A vida é uma vibração imensa que enche
o universo e cujo foco está em Deus. Cada alma, centelha destacada do foco
divino, torna-se, por sua vez, um foco de vibrações que irão variar, aumentar de
amplitude e de intensidade de acordo com o grau de elevação do ser. Toda alma
tem, portanto, sua vibração particular e diferente,
seu movimento próprio, seu ritmo e a representação exata
de seu poder dinâmico, de seu valor intelectual, de sua elevação moral.
Toda a beleza, toda a grandeza do
universo vivo se resumem na lei das vibrações harmônicas. As almas que vibram uníssonas
reconhecem-se e chamam-se através do espaço; daí as atrações, as simpatias, a
amizade, o amor. A alma superior é uma vibração na posse de todas as suas
harmonias.
A entidade psíquica penetra com suas
vibrações todo o seu organismo fluídico, o perispírito, que é sua forma e sua
imagem, a reprodução exata de sua harmonia pessoal e de sua luz. Mas chega a
encarnação e essas vibrações irão reduzir-se, amortecer-se sob o invólucro
carnal. O foco interior poderá projetar apenas uma radiação enfraquecida e não
contínua.
Os menores detalhes de nossa vida
registram-se em nós e deixam traços perpétuos. Pensamentos, desejos, paixões,
atos bons ou maus, tudo fica fixado, tudo fica gravado em nós. Durante o curso
normal da vida, essas lembranças se acumulam em camadas sucessivas, e as mais
recentes acabam por apagar, pelo menos aparentemente, as mais antigas. Parece
que esquecemos aqueles mil detalhes de nossa existência dissipada. Entretanto, basta,
nas experiências hipnóticas, evocar os tempos passados e levar de novo o
indivíduo, pela vontade, a uma época anterior de sua vida, na mocidade ou no
estado de infância, para que essas recordações reapareçam em massa. O indivíduo
revive seu passado, não apenas com o estado de alma e a associação de idéias
que ele tinha nessa época – idéias às vezes bem diferentes daquelas que professa
atualmente –, com seus gostos, hábitos e linguagem, mas também reconstituindo
automaticamente toda a série de fenômenos físicos contemporâneos daquela época.
Isso nos leva a reconhecer que há uma correspondência íntima entre a
individualidade psíquica e o estado orgânico.
Dadas as flutuações constantes e a
renovação integral do corpo físico em alguns anos, esse fenômeno seria
incompreensível sem o papel do perispírito, que guarda, gravadas em sua
substância, todas as impressões das vidas remotas. É ele que fornece à alma a
soma total de seus estados conscientes, até mesmo após a destruição da memória cerebral.
Os espíritos demonstram isso nas suas comunicações, pois eles conservaram no
além as menores recordações de sua
existência terrestre.
Fonte: O PROBLEMA
DO SER, DO DESTINO E DA DOR
LÉON DENIS
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