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CONHEÇA O ESPIRITISMO - blog de divulgação da doutrina espírita


domingo, 30 de junho de 2013

CRÍTICA II

Para se viver com equilíbrio mental, emocional e social, é necessário, acima de tudo, respeitar os direitos dos outros, assim como queremos que os nossos sejam respeitados.
                De acordo com o pensamento da espiritualidade maior: “da necessidade que o homem tem de viver em sociedade, nascem-lhe obrigações especiais a primeira de todas é a de respeitar os direitos de seus semelhantes. Em o vosso mundo, porque a maioria dos homens não pratica a lei de justiça, cada um usa de represálias. Essa a causa da perturbação e da confusão em que vivem as sociedades humanas.
                As represálias evidenciadas nesta questão podem ser consideradas como as desforras ou as vinganças que, comumente, os indivíduos fazem através de críticas, injúrias, sátiras e depreciações. Nesse tema, é oportuno ressalvar que, em muitas ocasiões, em decorrência das emoções patológicas, é perfeitamente possível pessoas sentirem-se humilhadas, vendo atitudes de arrogância e insulto onde não existem.
                No mundo interior dos críticos implacáveis, pode existir uma intimidação, originalmente adquirida na infância, em virtude da autoridade e ameaça dos pais. Vozes do passado ecoam em suas mentes, solicitando, insistentemente, que sejam pontuais e infalíveis, exatos e bem informados, super responsáveis e controlados.
                As exigências do pretérito criaram-lhes um padrão de comportamento mental, caracterizado por constante cobrança e acusação, fazendo com que projetem tudo isso sobre os outros. O medo de cometerem erros e o fato de desconfiarem de si mesmos, lhes conferem uma existência ambivalente. Vivem, ao mesmo tempo, entre a sensação de perseguição e a de superioridade. Além do mais, quem critica imagina-se sensacional e em vantagem.
                Desesperadamente, observam e desconfiam de si mesmos. Exteriorizam e transferem toda essa sensação de auto-acusação, condenando os outros. Essa operação emocional funciona como uma válvula de escape, a fim de compensar a autoperseguição e aplacar as cobranças convulsivas do seu mundo interior.

(continua)

Do livro: As Dores da Alma – Francisco do Espírito Santo Neto/Hammed


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sábado, 29 de junho de 2013

CRÍTICA I

   
Os dicionários definem crítica como sendo um exame detalhado que visa a salientar as qualidades ou os defeitos do objeto a ser julgado. É comum encontrarmos alguém criticando o trabalho de outro sem tê-lo vivenciado pessoalmente, isto é, desaprovando o que nem sequer tentou fazer. Tudo isso faz parte da incoerência humana.
                A crítica nociva é característica de indivíduos que não realizam nada de importante, não enfrentam desafios nem se arriscam a mudanças. Ficam sentados, observando o que as pessoas dizem, fazem e pensam para, depois, filosofar improdutivamente sobre as realizações alheiras, usando suas elucubrações dissociadas do equilíbrio. As discordâncias são perfeitamente saudáveis e normais, desde que estejam fundamentadas em fatos concretos e não nos vapores das suposições ou das projeções da consciência.
                Há quem diga que a crítica é profissionalizada, por ser um meio fácil e rentável para destacar os incapazes e inabilidosos, tornando-os pessoas importantes e formidáveis. Porém, não por muito tempo.
                Os verdadeiros realizadores deste mundo não tem tempo para censuras e condenações, pois estão sempre muito ocupados na concretização de suas tarefas. Ajudam os fracos e inexperientes, ensinando os que não são talentosos, em vez de maldizê-los.
                A crítica pode ser construtiva e útil cada um de nós pode, livremente, optar entre o papel de ironizar e o de realizar.
                A crítica pode ser empregada como forma de inocentar-nos da responsabilidade de nossa própria ineficiência e de atribuir nossas frustrações e fracassos aos que, realmente, são criativos e originais.

(continua)


Do livro: As Dores da Alma – Francisco do Espírito Santo Neto/Hammed


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sexta-feira, 28 de junho de 2013

A EVOLUÇÃO E FINALIDADE DA ALMA


A lei do progresso não se aplica unicamente ao homem. Ela é universal. Há, em todos os reinos da natureza, uma evolução que foi reconhecida pelos pensadores de todos os tempos. Desde a célula verde, desde o embrião flutuando nas águas, a cadeia das espécies, no decurso de séries variadas, tem-se desenrolado até nós.
Nessa cadeia, cada elo representa uma forma de existência que conduz a uma forma superior, a um organismo mais rico, mais bem adaptado às necessidades, às manifestações crescentes  da vida. Mas, na escala da evolução, o pensamento, a consciência, a liberdade aparecem apenas depois de muitos degraus. Na planta, a inteligência fica adormecida; no animal, ela sonha; apenas no homem ela acorda, conhece-se, possui-se e torna-se consciente. A partir daí o progresso, de alguma sorte fatal nas formas inferiores da natureza, só pode realizar-se pelo acordo da vontade humana com as leis eternas.
Assim, o estudo das leis de evolução, em vez de anular a espiritualidade do homem, vem, pelo contrário, dar-lhe uma nova confirmação. Ele nos ensina como nosso corpo pode derivar de uma forma inferior pela seleção natural, mas também nos mostra que possuímos faculdades intelectuais e morais de uma origem diferente, e encontramos essa origem no universo invisível, no mundo sublime do espírito.
O mundo oculto intervém, em certas épocas, no desenvolvimento físico da humanidade, assim como intervém no domínio intelectual e moral pela revelação mediúnica. Quando uma raça que chegou ao apogeu é seguida de uma nova raça,
é racional acreditar que uma família superior de alma encarne entre os representantes da raça exausta para fazê-la subir um degrau, renovando-a e moldando-a à sua imagem. É o eterno himeneu entre o céu e a Terra, a íntima penetração da matéria pelo espírito, a efusão crescente da vida psíquica na forma em evolução.
A aparição dos homens na escala dos seres pode ser explicada dessa maneira. A embriogenia mostra que o homem é a síntese de todas as formas vivas que o precederam, o último elo da longa cadeia de vidas inferiores que se desenrola no decorrer dos tempos. Porém, isso é apenas o aspecto exterior do problema das origens; o aspecto interior é, por sua vez, amplo e imponente. Da mesma forma que cada nascimento se explica pela descida de uma alma vinda da espiritualidade à carne, também se explica a primeira aparição do homem no planeta, que deve ser atribuída a uma intervenção das potências invisíveis que geram a vida. A essência psíquica vem comunicar às formas animais em evolução o sopro de uma nova vida. Ela vai criar, para a manifestação da inteligência, um órgão até então desconhecido: a palavra. Elemento poderoso de toda a vida social, o verbo apareceu e, ao mesmo tempo, por meio do seu envoltório fluídico, a alma encarnada conservará a possibilidade de entrar em relações com o meio de onde saiu.
Emergir grau a grau do abismo da vida para se tornar espírito, gênio superior, e isso por seus próprios méritos e esforços; conquistar seu futuro hora a hora; libertar-se um pouco mais todos os dias do domínio das paixões, libertar-se das sugestões do egoísmo, da preguiça, do desânimo; resgatar-se pouco a pouco de suas fraquezas, de sua ignorância, ajudando seus semelhantes a se resgatarem por sua vez, arrastando todo o meio humano para um estado mais elevado: eis o papel destinado a cada alma. E ela tem, para desempenhar esse papel, toda a série de existências inumeráveis na escala magnífica dos mundos.
Tal é o caráter complexo do ser humano – espírito, energia e matéria – em que se resumem todos os elementos constitutivos, todas as potências do universo. Tudo o que está em nós está no universo, e tudo o que está no universo se encontra em nós. Pelo seu corpo fluídico e pelo seu corpo material o homem encontra-se ligado à imensa teia da vida universal e, pela sua alma, a todos os mundos invisíveis e divinos.
Temos em nós os instintos animais, mais ou menos comprimidos pelo longo
trabalho e pelas provas das existências passadas, e temos também a crisálida do anjo, do ser radioso e puro, em que podemos nos tornar pela impulsão moral, pelas aspirações do coração e pelo sacrifício constante do “eu”.

