ciência e sociedade, somos convidados a severo regime de auto-análise sobre quais são as motivações e tendências que movimentamos, perante a cultura que adquirimos em alguma matéria específica do saber mundano, ou mesmo nas experiências da lavoura doutrinária.
Cultura é convite a realizar mais e melhor, Inteligência é um conjunto de habilidades que nem sempre significa muita cultura.
Procuremos saber com clareza também se não estamos sofrendo de poluição intelectual, ou seja, se temos sabido ser seletivos relativamente ao conhecimento, porque há muito lixo nas idéias terrenas que, em princípio, parecem ser temas extremamente importantes e essenciais, mas que não oferecem nenhuma utilidade para a conquista da paz, da saúde e do crescimento dos povos.
Muita informação pode não passar de escora para interesses pessoais, quando o importante é saber converter a informação em agente de transformação pessoal e coletiva onde nos situamos. Em muitos casos, a sede do conhecimento pode camuflar complexos fenômenos da vida afetiva, nos capítulos da carência e da frustração.
Ser bem informado e guardar simplicidade – a virtude das almas solidárias – eis o convite para todos nós.
Ter respostas simples para coisas complicadas é a grande virtude do homem inteligente na Terra, porque somente vibrando no espírito da simplicidade é que somos capazes de tornar o saber uma alavanca propulsora, nos rumos da felicidade e da libertação entre os homens.
MEREÇA SER FELIZ – Superando as ilusões do orgulho
Wanderley S. de Oliveira – Espírito Ermance Dufaux