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CONHEÇA O ESPIRITISMO - blog de divulgação da doutrina espírita


terça-feira, 31 de maio de 2011

O EXERCÍCIO DO AUTO-AMOR IV



Vejamos, de maneira mais pormenorizada, os conceitos: idealização, realização, eu idealizado e eu real.
Idealização: ação para se criar, mentalizar a idéia.
A mentalização das idéias acontece no plano das potencialidades, isto é, a idéia só existe enquanto potencial, um ideal a ser realizado.
Observação: é importante diferenciar a idealização real, um movimentos essencial, da idealização fantasiosa, u8m movimentos egóico, que é um tipo de idealização impossível de ser realizado, pelo menos naquele momento.
No ideal fantasioso, a pessoa cria idéias ilusórias, que estão além das suas possibilidades, não sendo possível sua realização naquele instante.
Realização: ação para se tornar real, concretizar a idéia.
A realização das idéias e do ideal está no plano das possibilidades, isto é, as idéias ou ideais podem ser realizados ou não.
Observação: percebamos que dentro de um ponto de vista transcendente, todos os ideais de amor, de desenvolvimentos do bem, do bom e do belo em nós mesmos, serão realizados.
A questão é que esse potencial é desenvolvido de forma gradativa, ao longo do tempo, nas várias oportunidades de vidas sucessivas que temos para realização desse mister.
A idealização, quando egóica, fantasiosa, cria inúmeras distorções, porque a fantasia mascara a realidade. Criamos então as figuras do eu idealizado, mascarado em oposição ao eu real, fator extremamente nocivo que estará impedindo, transitóriamente, a prática do auto amor.
Expliquemos melhor esses conceitos:
Eu idealizado: a forma como eu penso que sou, como eu me idealizo. Normalmente nos idealizamos melhores do que somos em muitos aspectos, por já conhecer as verdades cristãs, por saber o que é certo e errado, etc. o que ocorre, na prática, é que as máscaras não se sustentam indefinidamente e, cedo ou tarde, percebemos a nossa indigência e aí, nos idealizamos piores do que somos, nos colocando numa posição inferior. Percebamos que o ser superior ou inferior só existe em nossas mentes conflituadas. Tanto uma posição, quanto a outra, está distante da realidade.
Eu real: a forma como sou realmente, com limitações, potencialidades e possibilidades já, ou a serem desenvolvidas. O eu real é nem melhor, nem pior do que muitas vezes acreditamos. A realidade que temos virtudes desenvolvidas, ou a serem desenvolvidas e muitas negatividades a serem transmutadas. Essa é a condição de todo ser humano até que se liberte totalmente do ego e se torne um espírito puro.
Esse conflito entre aquilo que se é e o que se pensa ser, gera grandes obstáculos à prática do auto-amor.
O ideal como modelo deve ser apenas uma referência, e não uma exigência.
Quando idealizamos virtudes que ainda não temos, num jogo de faz-se-conta, até o que parecemos ter, nos será tirado. Muitos de nós entram em conflitos enormes, quando Esso acontece. Fato lamentável e desnecessário, se aceitássemos a nossa condição de criaturas simples e ignorantes em processo de evolução.
Quando aceitamos essa condição, entramos no campo da idealização real, pois estaremos cultivando, gradativa e suavemente, as virtudes que já temos latentes, como sementes, em nós mesmos.
Temos como modelo Jesus, e este deve servir como referência para que nos esforcemos em buscar esse ideal, vivenciar em nós o amor do qual Ele foi o exemplo vivo, sem, contudo, nos exigir de forma abrupta, essa vivência, para que não venhamos a distorcer a prática do amor e, assim, retardar o nosso processo evolutivo.
Uma pergunta pode estar vindo à sua mente: como posso fazer isso?
Vigiando e orando. A vigilância é uma condição imprescindível, para que não caiamos nas tentações do nosso próprio ego.

PSICOTERAPIA À LUZ DO EVANGELHO DE JESUS
            Alírio de Cerqueira Filho


segunda-feira, 30 de maio de 2011

O EXERCÍCIO DO AUTO-AMOR III



Para evoluirmos de uma forma suave e gradativa, realizando o amor por escolha consciente e não por obrigação, é necessário aceitar as negatividades do ego em nós mesmos, para, no momento certo, dar-lhe destinação adequada.
Sabemos que os sentimentos egóicos negativos são apenas uma forma de energia, na qual está ausente o valor essencial correspondente, sendo as máscaras a repressão deles.
Analisemos os sentimentos: orgulho, egoísmo, ansiedade. Eles são apenas nomenclaturas para que identifiquemos a ausência de valores essenciais.
Eles não são reais. Não podemos dizer que eles não existem, mas não são reais, no sentido de que o real é o permanente, é o Essencial. Eles são ausência. Dentro do conceito da impermanência, da transitoriedade, por mais que haja orgulho, egoísmo e ansiedade em nós, de um ponto de vista transcendente, todos vamos nos libertar desses sentimentos, apesar de que na visão não energética, eles se tornam reais naquele momento, gerando a densificação do ego.
Mas ao longo do tempo, eles tendem a desaparecer, porque o ego é aquele que não pé, ou seja, todos os sentimentos egóicos serão transmutados pelos sentimentos essenciais correspondentes.
Todos esses sentimentos egóicos não são, mas estão, porque são a ausência do exercício dos valores que nos compõem na essência.
O que queremos colocar é a questão da ausência, do não ser, mas estar. O não estado é permanente, é transitório. O orgulho é a ausência do valor de ser humilde. O egoísmo é a ausência da virtude do altruísmo. A ansiedade é a ausência de serenidade. Quando estamos tímidos no exercício do ser, vivemos o irreal do não-ser. O ego é apenas o não-movimento do Ser Essencial.
Quando o Ser Essencial não ego, é o ego que não se situa. A partir do momento que vamos desenvolvendo a luz da essência, isto é, os sentimentos da humildade, do altruísmo, da fraternidade, da compaixão, da serenidade, os sentimentos negativos vão desaparecendo.
Ao contrário, se não aceitamos essa condição, criamos um fardo pesado a ser carregado que são as negatividades egóicas disfarçadas em virtudes, gastando muita energia desnecessariamente na manutenção dessa divisão interna, que apenas nas retarda a marcha.
Todo esse conflito surge devido ao eu idealizado ser diferente do eu real. É fundamental que desenvolvamos um eu ideal como modelo, apenas como referencial e não como uma exigência.
O problema começa quando exigimos a idealização de forma abrupta. Aí, a idealização se torna ilusão.
Toda modelagem inicia-se quando produzimos uma idéia e, a partir daí, sentimos, gerando emoções e, posteriormente, realizamos, por meio dos nossos comportamentos, tornando concretos os pensamentos através de atitudes. As idéias podem surgir em duas fontes: no Ser Essencial ou no ego.
Quando os pensamentos surgem no Ser Essencial, os sentimentos que são estimulados, são os essenciais, originários da energia do amor, produzindo comportamentos equilibrados. Ao contrário, quando estes surgem no ego, a partir de uma crença limitadora, estimulam as negatividades do ego, originadas do desamor, ou mascaradas, originadas do pseudo-amor, gerando comportamentos desequilibrados.
Quando idealizamos situações que podemos realizar e nos esforçamos para conseguí-las, estamos agindo em conformidade com o Essencial em nós mesmos. Ao contrário, quando idealizamos de forma ilusória, questões que ainda não conseguimos realizar e passamos a fingir que as realizamos, num jogo de faz-de-conta, estamos simplesmente cultivando a idealização egóica, falsa em si mesmo.
Portanto, a partir do estudo dos processos de idealização e realização, vamos entender muitos dos conflitos pelos quais os seres humanos passam, ao longo de sua trajetória de vida.