Fonte: O PROBLEMA DO SER, DO DESTINO E DA DOR

LÉON DENIS


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quinta-feira, 27 de junho de 2013

RELIGIÃO E RELIGIOSIDADE


No caleidoscópio do comportamento humano há, quase sempre, uma grande preocupação por mais parecer do que ser, dando origem aos homens-espelhos, aqueles que, não ten­do identidade própria, refletem os modismos, as imposições, as opiniões alheias. Eles se tornam o que agrada às pessoas com quem convivem, o ambiente que no seu comportamento neurótico se instala. Adota-se uma fórmula religiosa sem que se viva de forma equânime dentro dos cânones da religião. É a experiência da religião sem religiosidade, da aparência so­cial sem o correspondente emocional que trabalha em favor da auto-realização. O conceito de Deus se perde na complexidade das fórmulas vazias do culto externo, e a manifesta­ção da fé íntima desaparece diante das expressões ruidosas, destituídas dos componentes espirituais da meditação, da re­flexão, da entrega. Disso resulta uma vida esvaziada de espe­rança, sem convicção de profundidade, sem madureza espiri­tual.
A religião se destina ao conforto moral e à preservação dos valores espirituais do homem, demitizando a morte e abrindo-lhe as portas aparentemente indevassáveis à percep­ção humana.
Desvelar os segredos da vida de ultratumba, demonstrar-lhe o prosseguimento das aspirações e valores humanos, ora noutra dimensão dentro da mesma realidade da vida, é a finalidade precípua da religião. Ao invés da proibi­ção castradora e do dogmatismo irracional, agressivo à liber­dade de pensamento e de opção, a religião deve favorecer a investigação em torno dos fundamentos existenciais, das ori­gens do ser e do destino humano, ao lado dos equipamentos da ciência, igualmente interessada em aprofundar as sondas das pesquisas sobre o mundo, o homem e a vida.
A fim de que esse objetivo seja alcançado, faz-se indis­pensável a coragem de romper com a tradição — rebelar-se contra a mãe religião — libertando-se das fórmulas, para en­contrar a forma da mais perfeita identificação com a própria consciência geradora de paz. Tornar-se autêntico é uma deci­são definidora que precede a resolução de crescer para dar-se. O desafio consiste na coragem da análise de conteúdo da religião, assim como da lógica, da racionalidade das suas te­ses e propostas. Somente, desta forma, haverá um relaciona­mento criativo entre o crente e a fé, a religiosidade emocio­nal e a religião. Essa busca preserva a liberdade íntima do homem perante a vida, facultando-lhe um incessante cresci­mento, que lhe dará a capacidade para distinguir o em que acredita e por que em tal crê, sustentando as próprias forças na imensa satisfação dos seus descobrimentos e nas possibi­lidades que lhe surgem de ampliar essas conquistas.
Já não se torna, então, importante a religião, formal e cir­cunspecta, fechada e sombria, mas a religiosidade interior que aproxima o indivíduo de Deus em toda a Sua plenitude: no homem, no animal, no vegetal, em a natureza, nas formas viventes ou não, através de um inter-relacionamento integra­dor que o plenifica e o liberta da ansiedade, da solidão, do medo.
A personalidade conflitante no jogo dos interesses da so­ciedade cede lugar à individualidade eterna e tranqüila, não mais em disputa primária de ambições e sim em realizações nas quais se movimenta. Os outros camuflam a sua realidade e vivem conforme os padrões, às vezes detestados, que lhes são apresentados ou impostos pela sua sociedade. Não se trata da coragem de arrostar conseqüências pela própria te­meridade, mas do valor para enfrentar-se a si mesmo, geran­do um relacionamento saudável com as demais pessoas, repetindo com entusiasmo a experiência mal sucedida, sem ata­duras de remorso ou lamentação pelo fracasso. É saber reti­rar do insucesso os resultados positivos, que se podem trans­formar em alavancas para futuros empreendimentos, nos quais a decisão de insistir e realizar assumem altos níveis éticos, que se tornam desafios no curso do processo evolutivo.
Para que o ânimo robusto possa conduzir às lutas exterio­res, faz-se necessária a autoconquista, que torna o indivíduo justo, equilibrado, sem a característica ansiedade neurótica, reveladora do medo do futuro, da solidão, das dificuldades que surgem.
É preciso que o homem se arrisque, se aventure, mesmo que esta decisão o faça ansioso quanto ao seu desempenho, aos resultados. Ninguém pode superar a ansiedade natural, que faz parte da realidade humana, desde que não extrapole os limites, passando a conflito neurótico.
Ao lado disso, considerando-se a origem espiritual do in­divíduo e a Força Criadora do Universo, nele permanece o germe de religiosidade aguardando campo fecundo para de­sabrochar.
Expressa-se, esse conteúdo intelecto-moral, em forma de culto à arte, à ciência, à filosofia, à religião, numa busca de afirmação-integração da sua na Consciência Cósmica. A for­ça primitiva e criadora, nele existente como uma fagulha, possui o potencial de uma estrela que se expandirá com as possibilidades que lhe sejam facultadas. Bem direcionada, sua luz vencerá toda a sombra e se transformará na energia vitalizadora para o crescimento dos seus valores intrínsecos, no desdobramento da sua fatalidade, que são a vitória sobre si mesmo, a relativa perfeição que ainda não tem capacidade de apreender.
A religiosidade é uma conquista que ultrapassa a adoção de uma religião; uma realização interior lúcida, que indepen­de do formalismo, mas que apenas se consegue através da coragem de o homem emergir da rotina e encontrar a própria identidade.


