Essa busca interior expressa-se como
uma forma de insatisfação em relação ao já conseguido — os valores possuidos
não preenchem mais os espaços interiores, deixando vazios emocionais; uma
necessidade de aprimoramento psicológico, superando os formalismos, os
modismos, o estatuído circunstancial, nos quais a forma é mais importante do
que o conteúdo, o exterior é mais relevante que o interior; uma consciência
lúcida, que desperta para os patamares superiores da existência física; uma
incontida aspiração pelas conquistas metafísicas, face à vigência permanente
do fenômeno da morte em ameaça contínua, pois que a transitoriedade da
experiência física se apresenta de exíguo tempo, facultando frustração; uma
imperiosa busca de paz desvestida de adornos e de condicionais, e um amplo
anseio de plenitude.
Com estes referenciais há uma
inevitável autopenetração psicológica, uma busca do si, do autodescobrimento,
a fim de bem discernir o que se anseia e para que, o que se possui e qual a sua
aplicação, a análise do futuro e como se apresentará.
A emersão do si, predominando no
indivíduo, e característica de cristificação, de libertação do deus interno, de
plenitude.
Quando começa, uma transformação
psicológica se opera automaticamente, a escala de valores se altera e o
comportamento muda de expressão.
A saúde emocional e mental se
estabelece, ensejando uma visão correta em torno dos acidentes orgânicos, que não mais desequilibram, e o fenômeno
morte se torna perfeitamente natural, sem fantasmas apavorantes ou anelos de
antecipação.
Ocorre uma plena harmonia entre o
viver — existência física — e a Vida — realidade total.
O self, em razão do processo reencarnatório, fica imerso na névoa
carnal, adormecido pelos tóxicos e vapores da indumentária física sob a pressão
das experiências humanas, dos relacionamentos sociais, nos quais a astúcia e
não a sabedoria, a simulação e não a honestidade, a falácia e não o silêncio
promovem o indivíduo, granjeiam lugar de destaque na comunidade. Essa conduta
irregular, tal critério, são impeditivos para a liberação do si.
Campeiam as psicopatologias como
efeito da atitude do ego em relação ao eu, estando a exigir maior conhecimento
das necessidades legítimas.
A conquista do self é processo que se deve começar
imediatamente, recorrendo-se às terapias próprias e, simultaneamente, aos
recursos da oração, da meditação, das ações edificantes.
Cada logro enseja a ambição de
alcançar novo patamar, que se torna um desafio atraente, estimulador.
Ninguém, pois, pode deter-se nos níveis inferiores de consciência,
relegando a plano secundário o si, a realidade ambicionada.
O SER CONSCIENTE - Divaldo Pereira Franco/Joanna de
Ângelis
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