PSICOTERAPIA À LUZ DO EVANGELHO DE JESUS
            Alírio de Cerqueira Filho

domingo, 29 de maio de 2011

O EXERCÍCIO DO AUTO-AMOR II


Amar-se é buscar o melhor para si mesmo, a cada momento. O melhor é estar em paz com a própria consciência, que só é possível quando buscamos cumprir a lei de amor como um todo.
Muitas pessoas confundem auto-amor com egoísmo, quando dizem que querem o melhor para si mesmas, para que possam ser felizes. Fazem isso causando a infelicidade dos outros. Isso é um falso melhor, pois não se pode distanciar o melhor do cumprimento do dever consciencial.
Se buscamos algo, por acreditar ser bom para nós, para nos dar felicidade, mas que prejudica qualquer pessoa, ou a natureza, isso é puro egoísmo e jamais trará algo bom para a pessoa, e essa felicidade será pura ilusão.
Auto-amor é exercitar ações que sejam boas, belas e que proporcionem o bem para todos: nós mesmos, outras pessoas, a natureza, enfim o universo, em comprimento à Lei de Amor. A partir do momento em que nos abrimos ao amor por nós mesmos, todo o universo se abre para nós. Então poderemos exercitar o amor a Deus e ao próximo.
Outro grande obstáculo que dificulta o exercício do auto-amor, são as negatividades que trazemos. Não as negatividades em si, mas o conflito que sentimos por ainda tê-las.
É muito comum o indivíduo exigir de si mesmo, o cumprimento integral deles, de uma hora para outra, fato que, no estágio evolutivo que estamos, ainda é impossível realizar. Cultivamos a não aceitação dos sentimentos egóicos negativos e criamos, com isso, as máscaras do ego.
O problema é que, num nível profundo, sabemos que as máscaras são pseudovirtudes. E entramos em conflito, por parecermos ser algo que ainda não somos. Exigimos de nós mesmos, uma perfeição que ainda não podemos ter, esquecidos de que somos perfectíveis e temos a eternidade para realizar o nosso próprio aperfeiçoamento.
Para que alcancemos essa perfeição, é imprescindível refletir que a única forma de brilhar a nossa luz, é através do amor e esse processo acontecerá de forma gradativa e suave.
Quando nos exigimos uma perfeição que ainda não podemos realizar, entramos em conflito e criamos a pseudoluz do perfeccionismo e outras máscaras egóicas.
Idealizamos uma perfeição ilusória que nos retarda o próprio processo de aperfeiçoamento. Esse conflito representa um processo de diferença interna, em que queremos ser algo que ainda não conseguimos ser. O ego acaba lutando consigo mesmo, fazendo abafar as negatividades, substituindo-as pelas pseudovirtudes.
Vamos refletir sobre as qualidades essenciais, dadas por Deus, a todos nós para que possamos evoluir.
Essas qualidades estão presentes em nossa própria Essência Divina em estado de latência. É a escolha que fazemos pelas negatividades do ego, quando anestesiamos a nossa consciência em busca dos prazeres egóicos.  Não que o ego seja nosso inimigo, mas nós o fazemos assim, quando embotamos a nossa consciência e deliberadamente seguimos o caminho do mal, aqui fica clara a questão das máscaras.
Após cultivarmos as negatividades do ego, simplesmente fugimos, as mascaramos.
Os sentimentos egóicos negativos estarão coexistindo juntamente com os sentimentos essenciais de forma harmônica, até a completa transmutação do ego, que só ocorrerá com o tempo.