Do livro: O Homem Integral – Divaldo Pereira Franco/Joanna Di Ângelis


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quarta-feira, 26 de junho de 2013

A ORAÇÃO E A CURA DE ENFERMOS


Hoje já se sabe, através de pesquisas científicas, que a oração, ou a prece, é um poderoso remédio na cura de enfermidades. Em 17 estudos-pesquisas revisados pela Arizona Satate University, ficou demonstrado que a prática bíblica de orar pelos enfermos, com ou sem imposição de mãos, realmente funciona. A explicação dos cientistas é que quando oramos em intenção de alguém, pedindo pela sua cura, liberamos um comando para o cérebro que, assim, emite energia eletromagnética que vai atingir aquela pessoa. A ação de cura fica assim explicada cientificamente, e comprovada por experimentos como, por exemplo, um em que dois grupos de pacientes hospitalares com a mesma doença foram separados em dois grupos. O grupo A teve seus nomes enviados a uma igreja para receberem orações diárias; o grupo B não recebeu orações. A constatação, depois de um mês, é que a melhora dos pacientes do grupo A, que não sabiam que estavam recebendo orações, foi mais de 20% superior aos pacientes do grupo B. em seis meses essa diferença no estado de saúde foi de 50%.
                O poder de cura do magnetismo é estudado desde Mesmer, estudos esses que foram significativamente ampliados pelo espiritismo com a inserção do componente espiritual na ação de cura a distância.
                A partir da questão 658 de O Livro dos Espíritos, Allan Kardec estuda o tema Prece, obtendo dos Espíritos Superiores a seguinte informação:
                “A  prece é sempre agradável a Deus, quando ditada pelo coração, porque a intenção é tudo para Ele. A prece do coração é preferível a que podes ler, por mais bela que seja, se a leres mais com os lábios do que com o pensamento. A prece é agradável a Deus quando é proferida com fé, com fervor e sinceridade. Não creias, pois, que Deus seja tocado pelo homem vão, orgulhoso e egoísta, a menos que a sua prece represente um ato de sincero arrependimento e de verdadeira humildade.”
                E na questão 662, indagando se podemos orar utilmente pelos outros, recebe a seguinte resposta:
                “O espírito daquele que ora está agindo pela vontade de fazer o bem. Pela prece, atrai a ele os bons espíritos que se associam ao bem que deseja fazer.”
                A essa resposta, Kardec comenta:
                ‘Possuímos em nós mesmos, pelo pensamento e a vontade, um poder de ação que se estende muito além dos limites de nossa esfera corpórea. A prece por outros é um ato dessa vontade. Se for ardente e sincera, pode chamar os bons espíritos em auxílio daquele por quem pedimos, a fim de lhe sugerirem bons pensamentos e lhe darem a força necessária para o corpo e a alma. Mas ainda nesse caso a prece do coração é tudo e a dos lábios não é nada.”
                Portanto, quando oramos, utilizamos o poder da vontade para acionar as forças energéticas do pensamento, liberando um comando mento-espiritual para o cérebro, que distribui essa energia através do nervo vago, como sugerem pesquisas. Essa energia liberada vai ao encontro da pessoa enferma, isso através do fluido universal, que tudo preenche, assim como o som se propaga pelo ar, e mais, essa força é potencializada pelos bons espíritos, que são atraídos pelo nosso pensamento caridoso.
                Esclarece o Ministro Clarêncio, no capítulo 1 da obra Entre a Terra e o Céu, psicografia do querido e inesquecível médium Chico Xavier:
                “Em nome de Deus, as criaturas, tanto quanto possível, atendem às criaturas. Assim como possuímos em eletricidade os transformadores de energia para o adequado aproveitamento da força, temos igualmente, em todos os domínios do Universo, os transformadores da bênção, do socorro, do esclarecimento... As correntes centrais da vida partem do Todo-Poderoso e descem a flux, transubstanciadas de maneira infinita. Da luz suprema á treva total, e vice-versa, temos o fluxo e o refluxo do sopro do Criador, através de seres incontáveis, escalonados em todos os tons do instinto, da inteligência, da razão, da humanidade e da angelitude, que modificam a energia divina, de acordo com a graduação do trabalho evolutivo, no meio em que se encontram... A prece, qualquer que ela seja, é ação provocando a reação que lhe corresponde. Conforme a sua natureza, paira na região em que foi emitida ou eleva-se mais, ou menos, recebendo a resposta imediata ou remota, segundo as finalidades a que se destina.”
                É assim que a oração, recebendo o fluxo divino e o auxílio direto dos espíritos que a ela se vinculam, conforme nosso desejo e vontade, atua como força medicamentosa na forma de energia salutar que invade as células do organismo físico, provocando modificações moleculares capazes de regenerar órgãos e tecidos, combater bactérias e vírus, sempre com a permissão de Deus e até o limite das provas expiações que ainda nos são necessárias aos aprendizados que nos competem diante da vida.
                Oremos sempre, como um ato de caridade que traduz em ação eficaz pela cura de uma enfermidade, o “amai-vos uns aos outros”, ensinando e exemplificado pelo Mestre Jesus.

