Como podemos criar um animal doméstico sem que ele perca
seus instintos?
Os animais estão conosco há mais de
dez mil anos. Os cães foram os primeiros a se aproximar de nós em uma espécie
de troca de favores. Eles nos avisavam da aproximação de inimigos e nós os
protegíamos e os alimentávamos. Desde que a civilização avançou, os cães
tornaram-se apenas companhia e não ocorreu mais aquele tipo de troca que
existia no começo. Estabeleceu-se entre eles e nós um laço de confiança e de
certa forma de dependência. Eles ficaram se opções. Ou ficam conosco ou morrem
e forme e frio pelas ruas de nossas cidades, porque não são mais animais
selvagens e não caçam para viver. Dependem de nós que os tiramos do seu meio
natural e agora há muitos que são abandonados. Por causa deste convívio e dessa
dependência, perderam muito de seus instintos de sobrevivência. No entanto, já
que não poderão novamente se tornar selvagens e voltar às florestas de seus
ancestrais, precisamos auxiliá-los a continuar em sua escalada e o controle de
parte destes instintos faz parte deste aprendizado. O convívio conosco não foi
obra do acaso. Fomos aproximados, uns dos outros, para ajudá-los na evolução.
Auxiliá-los a dominar seus instintos. Ser doméstico é contrário a ser selvagem.
Se o animal for doméstico não é mais selvagem e, portanto, seus instintos já
estarão diminuídos. No entanto, eles não são seres humanos. Não podemos impor a
eles um comportamento idêntico ao nosso nem podemos exigir deles algo que está
fora de seu alcance, pois isso os confundirá. Trate seu animal como animal, mas
sempre o trate com respeito.
Fonte: A
Espiritualidade dos Animais – Marcel Benedeti
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