PSICOTERAPIA À LUZ DO EVANGELHO DE JESUS
            Alírio de Cerqueira Filho

sábado, 28 de maio de 2011

O EXERCÍCIO DO AUTO-AMOR I

Na lição sobre o maior mandamento a ser exercitado, Jesus apresenta, como referência, o amor a si mesmo.
Houve uma deturpação desse princípio, confundindo-o com egoísmo e egocentrismo.
Estabeleceu-se, então, que as pessoas deveriam negar-se a si mesmo em favor do próximo.
É preciso renunciar ao nosso ego, aos prazeres egóicos, para sentir o verdadeiro prazer que nos proporciona a vida em abundância, o prazer gerado pelo amor essencial, a ser estimulado pela prática do auto-amor, para, a partir deste, desenvolver o amor ao próximo verdadeiramente e não como uma máscara.
“A amorterapia tem as suas diretrizes firmadas no ensinamento evangélico: amar a Deus sob todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.
Como a si mesmo é um imperativo que não deve ser confundido com o egoísmo, ou o egocentrismo, mas como respeito e direito à vida, à felicidade que o indivíduo tem e merece.
Trata-se de um amor preservador da paz, do culto aos hábitos sadios e dos cuidados morais, espirituais, intelectuais para consigo mesmo, sem o que, a manifestação do amor ao próximo, é transferência da sua sombra, da sua imagem que logo se transforma em decepção e amargura, ou a Deus, a Quem não vê, tudo dEle esperando, ainda como mecanismo de fuga da responsabilidade.
A vida plena exige criatividade, movimentação, integração vibrante e satisfatória na busca do prazer essencial.
Todos os esforços que movem aqueles que triunfaram sobre si mesmos, através das atividades a que se entregaram – artes, ciências, filosofia, religião -, anelavam pelo encontro, a conquista do prazer e da plenitude”.
Amar ao próximo, sem se amar, é transferência de sombra ao qual muitos de nós nos lançamos para fugir de nós mesmos, resultando, mais cedo ou mais tarde, em decepção e amargura.
Outras vezes dizemos amar a Deus, aguardando dEle a salvação pelo simples fato de dizermos que O amamos, sem nos responsabilizarmos pela nossa parte no processo de evolução.
Essa deturpação do princípio cristão produz grandes conflitos no Ser, atrasando a sua jornada rumo ao auto-encontro. Ao esquecer de si mesmo em sentido literal, ele esquece de desenvolver os valores essenciais latentes que o estarão aproximando de Deus.
Enquanto se preocupa exclusivamente com o próximo, desfoca-se de si mesmo, de sua renovação interior para melhor. O amor ao próximo e a Deus deverá ser sempre conseqüência do auto-amor.
Portanto, não há possibilidade de se amar a Deus e ao próximo, sem se amar. Quando não nos amamos, nos fechamos para o universo, nos fechamos para o Divino e para os que estão próximos. Ficamos incapacitados de sentir o amor de Deus e o amor que nos rodeia, porque esse sentimento não ecoa dentro de nós.

PSICOTERAPIA À LUZ DO EVANGELHO DE JESUS
            Alírio de Cerqueira Filho

sexta-feira, 27 de maio de 2011

EXAUSTÃO

                Teu cansaço ou fraqueza é fruto de tua falta de limites. O “excesso de bagagem” que carregas e que torna tua vida mais pesada se deve à suposta necessidade de exagerado controle das coisas e das pessoas e à falsa idéia de que és superior em tudo o que fazes.
                Tua ansiedade te leva a fazer ou a resolver as coisas imediatamente. O que poderias executar em um dia queres fazer em instantes.
                Teu perfeccionismo impõe-te realizar tarefas impecáveis, quando poderias faze-las com esmero, mas não com perfeição. Ao invés de viveres cada dia como uma alegre e fascinante viagem de aprendizado, tomas a vida como uma expedição cansativa e  constrangedora, com metas inatingíveis. O perfeccionismo é inimigo de tua paz interior.
                Tua insegurança te induz a concretizar feitos e eventos, não para tua realização interior, e sim para receberes aplausos exteriores. A necessidade de te sentires superior te traz um elevado dispêndio de energia emocional.
                Tua baixa estima te leva  aos píncaros do exagero em produzir cada vez mais. Por sentires menos que os outros, tendes a compensar tua autodesconsideração tentando fazer diversas coisas ao mesmo tempo. A preocupação com o julgamento dos outros te faz tropeçar nas estradas da vida.
                Tua exaustão não é produto de teu trabalho no bem, nem perda energética na doação de forças ao edifício do Cristo, mas produto do teu ego onipotente, que acredita que tudo pode, tudo faz e tudo deve ver.
                No labor cristão o esforço e o desgaste são restaurados, a criatura se alimenta energeticamente. Entra em contato com seus potenciais internos e, a partir daí, sente os prazeres da alma.
                Portanto, tem calma. Calma não é lentidão ou desleixo. É, antes de tudo, conquista de quem aprendeu que o Criador sempre faz a sua parte, esperando que a criatura, igualmente, faça a sua. Lembra-te de que a tua parte é uma pequena parcela que deve ser retirada de tuas forças e utilizada de conformidade com teus limites, ou seja, proporcionalmente a tuas conquistas e possibilidades.

UM MODO DE ENTENDER, UMA NOVA FORMA DE VIVER
Francisco do Espírito Santo Neto – Espírito Hammed