Marcos de Mario

Fonte: Jornal Espiritismo Estudado – julho/2012


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terça-feira, 25 de junho de 2013

REFERENCIAIS PARA IDENTIFICAÇÃO DO SI II

Essa busca interior expressa-se como uma for­ma de insatisfação em relação ao já conseguido — os valores possuidos não preenchem mais os espaços in­teriores, deixando vazios emocionais; uma necessida­de de aprimoramento psicológico, superando os for­malismos, os modismos, o estatuído circunstancial, nos quais a forma é mais importante do que o con­teúdo, o exterior é mais relevante que o interior; uma consciência lúcida, que desperta para os patamares superiores da existência física; uma incontida aspira­ção pelas conquistas metafísicas, face à vigência per­manente do fenômeno da morte em ameaça contí­nua, pois que a transitoriedade da experiência física se apresenta de exíguo tempo, facultando frustração; uma imperiosa busca de paz desvestida de adornos e de condicionais, e um amplo anseio de plenitude.
Com estes referenciais há uma inevitável auto­penetração psicológica, uma busca do si, do autodes­cobrimento, a fim de bem discernir o que se anseia e para que, o que se possui e qual a sua aplicação, a análise do futuro e como se apresentará.
A emersão do si, predominando no indivíduo, e característica de cristificação, de libertação do deus interno, de plenitude.
Quando começa, uma transformação psicológica se opera automaticamente, a escala de valores se al­tera e o comportamento muda de expressão.
A saúde emocional e mental se estabelece, ense­jando uma visão correta em torno dos acidentes orgâ­nicos, que não mais desequilibram, e o fenômeno morte se torna perfeitamente natural, sem fantasmas apa­vorantes ou anelos de antecipação.
Ocorre uma plena harmonia entre o viver — exis­tência física — e a Vida — realidade total.
O self, em razão do processo reencarnatório, fica imerso na névoa carnal, adormecido pelos tóxicos e vapores da indumentária física sob a pressão das ex­periências humanas, dos relacionamentos sociais, nos quais a astúcia e não a sabedoria, a simulação e não a honestidade, a falácia e não o silêncio promovem o indivíduo, granjeiam lugar de destaque na comunida­de. Essa conduta irregular, tal critério, são impediti­vos para a liberação do si.
Campeiam as psicopatologias como efeito da ati­tude do ego em relação ao eu, estando a exigir maior conhecimento das necessidades legítimas.
A conquista do self é processo que se deve co­meçar imediatamente, recorrendo-se às terapias pró­prias e, simultaneamente, aos recursos da oração, da meditação, das ações edificantes.
Cada logro enseja a ambição de alcançar novo patamar, que se torna um desafio atraente, estimulador.
Ninguém, pois, pode deter-se nos níveis inferio­res de consciência, relegando a plano secundário o si, a realidade ambicionada.


O SER CONSCIENTE - Divaldo Pereira Franco/Joanna de Ângelis


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segunda-feira, 24 de junho de 2013

REFERENCIAIS PARA IDENTIFICAÇÃO DO SI I


Inevitavelmente, as pessoas necessitam de ex­perienciar algumas dessas escamoteações do ego, seus jogos, por falta de estrutura psicológica para suportar a realidade, a verdade.
O mecanismo de fuga pode constituir uma neces­sidade de reprimir algo para cuja manifestação o ser não se sente preparado.
É sempre um risco intentar-se, de inopino, empur­rar o indivíduo para o encontro claro e imediato com o si, face à sua ausência de valores íntimos para reco­nhecer-se frágil — sem deprimir-se, necessitado — sem insegurança em relação ao futuro, aturdido — sem es­perança...
O ser psicológico é, estruturalmente, a soma das suas emoções e conquistas, que caracterizam a indi­vidualidade pessoal no processo de evolução.
A libertação, portanto, dos complexos artifícios de fuga, dar-se-á mediante terapias adequadas, que facultarão o amadurecimento psicológico para a auto-estima e o enfrentamento da realidade suportável.
Qualquer tentativa de esgrimir a verdade — afinal, a verdade de cada qual — pode resultar em conflito mais grave. A queda da máscara desnuda o indivíduo e nem sempre ele deseja ser visto como é — mesmo porque se ignora —, podendo sofrer um choque com o descobrimento prematuro ou alienar-se, por saber-se identificado de forma inadequada, desagradável.
A verdade é absorvida, a pouco e pouco, através da identificação dos valores reais em detrimento dos aparentes, do descobrimento do significado da exis­tência e da sua finalidade.
Os convites existenciais que propelem para o ex­terior, para a aparência, modelam a personalidade impondo inúmeros mecanismos de sobrevivência do ego, aos quais o indivíduo se aferra, permanecendo ignorante quanto à sua realidade e aos relevantes objetivos da vida.
As ilusões, desse modo, são comensais da criatu­ra, que se apresenta conforme gostaria de ser e não de acordo com o si, o eu profundo, o que é. Extirpá-las é condenar o outro ao desamparo, retirar-lhe as ben­galas psicológicas de apoio.
Isto não significa apoio aos comportamentos fal­sos, às personalidades esteriotipadas, antes é respei­to ao direito de cada um viver como pode, e não con­soante gostaria de ser.
Imprescindível que se seja leal, honesto para con­sigo mesmo, desvelando-se e trabalhando-se interiormente.
A experiência de identificação do si é um passo avançado no processo de autodescobrimento, de auto-amadurecimento.

(continua)


O SER CONSCIENTE - Divaldo Pereira Franco/Joanna de Ângelis


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domingo, 23 de junho de 2013

HISTÓRIA - O PONTO NEGRO

Certo dia, um professor chegou na sala de aula e disse aos alunos para se prepararem para uma prova relâmpago.
Todos acertaram suas filas, aguardando assustados o teste que viria.
O professor foi entregando, então, a folha da prova com a parte do texto virada para baixo, como era de costume.
Depois que todos receberam, pediu que desvirassem a folha.
Para surpresa de todos, não havia uma só pergunta ou texto, apenas um ponto negro, no meio da folha.
O professor, analisando a expressão de surpresa que todos faziam, disse o seguinte:
- Agora, vocês vão escrever um texto sobre o que estão vendo.
Todos os alunos, confusos, começaram, então, a difícil e inexplicável tarefa.
Terminado o tempo, o mestre recolheu as folhas, colocou-se na frente da turma e começou a ler as redações em voz alta.
Todas, sem exceção, definiram o ponto negro, tentando dar explicações por sua presença no centro da folha.
Terminada a leitura, a sala em silêncio, o professor então começou a explicar:
- Esse teste não será para nota, apenas serve de lição para todos nós. Ninguém na sala falou sobre a folha em branco.
Todos centralizaram suas atenções no ponto negro.
Assim acontece em nossas vidas.
Temos uma folha em branco inteira para observar e aproveitar, mas sempre nos centralizamos nos pontos negros.
A vida é um presente da natureza dado a cada um de nós, com extremo carinho e cuidado.
Temos motivos para comemorar sempre!
A natureza que se renova, os amigos que se fazem presentes, o emprego que nos dá o sustento, os milagres que diariamente presenciamos. No entanto, insistimos em olhar apenas para o ponto negro!
O problema de saúde que nos preocupa, a falta de dinheiro, o relacionamento difícil com um familiar, a decepção com um amigo.
Os pontos negros são mínimos em comparação com tudo aquilo que temos diariamente, mas são eles que povoam nossa mente.

