O mecanismo de fuga pode constituir
uma necessidade de reprimir algo
para cuja manifestação o ser não se sente preparado.
É sempre um risco intentar-se, de
inopino, empurrar o indivíduo para o encontro claro e imediato com o si, face
à sua ausência de valores íntimos para reconhecer-se frágil — sem deprimir-se,
necessitado — sem insegurança em relação ao futuro, aturdido — sem esperança...
O ser psicológico é, estruturalmente,
a soma das suas emoções e conquistas, que caracterizam a individualidade
pessoal no processo de evolução.
A libertação, portanto, dos
complexos artifícios de fuga, dar-se-á mediante terapias adequadas, que
facultarão o amadurecimento psicológico para a auto-estima e o enfrentamento da
realidade suportável.
Qualquer tentativa de esgrimir a
verdade — afinal, a verdade de cada qual — pode resultar em conflito mais
grave. A queda da máscara desnuda
o indivíduo e nem sempre ele deseja ser visto como é — mesmo porque se ignora
—, podendo sofrer um choque com o descobrimento prematuro ou alienar-se, por
saber-se identificado de forma inadequada, desagradável.
A verdade é absorvida, a pouco e
pouco, através da identificação dos valores reais em detrimento dos aparentes,
do descobrimento do significado da existência e da sua finalidade.
Os convites existenciais que
propelem para o exterior, para a aparência, modelam a personalidade impondo
inúmeros mecanismos de sobrevivência
do ego, aos quais o indivíduo se aferra, permanecendo ignorante quanto à
sua realidade e aos relevantes objetivos da vida.
As ilusões, desse modo, são
comensais da criatura, que se apresenta conforme gostaria de ser e não de
acordo com o si, o eu profundo, o que é. Extirpá-las é condenar o outro ao desamparo, retirar-lhe as bengalas psicológicas de apoio.
Isto não significa apoio aos comportamentos falsos, às
personalidades esteriotipadas, antes é respeito ao direito de cada um viver
como pode, e não consoante gostaria de ser.
Imprescindível que se seja leal,
honesto para consigo mesmo, desvelando-se e trabalhando-se interiormente.
A experiência de identificação do si
é um passo avançado no processo de autodescobrimento, de auto-amadurecimento.
(continua)
O SER CONSCIENTE - Divaldo Pereira Franco/Joanna de
Ângelis
Um comentário:
Olá Denise.
Tudo bem?
Que Deus te abençoo-e. Gostei muito de ler a primeira parte deste texto de Divaldo Franco.
Para quando a 2ª parte?
Dia feliz.
Beijinhos,
Cris Henriques
http://oqueomeucoracaodiz.blogspot.com
http://jakeemary.blogspot.com
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