quinta-feira, 26 de maio de 2011

FRUSTRAÇÕES E DEPENDÊNCIAS

                O indivíduo está sempre no momento presente, que é o seu instante decisório. O passado, por isso mesmo, não pode servir de parâmetro, senão para aprender como não repetir os erros, pois que é irrecuperável, no entanto, reparável. Nada existe que possa ser recuperado na área moral comprometida, no entanto, desde que haja interesse real, poderá ser corrigido. Assim, é negativo manter saudades do já ocorrido, sentir-se frustrado pelo que gostaria que houvesse sucedido mas não aconteceu, ou arrependido em profundidade pelo insucesso de que foi objeto. Tais sentimentos não podem modificar as conseqüências desencadeadas no pretérito, no entanto, podem ser reformuladas as bases da ação que se repetirá em forma nova, assim modificando os futuros resultados. Eis por que se deve perdoar a tudo e a todos, igualmente proporcionando-se perdão a si mesmo, recompondo-se emocionalmente e recomeçando a tarefa onde ela se desencaminhou.
                O homem psicológico saudável não vive de recordações, nem se atormenta com as aspirações. Portador de um presente enriquecedor, os seus movimentos atuais estão sempre voltados para as ações que o promovem, confiando, naturalmente, no futuro de forma natural, racional, sem inquietação, despido de ansiedade, vivendo integralmente cada instante do seu hoje.
                Personalidades instáveis sentem-se frustradas facilmente, em razão da falta de idealismo perseverante para se realizarem. Ambicionam em demasia ou a nada aspiram, deixando-se arrastar por estados melancólicos que cultivam, sem o competente esforço para saírem da situação doentia.
                Inúmeros fatores contribuem para as frustrações pessoais, entre outros, os conflitos da libido não realizada, geradora de medos injustificáveis ou de melancolias carregadas de sombras; o convívio familiar insatisfatório, no qual as imagens dos pais mal humorados e reclamadores produzem ansiedades e desejos de fuga da realidade inquietante; dificuldades de auto-realização, por decorrência de falta de iniciativa ou por pequenos insucessos que poderiam ser transformados em êxitos, se tivesse havido perseverança; inveja pelo triunfo das outras pessoas, muitas vezes logrado a grande esforço, que o paciente se recusa usar...
                Todo o séquito de frustrações leva o indivíduo à dependência emocional, criando tabus, buscando amuletos para a sorte madrasta, tentando o sobrenatural, procurando soluções mágicas para o que poderá tornar-se um desafio ao alcance da vitória, na luta encetada.
                Essa dependência se transfere das crenças supersticiosas para as pessoas que as devem carregar psicológica, física e economicamente, solucionando os seus problemas, resolvendo as suas dificuldades, que se renovam, por falta de decisão e reflexão para agir corretamente. Porque não encontram aqueles que estejam dispostos a suportar tão pesada carga, mais aumentam as suas frustrações, que adquirem estágio mórbido, levando aos transtornos psicóticos maníaco-depressivos.
                Quando a pessoa considerar que se encontra na Terra, no momento, no lugar e com as pessoas certas, aquelas que lhe são necessárias para o próprio desenvolvimento, despertará da dependência infantil e da frustração debilitadora, recuperando a saúde comportamental através da renovação mental e das motivações atraentes para tornar a sua existência mais do que suportável, perfeitamente feliz.
                O indivíduo deve aspirar ao máximo, que, mesmo não logrado, significa-lhe visão otimista do porvir, que o aguarda, permitindo-se então o que seja possível conseguir, sem produzir mecanismo frustrante ou dependência daqueles que o lograram.
                Como o pensamento é a fonte geradora das aspirações, anelar pelo melhor, trabalhar por adquiri-lo representa quando isso não ocorra, é demonstração de maturidade e de equilíbrio que todos devem manter.

VIDA: DESAFIOS E SOLUÇÕES
DIVALDO P. FRANCO/JOANNA DE ÂNGELIS

terça-feira, 24 de maio de 2011

REALMENTE


A tempestade espanta. Entretanto, acentuar-nos-á a resistência, se soubermos recebê-la.

A dor dilacera. Mas aperfeiçoar-nos-á o coração, se buscarmos aproveitá-la.

A incompreensão dói. Contudo, oferece-nos excelente oportunidade de compreender.

A luta perturba. Todavia, será portadora de incalculáveis benefícios, se lhe aceitarmos o concurso.

O desespero destrói. Diante dele, porém, encontramos ensejo de cultivar a serenidade.

O ódio enegrece. No entanto, descortina bendito horizonte à revelação do amor.

A aflição esmaga. Abre-nos, todavia, as portas da ação consoladora.

O choque assombra. Nele, contudo, encontraremos abençoada renovação.

A prova tortura. Sem ela, entretanto, é impossível a aprendizagem.

O obstáculo aborrece. Temos nele, porém, legítimo produtor de elevação e capacidade.

Do livro: Agenda Cristã – Chico Xavier/André Luiz

SELINHOS GANHOS



Selinhos que ganhei da amiga Neusinha Brotto.
As regras desses selinho são:

1- Exiba a imagem do prêmio; 
2- Poste o link do blog que o premiou;
http://mundodaneusinhabrotto.blogspot.com 3- Publique as regras; 
4- Indique 10 (dez) blogs para receberem;
5- Avise os indicados.

Blogs indicados para receberem os selos acima:

1- Essência Estelar Maia
2- Mentores de Luz
3- Jornada Edificante
4- Espiritual-idade
5-Luz, Alegria, Força e Fé
6- Blog Luz
7- Amadeirado
8- Doce Filosofia
9- Claridade e Amor
10- Bate Papo com a Pris

segunda-feira, 23 de maio de 2011

A HORA FINAL

                Deixando sua residência corpórea, o espírito, purificado pela dor e pelo sofrimento, vê sua existência passada recuar, afastar-se pouco a pouco com seus amargores e ilusões; depois, dissipar-se como as brumas que a aurora encontra estendidas sobre o solo e que a claridade do dia faz desaparecer. O espírito acha-se, então, como que suspenso entre duas sensações: a das coisas materiais que se apagam e a da vida nova que se lhe desenha à frente. Entrevê essa vida como através de um véu, cheia de encanto misterioso, temida e desejada ao mesmo tempo. Após, expande-se a luz, não mais a luz solar que nos é conhecida, porém uma luz espiritual, radiante, por toda parte disseminada. Pouco a pouco o inunda, penetra-o, e, com ela, um tanto de vigor, de remoçamento e de serenidade. O espírito mergulha nesse banho reparador. Aí se despoja de suas incertezas e de seus temores. Depois, seu olhar destaca-se da Terra, dos seres lacrimosos que cercam seu leito mortuário, e dirige-se para as alturas. Divisa os céus imensos e outros seres amados, amigos de outrora, mais jovens, mais vivos, mais belos que vêm recebê-lo, guiá-lo no seio dos espaços. Com eles caminha e sobe às regiões etéreas que seu grau de depuração permite atingir. Cessa, então, sua perturbação, despertam faculdades novas, começa o seu destino feliz.
                A entrada em uma vida nova traz impressões tão variadas quanto o permite a posição moral dos espíritos. Aqueles cujas existências se desenrolam indecisas, sem faltas graves nem méritos assinalados,acham-se, a princípio, mergulhados em um estado de torpor, em um acabrunhamento profundo; depois, um choque vem sacudir-lhes o ser. O espírito sai, lentamente, de seu invólucro: recobra a liberdade, porém, hesitante, tímido, não se atreve a utilizá-la ainda, ficando cerceado pelo temor e pelo hábito aos laços em que viveu. Continua a sofrer e a chorar com os entes que o estimaram em vida. Assim corre o tempo, sem ele o medir; depois de muito, outros espíritos auxiliam-no com seus conselhos, ajudando a dissipar sua perturbação, a libertá-lo das últimas cadeias terrestres e a levá-lo para ambientes menos obscuros.
                Em geral, o desprendimento da alma é menos penoso depois de uma longa moléstia, pois o efeito desta é desligar pouco a pouco os laços carnais. As mortes súbitas, violentas, sobrevindo quando a vida orgânica está em sua plenitude, produzem sobre a alma um despedaçamento doloroso e lançam-na em prolongada perturbação. Os suicidas são vítimas de sensações horríveis. Experimentam, durante anos, as angústias do último momento e reconhecem, com espanto, que não trocaram seus sofrimentos terrestres senão por outros ainda mais vivazes.
                O conhecimento do futuro espiritual, o estudo das leis que presidem a desencarnação são de grande importância como preparativos à morte. Podem suavizar os nossos últimos momentos e proporcionar-nos fácil desprendimento, permitindo mais depressa nos reconhecermos no mundo novo que se nos desvenda.

