É comum encontrarmos nas casas espíritas a indicação,
por meio de placas e cartazes, de que “O silêncio é uma prece”, porém, sem
discordar da importância do silêncio, podemos estar na mais profunda angústia
ou perturbação, embora estejamos quietos.
Mesmo no habitual convite para que todos entrem em
oração no início das palestras, o fato de todos ficarem em silêncio e de olhos
fechados não quer dizer que estejam todos em oração.
O silêncio pode esconder muitas faces da alma humana,
enganando aos que apenas veem a aparência e julgam que ela traduza a intimidade
do espírito.
A frase correta seria: “Aproveite o silêncio, fazendo
uma prece”, afinal, orar é colocar o silêncio em ação, numa atividade ampliada
pela quietude das distrações humanas.
Encontramos em O Livro dos Médiuns uma observação que
qualifica o silêncio: “Recolhimento e silêncio respeitosos, durante as
confabulações com os espíritos; união de todos os assistentes, pelo pensamento,
ao apelo feito aos espíritos que sejam evocados”.
Novamente, é importante compreender que eles não
falam de um silêncio qualquer, mas de “recolhimento e silêncio respeitoso”, ou
seja, de qualificar o ato de silenciar, utilizando da quietude para impulsionar
nosso pensamento para onde desejamos.
Na mesma obra já citada, na questão 332, ainda com
referência ao silêncio, lemos: “Sendo o recolhimento e a comunhão dos
pensamentos as condições essenciais a toda reunião séria, fácil é de
compreender que o número excessivo dos assistentes constitui uma das causas
mais contrarias à homogeneidade. Não há, é certo, nenhum limite absoluto para
esse número e bem se concebe que cem pessoas, suficientemente concentradas e
atentas, estarão em melhore condições do que estariam dez, se distraídas e
bulhentas”.
Muitas observações podem ser colhidas desta
contribuição, mas todas indicam que o silêncio é neutro e pode ser utilizado
para ascender em direção às alturas do bem , ou algemar nas estâncias sombrias
dos objetivos fúteis.
Quando aprendemos a buscar a paz no silêncio, obtemos
o primeiro passo para a convivência conosco mesmo, lembrando o poeta Mario
Quintana: “O excesso de gente me impede de ver as pessoas”, assim o silêncio é
importante para aprendermos a nos abster das ilusões das multidões, dando um
pouco de tempo a nós mesmos.
Aproveitar do ambiente da casa espírita para
silenciar e refletir, fugindo dos excessos das conversas fúteis, é sinal de
inteligência, mas que deve estar a serviço do bem próprio, visando à elevação
geral.
O silêncio é certamente importante, mas que não basta
isoladamente. É necessário ser conduzido, pelo pensamento, onde se deseja
repousar. Afinal, silêncio ociosos vai para onde ele quer, nos levando para
onde não queremos ir.
São inúmeras as oportunidades em que podemos colher
do Evangelho, situações onde Jesus se isolava para orar, cultivando a
eloquência do silêncio elevado.
Mergulhe no silêncio sempre que puder, mas que ele
tenha objetivo e finalidade útil.
Roosevelt A. Tiago
Fonte: Jornal Verdade e
Vida – nov/2015
imagem: google
3 comentários:
Olá minha querida Denise!
Sim. Ficar em silêncio e elevar o nosso pensamento a Deus, é essencial nesse momento.
Um texto valioso para nossa reflexão e aprendizado!
Beijo grande.
P.S: Amiga, deixei um comentário na tua postagem do dia 25/03.
Querida amiga Ilca, sua participação no meu cantinho é muito querida. Pelo que vi, seu comentário consta para mim como postado. O texto é Doadores do Suor. Bjs
Desculpe, Denise! Realmente, postei meu comentário nesse texto, por distração. Na verdade, seria no texto "O Perdão nas Três Dimensões da Alma III. Obrigada pelo teu carinho. A tua participação no meu blog também é muito valiosa para mim. Beijos
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