O poder de cura do magnetismo é estudado desde
Mesmer, estudos esses que foram significativamente ampliados pelo espiritismo
com a inserção do componente espiritual na ação de cura a distância.
A partir da questão 658 de O Livro dos Espíritos,
Allan Kardec estuda o tema Prece, obtendo dos Espíritos Superiores a seguinte
informação:
“A prece é
sempre agradável a Deus, quando ditada pelo coração, porque a intenção é tudo
para Ele. A prece do coração é preferível a que podes ler, por mais bela que
seja, se a leres mais com os lábios do que com o pensamento. A prece é
agradável a Deus quando é proferida com fé, com fervor e sinceridade. Não
creias, pois, que Deus seja tocado pelo homem vão, orgulhoso e egoísta, a menos
que a sua prece represente um ato de sincero arrependimento e de verdadeira
humildade.”
E na questão 662, indagando se podemos orar utilmente
pelos outros, recebe a seguinte resposta:
“O espírito daquele que ora está agindo pela vontade
de fazer o bem. Pela prece, atrai a ele os bons espíritos que se associam ao
bem que deseja fazer.”
A essa resposta, Kardec comenta:
‘Possuímos em nós mesmos, pelo pensamento e a
vontade, um poder de ação que se estende muito além dos limites de nossa esfera
corpórea. A prece por outros é um ato dessa vontade. Se for ardente e sincera,
pode chamar os bons espíritos em auxílio daquele por quem pedimos, a fim de lhe
sugerirem bons pensamentos e lhe darem a força necessária para o corpo e a
alma. Mas ainda nesse caso a prece do coração é tudo e a dos lábios não é
nada.”
Portanto, quando oramos, utilizamos o poder da
vontade para acionar as forças energéticas do pensamento, liberando um comando
mento-espiritual para o cérebro, que distribui essa energia através do nervo
vago, como sugerem pesquisas. Essa energia liberada vai ao encontro da pessoa
enferma, isso através do fluido universal, que tudo preenche, assim como o som
se propaga pelo ar, e mais, essa força é potencializada pelos bons espíritos,
que são atraídos pelo nosso pensamento caridoso.
Esclarece o Ministro Clarêncio, no capítulo 1 da obra
Entre a Terra e o Céu, psicografia do querido e inesquecível médium Chico
Xavier:
“Em nome de Deus, as criaturas, tanto quanto
possível, atendem às criaturas. Assim como possuímos em eletricidade os
transformadores de energia para o adequado aproveitamento da força, temos
igualmente, em todos os domínios do Universo, os transformadores da bênção, do
socorro, do esclarecimento... As correntes centrais da vida partem do
Todo-Poderoso e descem a flux, transubstanciadas de maneira infinita. Da luz
suprema á treva total, e vice-versa, temos o fluxo e o refluxo do sopro do
Criador, através de seres incontáveis, escalonados em todos os tons do
instinto, da inteligência, da razão, da humanidade e da angelitude, que
modificam a energia divina, de acordo com a graduação do trabalho evolutivo, no
meio em que se encontram... A prece, qualquer que ela seja, é ação provocando a
reação que lhe corresponde. Conforme a sua natureza, paira na região em que foi
emitida ou eleva-se mais, ou menos, recebendo a resposta imediata ou remota,
segundo as finalidades a que se destina.”
É assim que a oração, recebendo o fluxo divino e o
auxílio direto dos espíritos que a ela se vinculam, conforme nosso desejo e
vontade, atua como força medicamentosa na forma de energia salutar que invade
as células do organismo físico, provocando modificações moleculares capazes de
regenerar órgãos e tecidos, combater bactérias e vírus, sempre com a permissão
de Deus e até o limite das provas expiações que ainda nos são necessárias aos
aprendizados que nos competem diante da vida.
Oremos sempre, como um ato de caridade que traduz em
ação eficaz pela cura de uma enfermidade, o “amai-vos uns aos outros”, ensinando
e exemplificado pelo Mestre Jesus.
Marcos de Mario
Fonte: Jornal
Espiritismo Estudado – julho/2012
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