Do livro: Depois da Morte – Léon Denis

SELO GANHO



Selinho que ganhei do Anderson Tomio do blog Anderson Tomio junto e misturado,
http://andersontomio.blogspot.com, acompanhado das palavras abaixo:

“Em  25/01/2011 - demonstrei minha admiração pelos blogs ao quais eu sigo ou visito e me identifico,com o Selo - "Este blog transforma pessoas!”
Para que o blog fosse  indicado, eu mesmo me usei como “termômetro” . Ao ler uma postagem, se esta tocasse e fizesse  repensar e embarcar na “viagem” com o autor do blog lido, ja será um indício que o blog tem em seu conteúdo palavras que buscam transformar as pessoas, fazendo delas seres humanos melhores. Também irei observar o quantidade de comentários e o que e as pessoas falam a respeito porque assim, acredito que mais pessoas foram tocadas, transformadas se não em definitivo, mas pelo instante da leitura em seres humanos melhores, críticos, pensantes e que buscam uma melhora da convivência humana como um todo.Utopia? Não, se cada um lançar uma semente, pode ser que não germine uma grande floresta, mas se brotar um jardim bem verde e de forte raízes, já faremos dele  um oásis.
A semente está lançada! Foi lançada!  O selo só vem a enfatizar essa boa vontade e iniciativa entre os blogueiros que utilizam o espaço virtual para semear iniciativas que fazem as pessoas refletirem, analisarem e mesmo mudar o comportamento. Seja através de contos, poemas, crônicas, reportagens,dentre tantas outras formas de comunicação utilizadas nesses verdadeiros “porto seguro” que atravessam as fronteiras de territórios, de idiomas, cores, raças, credos, sexo e todas as demais características que o ser humano possa ter, mas que não nos torna melhores ou piores, mas únicos e especiais na soma de um mundo fraternal.
Parabéns a todos! Que este selo de propagação tenha esse objetivo mesmo, propagar e valorizar as boas iniciativas.”

Obrigada Anderson pelo carinho e as belas palavras.

Denise


domingo, 22 de maio de 2011

COMPARAÇÕES II


                Dando exagerada importância às comparações, o orgulhoso passa a ser um fiscal dos atos alheios, procurando motivos para realçar-se e afirmar-se ante o próximo, a quem toma como um oponente, ainda que não o seja, especialmente se essa criatura pensa ou age em desacordo com suas crenças e concepções. Seu campo mental funciona como um radar em busca de um deslize ou de um episódio que fragilize seu opositor, e os julgamentos e reprimendas mentais comparecem inevitavelmente como um efeito dessa condição psíquica e emocional.
                Tudo isso, porque o orgulho tem o poder de fazer-nos valorizar o que não somos, mas desejaríamos ser, levando a sentir e pensar que tudo que fazemos ou temos é melhor que o do outro.
                Impermeabilidade é o que ocorre nesse quadro. Os relacionamentos com pessoas desse perfil tornam-se superficiais, elas não permitem que os outros penetrem sua intimidade verdadeira e revoltam-se conta os que lhe exortam sua proficiência à verdade sobre si mesmas, melindrando com veemência.
                Manter aparência é muito caro e doloroso. Até mesmo nos climas espíritas verificamos altas doses cessa vivência. Começa pelo personalismo em acreditar que o caminho que seguimos, a forma como trabalhamos, os movimentos que criamos, os pensamentos que defendemos, as tarefas que fundamos, os esforços que expendemos são recordes que nunca serão alcançados por ninguém e que devem ser seguidos por todos. Há um flagrante desrespeito pelas opiniões e iniciativas alheias, repleto de indiferença e despeito. Quando não se recebe com júbilo a cooperação dos companheiros junto à seara, estamos vibrando fora da atmosfera de fraternidade de solidariedade que propõe o espiritismo.
                A reeducação desse estado moral de orgulho vai exigir-nos alguns quesitos.
                Uma decidida viagem interior é o ponto de partida. Olhar para si, entender-se, pesquisar com minúcia, paciência e perseverança as formas de expressar do orgulho. Ouve-se com freqüência nos meios doutrinários espíritas a manifestação verbal de que nosso maior defeito é o orgulho e o egoísmo, no entanto, poucos são os que têm penetrado o mundo oculto das tendências e automatismos para conhecer a singularidade do seu orgulho. Não existem dois orgulhosos iguais. Conquanto ele possa ser definido como um sentimento de superioridade, nada além disso é idêntico em se tratando de comparar a sua forma de manifestar em cada personalidade.
                A partir dessa viagem é imperiosa uma vigília incansável para estabelecer atitudes que correspondam realmente ao que sentimos e somos, sem partir para os extremos da falsa modéstia, da culpa e do pieguismo. Ser o que somos é o desafio, evitando seguir os ditames da imaginação que nos inclina a fugir da realidade, romper com máscaras e formalidades desnecessárias, vivendo com espontaneidade responsável. Os exercícios da empatia no ato de aprender a ouvir e da alteridade no sentimento de respeitar as diferenças do outro serão pródigos no esmaecimento dos interesses personalistas. Nada nos impede de fazer as comparações a fim de tirar algum proveito ou entender melhor nossos sentimentos, todavia, sem ilusões...
                A única comparação útil e proveitosa, sob a ótica do aprendizado espiritual, é aquela que fazemos conosco próprios, procurando sempre aferir se estamos hoje um pouco melhor em comparação ao ontem.
                      