Pense nisso!
Tire os olhos dos pontos negros de sua vida.
Tranquilize-se e seja ... FELIZ!"




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sábado, 22 de junho de 2013

AS BÊNÇÃOS DE DEUS


Saber é para sempre enquanto crer é transitório.
As bênçãos de Deus inclusive se encontram na capacidade fantástica de o ser humano poder pensar, entender e aprofundar reflexões, conseguindo conquistar a gloriosa oportunidade de saber e transformar em utilidade pelos instrumentos de que se utiliza para penetrar no macro e no microcosmo, mas acima de tudo no Psiquismo gerador do universo e da vida.
Vive de tal forma que te encontres perfeitamente em sintonia com as bênçãos de Deus onde te encontres e diante do que faças, até poderes afirmar um dia, conforme Jesus elucidou:
            - Eu e o Pai somos um...

Do livro: Entrega-te a Deus

Divaldo Pereira Franco/Joanna de Ângelis


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sexta-feira, 21 de junho de 2013

ESCOLHA

Chamados e escolhidos não constituem expressões que se ajustam unicamente ao quadro das revelações vertidas do Céu para a Terra.
Observemo-las no campo da experiência comum, de vez que toda criatura é escolhida para expressar os elementos chamados por ela mesma a substancializar o
centro da própria vida.
Quem coleciona as labaredas da tentação é escolhido para inflamar o incêndio da angústia.
Quem busca os espinhos da estrada é escolhido para guardar o espinheiro no coração.
Quem anota desapontamentos e amarguras é escolhido para capitanear o desânimo.
Quem se esforça por estudar e aprender, é escolhido para guardar o conhecimento superior e transmiti-lo aos semelhantes.
Quem se esmera no cumprimento das próprias obrigações, é escolhido para representar a força do progresso.
Quem busca estender as flores da bondade é escolhido para colher os frutos da simpatia.
Serve à fraternidade e refletir-lhe-ás a glória imperecível.
Exalta a fé pura e converter-te-ás em base de confiança.
Teus mais íntimos pensamentos são ímãs vigorosos trazendo-te ao roteiro as forças que procuras.
Não te detenhas na tristeza que te angariará desencanto, nem te confines à revolta que te imergirá o coração nas correntes da indisciplina.
Esquece todo o mal para que o bem te enobreça o caminho.
Não olvides que o tempo infatigável dar-nos-á, hoje e sempre, o lugar que nos é
próprio, porque a vida escolher-nos-á par a treva ou para a luz, segundo a nossa própria escolha.
Se ainda não dispões de segurança a fim de sustentar a própria fé, acalma-te,
trabalha, serve, espera e guarda a certeza de que deus vem vindo.

Emmanuel


Fonte: Irmão – Chico Xavier/Espíritos Diversos


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quinta-feira, 20 de junho de 2013

AOS DISCÍPULOS

"Mas nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus e loucura para os gregos." -Paulo. (I CORÍNTIOS, 1:23.)

A vida moderna, com suas realidades brilhantes, vai ensinando às comunidades religiosas do Cristianismo que pregar é revelar a grandeza dos princípios de Jesus nas próprias ações diárias.
O homem que se internou pelo território estranho dos discursos, sem atos correspondentes à elevação da palavra, expõe-se, cada vez mais, ao ridículo e à negação.
Há muitos séculos prevalece o movimento de filosofias utilitaristas. E, ainda agora, não escasseiam orientadores que cogitam da construção de palácios egoísticos à base do magnetismo pessoal e psicólogos que ensinam publicamente a sutil exploração das massas.
É nesse quadro obscuro do desenvolvimento intelectual da Terra que os aprendizes do Cristo são expoentes da filosofia edificante da renúncia e da bondade, revelando em suas obras isoladas a experiência divina dAquele que preferiu a crucificação ao pacto com o mal.
Novos discípulos, por isso, vão surgindo, além do sacerdócio organizado.
Irmãos dos sofredores, dos simples, dos necessitados, os espiritistas cristãos encontram obstáculos terríveis na cultura intoxicada do século e no espírito utilitário das idéias comodistas.
Há quase dois mil anos, Paulo de Tarso aludia ao escândalo que a atitude dos aprendizes espalhava entre os judeus e à falsa impressão de loucura que despertava nos ânimos dos gregos.
Os tempos de agora são aqueles mesmos que Jesus declarava chegados ao Planeta; e os judeus e gregos, atualizados hoje nos negocistas desonestos e nos intelectuais vaidosos, prosseguem na mesma posição do inicio. Entre eles, surge o continuador do Mestre, transmitindo-lhe o ensinamento com o verbo santificado pelas ações testemunhais.
Aparecem dificuldades, sarcasmos e conflitos.
O aprendiz fiel, porém, não se atemoriza.
O comercialismo da avareza permanecerá com o escândalo e a instrução envenenada demorar-se-á com os desequilíbrios que lhe são inerentes. Ele, contudo, seguirá adiante, amando, exemplificando e educando com o Libertador imortal.


Fonte: Vinha de Luz – Chico Xavier/Emmanuel


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quarta-feira, 19 de junho de 2013

EXAMINA-TE

“Nada faças por contenda ou por vanglória, mas por humildade.” - Paulo. (FILIPENSES, capítulo 2, versículo 3.)

