De acordo com o pensamento da espiritualidade maior:
“da necessidade que o homem tem de viver em sociedade, nascem-lhe obrigações
especiais a primeira de todas é a de respeitar os direitos de seus semelhantes.
Em o vosso mundo, porque a maioria dos homens não pratica a lei de justiça,
cada um usa de represálias. Essa a causa da perturbação e da confusão em que
vivem as sociedades humanas.
As represálias evidenciadas nesta questão podem ser
consideradas como as desforras ou as vinganças que, comumente, os indivíduos
fazem através de críticas, injúrias, sátiras e depreciações. Nesse tema, é
oportuno ressalvar que, em muitas ocasiões, em decorrência das emoções
patológicas, é perfeitamente possível pessoas sentirem-se humilhadas, vendo
atitudes de arrogância e insulto onde não existem.
No mundo interior dos críticos implacáveis, pode
existir uma intimidação, originalmente adquirida na infância, em virtude da
autoridade e ameaça dos pais. Vozes do passado ecoam em suas mentes,
solicitando, insistentemente, que sejam pontuais e infalíveis, exatos e bem
informados, super responsáveis e controlados.
As exigências do pretérito criaram-lhes um padrão de
comportamento mental, caracterizado por constante cobrança e acusação, fazendo
com que projetem tudo isso sobre os outros. O medo de cometerem erros e o fato
de desconfiarem de si mesmos, lhes conferem uma existência ambivalente. Vivem,
ao mesmo tempo, entre a sensação de perseguição e a de superioridade. Além do
mais, quem critica imagina-se sensacional e em vantagem.
Desesperadamente, observam e desconfiam de si mesmos.
Exteriorizam e transferem toda essa sensação de auto-acusação, condenando os
outros. Essa operação emocional funciona como uma válvula de escape, a fim de
compensar a autoperseguição e aplacar as cobranças convulsivas do seu mundo
interior.
(continua)
Do livro: As Dores da
Alma – Francisco do Espírito Santo Neto/Hammed
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