Do livro: MEREÇA SER FELIZ – Superando as ilusões do orgulho
Wanderley S. de Oliveira – Espírito Ermance Dufaux

sábado, 21 de maio de 2011

COMPARAÇÕES I

                 A comparação é um dos defeitos mais notáveis da presença do orgulho nas relações.
                Desde as primeira percepções infantis, o ato de comparar é uma necessidade para a aquisição da consciência. As referências paternas e maternas e depois as sociais, são âncoras de desenvolvimento da personalidade. Nesse particular o afeto tem papel preponderante, porque conforme a qualidade  dos sentimentos atribuídos a tudo aquilo que compõe as nossas experiências, teremos uma percepção, uma representação psicológica do mundo.
                Quando o espírito já nasce com acentuada percentagem moral de orgulho e ainda encontra um ambiente que estimule as ilusões mundanas, os fatos tomam o colorido desse sentimento, com fortes conotações de interesse pessoal.
                Nos relacionamentos as comparações são muito utilizadas pelo orgulhoso com a finalidade de exacerbar seu conceito pessoal e rebaixar a importância dos demais. As comparações orgulhosas impedem relacionamentos gratificantes e duradouros, porque estabelecem uma competição íntima com os outros o campo das suposições e da imaginação fértil alcança níveis enfermiços nesse particular. Vive-se mais o que se imagina que o que se sente. O homem aprende a cuidar da sua máscara com maior devoção que de sua realidade íntima.
                O estresse é o resultado do escoamento energético que alimenta as criações e o mecanismo de defesa do orgulho.
                A mídia desenvolve influente papel estimulando padrões.
                O orgulho vai solidificando uma imagem irreal de si mesmo, mas que agrada aos interesses pessoais dentro das perspectivas de suas comparações. Já não se trata mais de referências para crescimento e sim da formação de uma identidade psicológica fragilizada, acessível a assimilar tudo que faça a pessoa sentir-se valorizada, importante, forte, capaz...
                A ausência de contato com a vida interior profunda vai fortalecendo essa segunda natureza que passa a regular mecanismos importantes da vida psíquica e mental. O orgulho tem essa característica de fazer a criatura acreditar no que não é.
                A excessiva preocupação com a opinião a seu respeito é uma neurose nesse tipo de situação.
                As referências elogiosas a quem quer que seja são recebidas com desdém ou inveja, utilizando-se da encantada conjunção gramatical – mas – que se transformou em senha elegante para depreciar o próximo em frases inteligentes.
                A necessidade de diminuir o valor dos esforços alheios é um vício de proporções extraordinárias, elaborando sempre uma versão dos êxitos alheios sob o prisma da sorte e das facilidades como explicações para ser tão bem sucedido. O orgulho não nos permite alegrar com o sucesso alheio e suplica galardões para os sucessos pessoais, sempre dimensionados como algo para além das suas reais expressões. Em muitas dessas comparações que fazemos no intuito de tirar o brio das ações alheias, no fundo gostaríamos de ser aquela pessoa, de possuir algo que ela tem ou ser algo que ela é.
                Esse sentimento de excessivo valor pessoal retira quase por completo as possibilidades da empatia e da alteridade, criando um nível acentuado de indiferença. Essa condição impede a alegria e a autenticidade nas relações deixando-nos muitas  vezes carcomidos de inveja, raiva ou outras emoções perante as vitórias do próximo.

Do livro: MEREÇA SER FELIZ – Superando as ilusões do orgulho
Wanderley S. de Oliveira – Espírito Ermance Dufaux

quinta-feira, 19 de maio de 2011

ESTAMOS EM FESTA


Hoje estamos muito felizes, chegamos a 10.000 acessos.
Nosso objetivo é a divulgação da doutrina e o auxilio aqueles que sofrem, através de palavras consoladoras.
Gostaria de compartilhar com todos os amigos este momento tão importante.


