Importantes
advertências nos fazem os espíritos superiores para que aprendamos a aproveitar
o momento presente de nossas vidas na Terra, alertando-nos para o fato de que o
passado há se foi, e do futuro nada sabemos. Em vista disso, o dia de hoje é o
mais importante a ser vivido! E, foi por essa razão que a soberana sabedoria do
universo nos beneficiou com o esquecimento das nossas ações do passado quase
sempre desditosas, equivocada e negativas, que só nos trariam enormes embaraços
diante daqueles que fazem parte de nossas relações do presente.
Se o ser humano não recebesse da providência divina o
inestimável benefício que o esquecimento do passado nos propicia, estaríamos às
voltas com as lembranças dolorosas de nossas ações infelizes do passado,
sofrendo as consequências morais do mal que fizemos aos entes queridos do nosso
coração, ou dos sofrimentos que eles nos causaram; dos inimigos que nos
prejudicaram ou daqueles a quem prejudicamos, etc., situações essas que nos
deixariam profundamente desequilibrados, sem qualquer condição de tê-los como
familiares, ou mesmo entre os nossos amigos.
Isso porque, como nos aclara a Doutrina Espírita, é
por meio da reencarnação que nos relacionamos novamente com aqueles a quem
tivemos por familiares, amigos ou inimigos do passado, que hoje podem estar em
nossa família como nossos pais, irmãos, filhos, ou mesmo entre nossos mais
queridos amigos, tendo novamente a sublime oportunidade para que nos
reconciliemos, perdoando-nos mutuamente, pois, somos filhos do mesmo Pai,
consequentemente, irmãos em Deus.
Precisamos entender que tudo o que nos acontece no
presente e que, aparentemente, tem uma causa anterior, isto é, são dívidas
contraídas perante a lei maior de amor e caridade, pois, sendo Deus
soberanamente bom e justo, impossível é que um filho seu possa ser injustiçado,
pagar por aquilo que não deve. Daí, podemos concluir com absoluta certeza de
que alguém que tem um filho ou um pai, ou qualquer outro familiar ou não, como
entrave em sua vida, é porque algo o prende a essa criatura, por força das leis
que regem os destinos das criaturas na Terra.
“... Todas as lágrimas procedem de razões justas,
embora não alcances prontamente as suas nascentes.
Reconforta-te na decisão das atitudes sãs a que te
entregas e não permitas que as leviandades dos fracos e irresponsáveis tisnem
de sombras os claros céus do teu porvir.
Faze a tua parte ajudando sem, contudo, colocares
sobre os ombros o fardo da responsabilidade que te não compete.
Ninguém se poupa às dores, inevitáveis, na senda
evolutiva. Não é justo, porém, permitir que estas esmaguem ou anulem os
objetivos relevantes da tua promissora e produtiva reencarnação”.
Sabemos que a família representa, para cada um de nós, uma dádiva da
misericórdia divina, ofertando-nos imprescindíveis oportunidades de
reaproximação com os nossos desafetos de outrora para que, sob a bênção do
esquecimento do passado, aprendamos a amá-los e perdoá-los e, ao mesmo tempo,
também sermos perdoados e auxiliados por aqueles a quem devemos, reatando os
vínculos interrompidos por desavenças e incompreensões causadas pela ignorância
que nos mantinham escravos do egoísmo e do orgulho, causadores de nossas
infelicidades e dores.
Pela lei natural da reencarnação, Deus nos concede
novas oportunidades que carecemos para a devida reparação dos equívocos de
ontem, para que, por meio do esforço no trabalho de burilamento individual,
possamos dar nossa parcela de contribuição para o progresso e crescimento do
bem e da paz entre os homens, contribuindo com nossa pequena, mas importante e
imprescindível tarefa de elevação moral espiritual, nossa e do nosso planeta.
Precisamos cumprir o plano que traçamos com a ajuda
dos amigos celestes quando da matéria, pois, todos nós, ao reencarnarmos,
trazemos um “planejamento de vida”, o qual nos comprometemos a cumprir à risca
os nossos deveres perante à espiritualidade, e diante da necessidade de
pacificação de nossa consciência atormentada
que tanto nos incomoda e que nos cobra a urgente reparação do mal e a
devida disposição de servir como verdadeiros discípulos sinceros e operosos do
Mestre de Nazaré.
Francisco Rebouças
Fonte: Jornal Verdade e
Vida – nov/2015
imagem: google