O serviço de Jesus é infinito. Na sua órbita, há lugar para todas as criaturas e para todas as idéias sadias em sua expressão substancial.
Se, na ordem divina, cada árvore produz segundo a sua espécie, no trabalho cristão, cada discípulo contribuirá conforme sua posição evolutiva.
A experiência humana não é uma estação de prazer. O homem permanece em função de aprendizado e, nessa tarefa, é razoável que saiba valorizar a oportunidade de aprender, facilitando o mesmo ensejo aos semelhantes.
O apóstolo Paulo compreendeu essa verdade, afirmando que nada deveremos fazer por espírito de contenda e vanglória, mas, sim, por ato de humildade.
Quando praticares alguma ação que ultrapasse o quadro das obrigações diárias, examina os móveis que a determinaram. Se resultou do desejo injusto de supremacia, se obedeceu somente à disputa desnecessária, cuida de teu coração para que o caminho te seja menos ingrato. Mas se atendeste ao dever, ainda que hajas sido interpretado como rigorista e exigente, incompreensivo e infiel, recebe as observações indébitas e passa adiante.
Continua trabalhando em teu ministério, recordando que, por servir aos outros, com humildade, sem contendas e vanglórias, Jesus foi tido por imprudente e rebelde, traidor da lei e inimigo do povo, recebendo com a cruz a coroa gloriosa.

Fonte: CAMINHO, VERDADE E VIDA

FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER/EMMANUEL


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terça-feira, 18 de junho de 2013

GENERALIDADES SOBRE OS ANIMAIS

Você acha que é um exagero o fato de existir salões de beleza e produtos de estética para animais?
            O convívio com seres humanos é um aprendizado importante para os animais que estão próximos de nós, mas acho que sim. É um exagero tratá-los como seres humanos. Isso os confunde. Eu já pude presenciar animais que entraram em profunda depressão, pois eram tratados como se fossem crianças e, depois que veio uma criança como filho, foram substituídos na atenção geral das pessoas que acabam por tratá-los como animais. O problema é que não sabiam que não eram humanos e se deprimiram quando foram colocados em um quintal para morar em uma casinha, recebendo água em uma tina e comida sem a mesma qualidade de antes. Muitos desenvolvem dermatites e cânceres.
            Devemos tratá-los com carinho, eles devem conhecer o que é o amor e o que é o carinho que recebem das pessoas, mas não temos o direito de confundir o entendimento deles com excessos que não lhes acrescentam nada em termos evolutivos.


Fonte: A Espiritualidade dos Animais – Marcel Benedeti


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segunda-feira, 17 de junho de 2013

CRÍTICA II


Lemos a respeito e um assunto e logo atraímos criaturas que também se interessam pelo mesmo tema. Impressionamo-nos com um artigo de revista e, logo em seguida, sem nunca comentar esse fato com ninguém, aparecem pessoas nos presenteando com livros que abrangem essa matéria.
                Esse encadeamento de fatos ou elos do acaso tem sua razão de ser, pois se baseia na lei das atrações ou das afinidades. Portanto, todo conhecimento, informação, acontecimento ou aproximação de que verdadeiramente precisamos, por certo, vivenciaremos.
                Antes de censurardes as imperfeições dos outros, vede se de vós não poderão dizer o mesmo.
                Nossas afirmações diante da vida retornarão sempre de maneira inequívoca. Carmas são estruturados não somente sobre nossos feitos e atitudes, mas também sobre nossas sentenças e juízos, críticas e opiniões.
                Os efeitos sonoros do eco são reflexões de ondas que incidem sobre um obstáculo e retornam ao ponto de origem. Analogamente, poderemos entender o mecanismo espiritual de funcionamento da lei de ação e reação em nossas existências. Atos ou palavras, repetidas sucessivamente, voltarão ecoando sobre nós mesmos; são veredictos resultantes de nossas apreciações e estimativas vivenciais.
                Todas as nossas suspeitas sistemáticas tem raízes na falta de confiança em nós mesmos, e não nos outros. Por isso:
                - se criticamos o comportamento sexual alheio, podemos estar vivendo enormes conflitos afetivos dentro do próprio lar;
                - se tememos a desconsideração, é possível termos desconsiderado alguma coisa muito significativa dentro de nossa intimidade;
                - se desconfiamos de que as pessoas querem nos controlar, provavelmente não estamos na posse do comando de nossa vida interior.
                - se condenamos a hipocrisia dos outros, talvez não estejamos sendo leais com nossas próprias vocações e ideais;
                Projetar nossas mazelas e infortúnios sobre alguma coisa ou pessoa não resolve a nossa problemática existencial. Somente quando reconhecemos nossos dispositivos interiores que limitam nossa marcha evolutiva que poderemos ver com lucidez que, realmente, são elas as verdadeiras fontes de infelicidade, que nos distanciam da paz e da harmonia que tanto buscamos.


Do livro: As Dores da Alma – Francisco do Espírito Santo Neto/Hammed


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domingo, 16 de junho de 2013

CRITICA I


Por projeção psicológica entende-se a atitude de perceber nos outros, com certa facilidade, nossos conflitos e dificuldades, com recusa, no entanto, de vê-los em nós mesmos.
                Dependendo do grau de distorção que fazemos dos fatos, para atender a nossas teorias e irrealidades, é que se inicia em nossa intimidade o processo da paranóia. Os paranóicos possuem uma característica peculiar: relacionam qualquer acontecimento do mundo consigo mesmos, ou melhor dizendo, desvirtuam a realidade dos fatos, trazendo para o nível pessoal tudo o que ocorre em sua volta.
                Quanto mais conscientizada for a criatura, tanto mais entende a ordem das coisas e mais as questionará em seu simbolismo. Estar perfeitamente harmonizado e centrado em tudo o que existe é o requisito primordial para atingirmos a plenitude da vida.
                Tudo o que criticarmos, veementemente, no exterior encontraremos em nossa intimidade. Isso nos leva a entender que o ambiente em que vivemos é, em verdade, um espelho onde nos vemos exata e realmente como somos.
                Se, na exterioridade, algo de inoportuno estiver ocorrendo conosco ou chamando muito a nossa atenção, é justamente porque ainda não estamos em total harmonia na interioridade. Significa que devemos analisar melhor e estuda ainda mais a área correspondente ao nosso mundo íntimo.
                Todas as maldades e eventos desagradáveis que visualizamos fora são somente mensageiros ou intermediários que tornam consciente a nossa parte inconsciente. Tudo o que, realmente, estamos vivenciando no presente é tudo aquilo que estamos precisando neste momento.