Denise

quarta-feira, 18 de maio de 2011

O EXERCÍCIO DO AMOR

Mateus, cap. 22 vv. 35 a 40.
Mandamento = imposição, mando, algo que se deve fazer obrigatóriamente, sob pena de haver, caso não seja realizado, sanções aos infratores.
Para os judeus, essa palavra tinha essa conotação, imposta por Moisés devido ao primitivismo de seu povo.
Ao longo do tempo essa palavra sofreu distorções, fazendo as pessoas temerem a ira de Deus, caso não cumprissem os mandamentos. Por isso, criaram-se as máscaras do puritanismo e do martírio, nas quais a prática do amor é apenas exterior. Ainda hoje, a palavra mandamento está carregada dessa obrigação, como fruto do temor. Muitas pessoas sentem-se aturdidas por não conseguirem vivenciar esses dois mandamentos, que são a base do edifício cristão.
Para Jesus, mandamento significa apenas uma regra de conduta a ser exercitada pela criatura, ao longo do tempo seu processo evolutivo, no qual terá todo o tempo que for necessário para realizar esse mister.
Não se evolui forçando-se a natureza, mas desenvolvendo-se de forma gradativa e suave. Por isso o evangelho nos convida ao exercício consciente do amor e não a amar por obrigação, pois isso cria apenas a hipocrisia, atitude nociva à própria criatura. Jesus, sabedor que, seres simples e ignorantes não se transformam por decreto, jamais poderia nos ensinar a praticar o amor de forma obrigatória. O seu convite é repleto de doçura e suavidade, nunca algo a ser feito sob coerção.
“O amor não pode ser imposto, mas desenvolvido, treinado, quando não surgir espontaneamente.
A síntese proposta por Jesus em torno do amor, é das mais belas psicoterapias que se  conhece: Amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo, em uma trilogia harmônica.
Ante a impossibilidade de o homem amar a Deus em plenitude, já que tem dificuldade em conceber o absoluto, realiza o mister, invertendo a ordem do ensinamento, amando-se de início, a fim de desenvolver as aptidões que lhe dormem em latência, esforçando-se por adquirir valores iluminativos a cada momento, crescendo na direção do amor ao próximo, decorrência natural do auto-amor, já que o outro é extensão dele mesmo, para, finalmente amar a Deus, em uma transcendência incomparável, na qual o amor predomina em todas as criações e é responsável por todo os atos.”
Vinde a mim = vir até o amor que Ele representa. O amor é algo suave, leve, que nos alivia do cansaço e da opressão, causados por nós mesmos, pela prática do desamor e do pseudo-amor.
Após sofrer o jugo dos prazeres egóicos, gerador do desamor para nós mesmos e para o nosso próximo, bem como carregar o fardo do pseudo-amor, produzindo falsas virtudes – movimento extremamente desvitalizador e cansativo, pela grande quantidade de energia que gastamos para manter as aparências -, continuamos a ser convidados ao exercício do amor. Para isso é necessário tomar o jugo do Cristo: o amor e, de forma mansa e humilde de coração, reconhecer a nossa pequenez, tomar consciência de nós mesmos e perceber que somos seres em evolução, que temos muitas negatividades a serem transmutadas, mas também grandes virtudes potenciais, aptidões latentes a serem desenvolvidas.
O simples fato de reconhecer essa realidade, nos liberta do fardo pesado, proporcionado pelos conflitos do ego, que estávamos carregando voluntariamente, nos identificando com ele ou mascarando-o, e nos encaminha ao amor do Ser Essencial, cujo jugo é suave e o fardo é leve. Tomar consciência plena desta verdade nos conduz à prática do auto-amor, base do todo processo amoroso a ser vivido por nós.

Do livro: PSICOTERAPIA À LUZ DO EVANGELHO DE JESUS
            Alírio de Cerqueira Filho


terça-feira, 17 de maio de 2011

SEMEADURA

                A felicidade é o subproduto de nossa responsabilidade pelo uso do livre-arbítrio. Auto-responsabilidade é conquista de quem reconheceu que ninguém pode nos fazer feliz, uma vez que felicidade é trabalho interior – pode ser compartilhada, entretanto cada um deve conquista-la por si mesmo.
                Somos nós que escolhemos os valores éticos, culturais, ideológicos, religiosos e afetivos, de acordo com nossa coerência interna e nosso grau evolutivo. No entanto, precisamos, igualmente, compreender que o controle sobre a nossa vida não é ilimitado, nem absoluto.
                Livre-arbítrio não significa onipotência ou poder soberano. É uma possibilidade de decidir, uma força em nossa vida, não há dúvida, mas não a única que dirige a existência humana.
                De épocas em épocas, somos atingidos por forças que independem de nossa vontade consciente – ambientais, culturais, genéticas, políticas e outras tantas -, as quais visivelmente não foram objeto de nossa escolha.
                Podemos ter livre-arbítrio sobre como vamos responder a essas forças, mas não sobre o controle de sua ação e determinação.
                Temos opção momentânea, mas existe uma força determinante que nos faz progredir, querendo ou não, independentemente de nossa vontade ou liberdade de escolha.
                ‘É necessário distinguir o que é obra da vontade de Deus do que é da vontade do homem”.
                Sem exceção, as leis divinas ou naturais são desígnios de Deus – indicam ao homem o que deve fazer e o que não deve fazer.
                A maior conquista do ser  consciente é conceber que há uma Soberania Universal que tudo controla e dirige harmoniosamente; por isso ele não teme entregar as rédeas existenciais nas Mãos Celestes.
                A maior desdita do homem é ignorar que as v idas são interligadas e que existe para cada um de nós um plano divino cuidadosamente traçado pela Vida Maior. É desconsiderar a existência de um desígnio celestial que nos promove, sem que o percebamos, conduzindo-nos ao progresso e à felicidade.
                Precisamos desafiar crenças equivocadas ou falsos conceitos a respeito de quais são os nossos verdadeiros limites. A Natureza como um todo precisa ser obedecida; a Natureza em mim precisa ser conduzida.
                A Divindade criou o livre-arbítrio, nós criamos a fatalidade. Entretanto, não podemos ficar reduzidos à condição de vítima; é necessário quebrarmos o estigma dessa crença inadequada e rompermos os grilhões que forjamos para nós mesmos.
                Nenhuma pessoa na face da Terra existe para nos servir ou satisfazer as nossas necessidades; somos donos apenas da própria vida, mas não da Vida Maior. Isso quer dizer que cada homem tem o mapa sagrado de sua existência, a ser executado com a colaboração do seu livre-arbítrio, porém circunstanciado pelo grande plano da Soberania Divinal.
                A noção de Causalidade Absoluta (vontade de Deus) e de livre-arbítrio (vontade do homem) não nos deve levar a uma vida de irresponsabilidade, justificando desajustes, discórdia ou separações, atribuindo-os à vontade de Deus. Ou mesmo, acreditar que temos um domínio e controle ilimitados e, por isso somos criaturas poderosas, ou que “tudo que cremos que seja possível acontecer, acontece”.
                Os conceitos aqui desenvolvidos são fundamentados na auto-responsabilidade e na proposta de nos colocar em contato com a realidade, pois muitos de nós temos a tendência de não assumir os fatos reais da vida, desviando a mente para fantasias filosóficas, para não responder pelas próprias ações.
                São considerados alienados todos aqueles que vivem sem conhecer ou avaliar os fatores sociais, religiosos, éticos e culturais que os condicionam a viver da forma que vivem e também aqueles que não percebem os impulsos íntimos que os levam a agir da maneira que agem.
                Não são poucos os que menosprezam e depreciam sem perceberem as incontáveis revelações providenciais que recebem todos os dias. Por não notarem com nitidez a Suprema Luz agindo em toda a parte, semeiam ilusões no terreno da própria alma e vivem indolentes, desinteressados e descrentes diante das verdades eternas.
                O que sentimos, pensamos e fazemos é nossa semeadura, e não querer assumir nossos sentimentos, pensamentos e atitudes também o é.
                Somos em síntese a causa e o efeito de nossos atos e atitudes. A responsabilidade pessoal e o livre-arbítrio implicam a obrigatoriedade de respondermos por nossas decisões e comportamentos adotados.

