Insinua-se o medo de forma sutil, aparentemente lógica, tomando
conta das paisagens da psique, como insegurança tormentosa povoada de pesadelos
hórridos, que levam a alucinações e impulsos incontroláveis de fuga até
mediante o concurso da morte.
Com o tempo, alternam-se as condutas
no paciente: apatia mórbida ou pavor contínuo, ambas de gravidade
indiscutível.
Na psicogênese, porém, dos estados
fóbicos em geral, não se pode descartar a anterioridade existencial do ser, em
Espírito, peregrino que é de inumeráveis reencarnações, cuja história traz
escrita nas tecelagens intrincadas da própria estrutura espiritual.
Comportamentos irregulares,
atividades lesadoras, ações perversas ocultas que não foram desveladas,
inscrevem-se na consciência profunda como necessidade de reparação, que
ressurgem desde a nova concepção, quando ocorrem os fatores que os despertam,
permitindo-lhes a imersão do inconsciente, e passam a trabalhar o ser real, levando-o da insegurança
inicial ao medo perturbador.
A reencarnação é método para o
Espírito aprender, agir, educar-se, recuperando-se quando erra, reparando
quando se compromete negativamente.
Inevitável a sua ocorrência, ela
funciona por automatismo da Vida, impondo as cargas de uma experiência na
seguinte, em mecanismo natural de evolução.
Inscritos os códigos de justiça na
consciência individual, representando a Consciência Cósmica, ninguém se lhe
exime aos imperativos, por ser fenômeno automático e imediato.
A cada ação resulta uma reação
semelhante, portadora da mesma intensidade vibratória.
Quando recalcado o efeito, ele
assoma, predominante, propiciando os estados de libertação ou sofrimento,
conforme seja constituído o seu campo de energia.
O autodescobrimento é a terapia
salutar para que sejam identificadas as causas geradoras e, ao mesmo tempo, a
conscientização de quais recursos se podem utilizar para a liberação.
Conhecendo o fator responsável pelo
medo, antepor-se-lhe-á a confiança nas causas positivas, que resultarão em
futuros equilíbrios de fácil aquisição.
A renovação pessoal pelo otimismo, a
auto-estima, o hábito das ideações elevadas, da oração, da meditação, constituem
eficientes recursos curativos para o auto-encontro, a paz interior.
O medo é inimigo mórbido, que deve
ser enfrentado com naturalidade através do exercício da razão e da lógica.
(continua)
O SER CONSCIENTE - Divaldo Pereira Franco/Joanna de
Ângelis
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