(continua)

Do livro: As Dores da Alma – Francisco do Espírito Santo Neto/Hammed            

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sábado, 15 de junho de 2013

ESTADOS VIBRATÓRIOS DA ALMA. A MEMÓRIA


A vida é uma vibração imensa que enche o universo e cujo foco está em Deus. Cada alma, centelha destacada do foco divino, torna-se, por sua vez, um foco de vibrações que irão variar, aumentar de amplitude e de intensidade de acordo com o grau de elevação do ser. Toda alma tem, portanto, sua vibração particular e diferente,
seu movimento próprio, seu ritmo e a representação exata de seu poder dinâmico, de seu valor intelectual, de sua elevação moral.
Toda a beleza, toda a grandeza do universo vivo se resumem na lei das vibrações harmônicas. As almas que vibram uníssonas reconhecem-se e chamam-se através do espaço; daí as atrações, as simpatias, a amizade, o amor. A alma superior é uma vibração na posse de todas as suas harmonias.
A entidade psíquica penetra com suas vibrações todo o seu organismo fluídico, o perispírito, que é sua forma e sua imagem, a reprodução exata de sua harmonia pessoal e de sua luz. Mas chega a encarnação e essas vibrações irão reduzir-se, amortecer-se sob o invólucro carnal. O foco interior poderá projetar apenas uma radiação enfraquecida e não contínua.
Os menores detalhes de nossa vida registram-se em nós e deixam traços perpétuos. Pensamentos, desejos, paixões, atos bons ou maus, tudo fica fixado, tudo fica gravado em nós. Durante o curso normal da vida, essas lembranças se acumulam em camadas sucessivas, e as mais recentes acabam por apagar, pelo menos aparentemente, as mais antigas. Parece que esquecemos aqueles mil detalhes de nossa existência dissipada. Entretanto, basta, nas experiências hipnóticas, evocar os tempos passados e levar de novo o indivíduo, pela vontade, a uma época anterior de sua vida, na mocidade ou no estado de infância, para que essas recordações reapareçam em massa. O indivíduo revive seu passado, não apenas com o estado de alma e a associação de idéias que ele tinha nessa época – idéias às vezes bem diferentes daquelas que professa atualmente –, com seus gostos, hábitos e linguagem, mas também reconstituindo automaticamente toda a série de fenômenos físicos contemporâneos daquela época. Isso nos leva a reconhecer que há uma correspondência íntima entre a individualidade psíquica e o estado orgânico.
Dadas as flutuações constantes e a renovação integral do corpo físico em alguns anos, esse fenômeno seria incompreensível sem o papel do perispírito, que guarda, gravadas em sua substância, todas as impressões das vidas remotas. É ele que fornece à alma a soma total de seus estados conscientes, até mesmo após a destruição da memória cerebral. Os espíritos demonstram isso nas suas comunicações, pois eles conservaram no além as menores recordações de sua
existência terrestre.

Fonte: O PROBLEMA DO SER, DO DESTINO E DA DOR
LÉON DENIS

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sexta-feira, 14 de junho de 2013

CONSCIÊNCIA ÉTICA II


Por sua vez, o fenômeno da autoconsciência consiste no conhecimento lógico do que fazer e como executá-lo, sem conceder-lhe demasiada importância, que se transforme numa obsessão, pela minudência de detalhes e face ao excesso de cuidados, correndo o risco do lamentável perfeccionismo. Ele resulta de uma forma de dilatação do que se sabe, de uma consciência vigilante e lúcida do que se realiza, expandindo a vida e, como efeito, graças ao dinamismo adquirido, sentir-se liberado de tensões, fora de conflitos. Esta conquista de si mesmo enseja maior soma de realizações, mais amplo cam­po de criatividade, mais espontaneidade.
A introspecção ajuda-o, por ser o processo de conduzir a atenção para dentro, para a análise das possibilidades ínti­mas, para a reflexão do conteúdo emocional e a meditação que lhe desenvolva as forças latentes. Desse modo, não pode afastar o homem para lugares especiais, ou favorecer com­portamentos exóticos, desligando-se do mundo objetivo e caindo em alienação.
Vivendo-se no mundo, torna-se inevi­tável vencer-lhe os impositivos negativos, tempestuosos das pressões esmagadoras. Diante dos seus desafios, enfrentá-los com natural disposição de luta, não alterando o comporta­mento, nem o deixando estiolar-se.
É muito comum a atitude apressada de viver-se emocio­nalmente acontecimentos futuros que certamente não se da­rão, ou que ocorrerão de forma diversa da que a ansiedade estabelece. As impressões do futuro, como conseqüência de tal conduta, antecipam-se, afligindo, sem que o indivíduo viva as realidades do presente, confortadoras.
Para esta conduta ansiosa Jesus recomendava que “a cada dia baste a sua aflição”, favorecendo o ser com o equilíbrio para manter-se diante de cada hora e fruí-la conforme se apresente.
A introspecção cria o clima de segurança emocional para a realização de cada ação de uma vez e a vivência de cada minuto no seu tempo próprio. Ajuda a manter a calma e a valorizar a sucessão das horas. O homem introspectivo, to­davia, não se identifica pela carranca, pela severidade do olhar, pela distância da realidade, tampouco pela falsa superiorida­de em relação às outras pessoas.
Tais posturas são formalis­tas, que denunciam preocupação com o exterior sem contri­buição íntimo-transformadora. Antes, surge com peculiar lu­minosidade na face e no olhar, comedido ou atuando confor­me o momento, porem sem perturbar-se ou perturbar, trans­mitindo serenidade, confiança e vigor. A introspecção torna-se um ato saudável, não um vício ou evasão da realidade.
À medida que o homem se penetra, mais amadurece psi­cologicamente, saindo da proteção fictícia em que se escon­de — dependência da mãe, da infância, do medo, da ansieda­de, do ódio e do ressentimento, da solidão — para assumir a sua identidade, a sua humanidade.
As ações humanistas são o passo que desvela a consciên­cia ética no indivíduo que já não se contenta com a experiên­cia do prazer pessoal, egoísta, dando-se conta das necessida­des que lhe vigem em volta, aguardando a sua contribuição.
Paira nele uma compreen­são dos reais valores, que o propele a avançar sem timidez, sem pressa, sem temor. A sua se transforma em uma existên­cia útil para o meio social, tornando-se parte ativa da comu­nidade que passa a servir, sem autoritarismo nem prejuízo emocional para si mesmo ou para o grupo.
A consciência ética é a conquista da iluminação, da luci­dez intelecto-moral, do dever solidário e humano. Ela pro­porciona uma criatividade construtiva ilimitada, que conduz à santificação, na fé e na religião; ao heroísmo, na luta cotidi­ana e nas batalhas profissionais; ao apogeu, na arte, na ciência, na filosofia, pelo empenho que enseja em favor de uma plena identificação com o ideal esposado.