Do livro: UM MODO DE ENTENDER, UMA NOVA FORMA DE VIVER
Francisco do Espírito Santo Neto – Espírito Hammed



segunda-feira, 16 de maio de 2011

HÁBITOS MENTAIS

            A vida biológica, em si mesma, é resultado de automatismos, funcionando com harmonia desde que os equipamentos orgânicos se encontrem em ordem. Obedecendo ao ritmo cardíaco e às reações cerebrais, todos os fenômenos apresentam-se repetitivos, previsíveis, dentro dos atavismos ancestrais. Sujeita aos fatores mesológicos, alimentares nutrientes, no primeiro período da existência física transcorre sem alterações, marchando inexoravelmente para a fatalidade do seu desenvolvimento.
            A vida mental se inicia por vislumbres e percepções à medida que o espírito se assenhoreia dos equipamentos do cérebro, que lhe decodificam as ondas do pensamento. Dos impulsos iniciais, instintivos, até à compreensão cósmica e toda uma larga experiência, abre as comportas da comunicação, para tornar-se lógico, antes de alcançar a etapa superior, que é a identificação com a Consciência Divina.
            O ser humano, vitorioso nas etapas anteriores pelas quais passou, ao atingir o momento da razão traz, ínsitos nos refolhos das fixações da aprendizagem intelectual, os hábitos mentais. São eles que passam a dirigir a sua conduta, porque toda a programação existencial começa no pensamento.
            É de alta relevância considerar essa questão, porquanto no pensamento estão as ordens do que se deve realizar e como proceder à sua execução. Deixando-se conduzir pelas manifestações primitivas, habituais, repetem-se, sem resultados positivos, os labores que mantêm o ser no estágio em que se encontra. Sem o valor moral para alcançar novos patamares do processo da evolução.
            Desde que no pensamento está a diretriz da conduta, pensar corretamente deve constituir o grande desafio de quem almeja o triunfo.
            Em decorrência das vivências anteriores, ficaram mais profundamente marcados os pensamentos de dor, de angústia, de pessimismo, em razão da sua força desequilibradora. São essas evocações inconscientes que primeiro assaltam a casa mental do indivíduo no seu cotidiano.
            Vinculado aos mecanismos repetitivos da conduta sofredora, ele mantém as tendências para o masoquismo, cultivando, sem dar-se conta, os hábitos mentais geradores de conflitos e de padecimentos.
            Constrói a idéia, e sofre-a, de que tudo sempre lhe há de sair mal, não se esforçando para que as suas tentativas de mudança se coroem de resultados positivos. Preserva conceitos destrutivos a respeito das pessoas, coisas e acontecimentos, alimentando a fonte das irradiações mentais de cargas pesadas quão degenerativas, que lhe impossibilitam o direcionamento correto, franco e saudável, que recarrega de energias realizadores os centros da vontade então viciada.
            Tornando-se vítima espontânea desse pessimismo, que sustenta no campo das idéias, estabelece padrões negativos a respeito de situações e pessoas, não alterando a forma de pensar nem de agir, assim vivendo sob o estigma do mau humor, das insinuações malsãs, da falta de sorte, em que se refugia a fim de evitar a luta necessária para o êxito. Os seus clichês mentais sobrepõem-se a todas as visões de limpidez psíquica a respeito da vida e das demais criaturas, tornando-se a sua existência um caos psicológico, por falta e exclusiva do desejo de alterar a forma de pensar e de ser.
            Desde que todas as expressões do evoluir dependem do pensamento, porque dele provêm, é fácil pensar de forma variável, substituindo aquele que seja incorreto por outro que pareça favorável. Como a pessoa poderá dizer que não sabe discernir qual o ideal daqueloutro que é pernicioso, basta que faça uma avaliação do que lhe constitui bengala para sustentar o já experimentado e perturbador, passando a novo tentame de construção diferente.
            A princípio, a acomodação levará o indivíduo a repetir-se e a não acreditar no êxito da experiência em formação. Cabe-lhe, nesse caso, insistir e perseverar, abrindo novo espaço no campo mental viciado, plantando as sementes novas do otimismo e da esperança, a fim de sair do estado doentio. Logo depois, é imprescindível começar a valorizar tudo quanto se encontra à sua volta, estabelecendo novos padrões de compreensão, assim libertando-se das construções negativas-pessimistas.
            O novo hábito se irá implantando lentamente no sub-consciente até tornar-se parte integrante do comportamento.
            Pensas bem ou mal é uma questão de hábito. Toda vez que ocorrer um pensamento servil, doentio, perverso, malicioso, injusto, de imediato substituí-lo por um digno, saudável, amoroso, confiante, justo, sustentando-o com a onda de irradiação do desejo de que assim seja realizado. O que se pensa, torna-se realidade, como é natural. Eis por que, pensar e agir são termos da mesma equação existencial. Primeiro pensar, para depois atuar, a fim de que não venha a agir antes, arrependendo-se quando passe a reflexionar.
            As construções mentais superiores, que produzem os hábitos saudáveis, renovam-se e crescem no ser, originadas do espírito que as capta do Pensamento Divino, de onde procedem todas as forças da edificação e da realização total.

Do livro: VIDA: DESAFIOS E SOLUÇÕES
DIVALDO P. FRANCO/JOANNA DE ÂNGELIS