Um conflito preponderante no comportamento das pessoas imaturas psicologicamente é o medo das críticas. Filho excedente da insegurança, esse fator negativo na conduta humana é responsável por vários dissabores, entre os quais o insucesso nos empreendimentos, ou mesmo a falta de estímulo para tentá-los.
Bloqueando-se, pelo injustificável receio das opiniões alheias, o indivíduo recua ante possibilidades enriquecedoras de crescimento interior, de realização, deixando de ser feliz para estar sob tormentos crucificadores. Como efeito, a sua é uma conduta confusa. Fugindo de suas dúvidas, torna-se crítico mordaz dos outros, num processo de transferência de valores internos; procura sempre agradar na presença e faz-se censor na ausência; insatisfeito, é rude com as pessoas que dele dependem, e bajulador em relação aos que acredita superiores; oculta os sentimentos, a fim de poupar-se a comentários desagradáveis, apresentando-se dúbio e melífluo. As suas opiniões têm por meta atender a todos, concordando com ambos litigantes, quando for o caso. Parece um diplomata hábil, não fossem os temores íntimos.
Seus sentimentos, que poderiam expressar-se, gratificando-se com eles nos confrontos naturais, no êxito ou no insucesso, permanecem-lhe como adversários que devem ser escondidos, sejam quais forem, a fim de não ser descoberta a sua personalidade.
Gosta de opinar em assuntos que desconhece, como uma compensação ao conflito, estando sempre no que parece, evitando assumir o que é;
Todos que transitam em experiências humanas, durante o seu curso estão, mas são a soma das mesmas. Conscientizar-se de que se é o que se está constitui desequilíbrio comportamental. O que se está, deixa-se, passa; o que se é, permanece.
Pode-se nascer enfermo ou sadio, o que significaria ser. Não obstante, através de uma boa programação mental, o ser doente pode transformar-se em apenas estar por um período, sofrer um tipo de conjuntura e deficiência, sendo saudável. Da mesma forma o sadio, face à desorientação de conduta mental, transfere para o estar com saúde, apesar das chuvas de ansiedade.
Os sentimentos merecem análise cuidadosa, para se fazerem positivos. Sob controle e direcionamento, as emoções se tornam agentes de compensação, de alívio de tensões, de estímulos preciosos para as realizações plenificadoras.
A autocrítica sincera, os exercícios mentais encorajadores, as conversações edificantes, a naturalidade diante das censuras, proporcionam recursos valiosos para o descobrimento do si, dos seus potenciais disponíveis e ainda não utilizados.
Uma plena conscientização de que todas as pessoas estão sob o exame de outras – que as criticam por inveja, por despeito, por preguiça mental, por espírito derrotista de competição, embora diversas o façam com sincero desejo de auxiliar, pelo direito de submeterem à prova o que se credencia ao conhecimento público – é de grande utilidade.
Para ser objeto de crítica, basta destacar-se, sobressair, tornar-se um alvo. É confortador alguém ver-se sob petardos, significando haver rompido o escudo da mesmice, do igual a todos, do não chamar a atenção. É ser alguém, ser especial e até ser único.
Jamais se agradará a todos os indivíduos. Os padrões de preferência variam ao infinito, nas pessoas que constituem a humanidade. Há uma diferença muito expressiva de óptica emocional, de comportamentos, de aptidões, mesclados aos sentimentos nobres como inferiores, que influem na análise de cada objeto, pessoa ou acontecimento.
Como se está visto, assim também se vê. Como se está analisando, da mesma forma se analisa. Essa diferente gama de observações, no conjunto se organiza em um painel de comportamento geral.
Muito saudavelmente age aquele que está em permanente esforço para ser melhor, para conquistar novos patamares, reunindo os tesouros da auto-iluminação. Esse não teme obstáculos, não receia os outros, nem se teme. Renova-se, melhorando o grupo social e o mundo onde está, mas que não lhe pertence, não o detém, nem nele pára. Segue adiante. O seu é o rumo do infinito. Não se ofende, a ninguém magoa; não se limita, a outrem não obstaculiza; não desanima, aos demais não perturba. Está sempre vigilante com seus defeitos e ativo nas ações.
Psicologicamente, quando se está mal, tem-se a possibilidade de transferir-se para o bem-estar. Se, no entanto, se é mau, a luta para mudança de situação é gigantesca, demorada, até ocorrer uma transformação de profundidade. Quando se está bem, de maneira equivalente é preciso esforço para ser bom, permanecendo útil, agradável, produtivo.
Os pessimistas e frustrados asseveram que o mundo e a sociedade são maus, responsáveis pelas suas aflições e desditas, quando apenas estão enfermos, em razão daqueles que aqui se hospedam e os constituem, por enquanto, estarem distônicos e fora dos compromissos, diante apenas de alguns que são atrasados, ignorantes e insensíveis. Com o esforço conjugado de todos, porém, ter-se-á uma vida que é bênção e uma humanidade que é boa.
Do livro: AUTODESCOBRIMENTO UMA BUSCA INTERIOR
Divaldo Pereira Franco/Joanna de Ângelis
5 comentários:
Uma bela página. Quando a pessoa busca se conhecer, tem mais facilidade para se corrigir e aceitar com tranquilidade as críticas que o ajudam a se corrigir.
Um abraço.
Olá boa noite,parabéns por todas as lindas mensagens.Só gostaria de saber porque quando a gente vai abrir pra lêr seu blog,aparece um monte de palavrinhas flutuando e quase não dá para lêr nada,afinal pra que serve?.....obrigada e boa noite!
boa noite Denise
uma boa semana
forte abraço
elisa
Amiga Denise, começamos a crescer quando deixamos de culpar os outros por nossos insusseços, quando percebemos nossos erros e procuramos a corrigenda.
Um abraço.
Tenhas uma boa noite.
Oi amiga virtual Denise, bom dia, passando aqui para desejar um feliz Dia do Blogueiro, celebrado neste 20 de março.
Muitas coisas boas nesta data! Afinal hoje também é o Dia Internacional dos Contadores de Histórias.
Abraços, saúde e paz!
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