Do livro: O Homem Integral – Divaldo Pereira Franco/Joanna Di Ângelis


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quinta-feira, 13 de junho de 2013

CONSCIÊNCIA ÉTICA I


O homem é o único “animal ético” que existe. Não obs­tante, um exame da sociedade, nas suas variadas épocas, de­vido à agressividade bélica, à indiferença pela vida, à barbá­rie de que dá mostras em inúmeras ocasiões, nos demonstre o contrário. Somente ele pode apresentar uma “consciência cri­ativa”, pensar em termos de abstrações como a beleza, a bon­dade, a esperança, e cultivar ideais de enobrecimento. Essa consciência ética nele existe em potencial, aguardando que seja desenvolvida mediante e após o autodescobrimento, a aquisição de valores que lhe proporcionem o senso de liber­dade para eleger as experiências que lhe cabem vivenciar.
Atavicamente receoso, experimenta conflitos que o ator­mentam, dificultando-lhe discernir entre o certo e o errado, o bem e o mal, o bom e o pernicioso. Ainda dominado pelo egocentrismo da infância, de que não se libertou, pensa que o mundo existe para que ele o desfrute, e as pessoas a fim de que o sirvam, disputando e tomando, à força, o que supõe pertencer-lhe por direito ancestral.
Diversos caminhos, porém, deverá ele percorrer para que a autoconsciência lhe descortine as aquisições ética indispen­sáveis: a afirmação de si mesmo, a introspecção, o amadure­cimento psicológico e a autovalorização entre outros...
O “negar-se a si mesmo” do Evangelho, que faculta a per­sonalidades patológicas o mergulho no abandono do corpo e da vida, em reação cruel, destituído de objetivo libertador, aqui aparece como mecanismo de fuga da realidade, medo de enfrentar a sociedade e de lutar para conseguir o seu “lugar ao Sol”, como membro atuante e útil da humanidade, que necessita crescer graças à sua ajuda. Este conceito cristão mantém as suas raízes na necessidade de “negar-se” ao ego prepotente e dominador, a vassalagem do próximo, em favor das suas paixões, a fim de seguir o Cristo, aqui significando a verdade que liberta. O desprezo a si mesmo, literalmente con­siderado, constitui reação de ódio e ressentimento pela vida e pela humanidade, mortificando o corpo ante a impossibilida­de de flagiciar a sociedade.
O homem que se afirma pela ação bem direcionada, con­quista resistência para perseverar na busca das metas que es­tabelece, amadurecendo a consciência ética de responsabili­dade e dever, o que o credencia a logros mais audaciosos. Ele rompe as algemas da timidez, saindo do calabouço da preo­cupação, às vezes, patológica, de parecer bem, de ser tido como pessoa realizada ou de viver fugindo do contato social. Ou, pelo contrário, canaliza a agressividade, a impetuosida­de de que se vê possuído para superar os impulsos ansiosos, aprendendo a conviver com o equilíbrio e em grupo, no qual há respeito entre os seus membros, sem dominadores nem dominados.
Consegue o senso de planejamento das suas ações, crian­do um ritmo de trabalho que o não exaure no excesso, nem o amolenta na ociosidade, participando do esforço geral para o seu e o progresso da comunidade. Adquire um conceito lógi­co de tempo e oportunidade para a realização dos seus em­preendimentos, confiando com tranqüilidade no resultado dos esforços dispendidos.
Mediante a autoconsciência, aplica de maneira salutar as experiências passadas, sem saudosismo, sem ressentimentos, planejando as novas com um bem delineado programa que resulta do processamento dos dados já vividos e adicionados às expectativas em pauta a viver.

(continua)


Do livro: O Homem Integral – Divaldo Pereira Franco/Joanna Di Ângelis


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quarta-feira, 12 de junho de 2013

ORAR NÃO É COMO APERTAR UM BOTÃO

            
Orar bem implica movimentar energias interiores, irradiar o pensamento com o impulso da vontade e da fé sinceras; pede também concentração, apoiada no silêncio e no desligamento mental do exterior. Dessa forma, em alguns rápidos minutos, pode-se conversar com Deus, com simplicidade e eficiência. A oração virá do coração, mesmo que pobre de palavras, mas rica de idéias e sentimento.
                No entanto, a prece ansiosa, maquinalmente decorada, não refletida, carente de emoção, não atingirá seus objetivos; digamos, não chegará a quem se destina.
                A prece não muda os principais lances da vida do homem, não altera as provas por que tenha de passar, no entanto, pode abrandá-las; pode redobrar as forças interiores de resistência do indivíduo, fazendo-o encarar situações graves ou contrárias de forma mais equilibrada e racional. Além disso, o feliz hábito de orar metaboliza as energias da calma, da paciência e também da esperança.
                Embora ninguém fique sem auxílio, sem o amparo das leis divinas, a prece eventual não imuniza a pessoa das dificuldades do dia, como se apertasse um botão. Segundo o que ensina o espiritismo, a justiça de Deus leva em extrema conta a intenção e o mérito de quem pede, em oração. Os espíritos encarregados do cumprimento das Suas ordens, se chegarem a receber a solicitação, podem não atender ao que a pessoa  esteja pedindo no momento, mas não negam a análise instantânea da sua situação e possíveis medidas posteriores. Em muitas circunstâncias, determinadas experiências são necessárias para o seu aprendizado e os espíritos não julgam útil favorecê-la, a fim de não interferir no curso normal das provas que poderão beneficiá-la.
                Assim, a prece deve ser compreendida como uma busca, não de solução imediata para problemas e situações, mas de forças de renovação; um contato com energias superiores na procura de inspiração para a vida interior e de relação com o mundo.
                Quando se faz um pedido a Deus, o seu atendimento estará automaticamente ligado ao mérito e à necessidade de cada um. Deus sabe de que precisamos e atenderá sempre, com justiça, ao que for devido e imprescindível à criatura.

Cláudio Bueno da Silva


Extraído do Jornal Espiritismo Estudado – 05/2012 


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