Para ser bom mestre não é preciso fazer seguidores ou discípulos, nem mesmo possuir cortejos ou comitivas, mas simplesmente fazer com que cada ser descubra em si mesmo o seu próprio guia. Não devemos ditar nossas regras aos indivíduos, mas fazer com que eles tomem consciência de seus valores internos (senso, emoções e sentimentos) e passem a usá-los sempre que necessário. Essa a função dos que querem ajudar o progresso espiritual dos outros.
Os indivíduos portadores de uma personalidade
orgulhosa se apóiam em um princípio de total submissão às regras e costumes
sociais, bem como os defendem energicamente.
Utilizam-se de um impetuoso interesse por tudo aquilo
que se convencionou chamar de certo ou errado, porque isso lhes proporciona uma
fictícia “cartilha do bem”, em que, ao manuseá-la, possam encontrar os
instrumentos para manipular e dominar e, assim, se sintam ocupando uma posição
de inquestionável autoridade.
Quase sempre se autodenominam bem-intencionados e
sustentam uma aura de pessoas delicadas, evoluídas e desprendidas, distraindo
os indivíduos para que não percebam as expressões sintomáticas que denunciariam
suas posturas de severo crítico, policial e disciplinador das consciências.
Nos meios religiosos, os dominadores e orgulhosos
agem furtivamente. Não somente representam papéis de virtuosos, como também
acreditam que o são, porque ainda não alcançaram a autoconsciência.
Exigem e esperam obediência absoluta, são superpreocupados
com exatidão, ordem e disciplina, irritando-se com pequenos gestos que fujam
aos padrões preestabelecidos.
Possuem uma inclinação compulsiva ao puritanismo,
despertando, com isso, simpatia e consideração nas pessoas simplórias e
crédulas. Algumas, no entanto, por serem mais avisadas e conscientes, não se
deixam enganar, discernindo logo o desajuste emocional.
A missão primordial das almas é a de melhorarem-se
pessoalmente e, ale, disso, concorrerem para a harmonia do universo, executando
as vontades de Deus.
Do livro: As Dores da
Alma – Francisco do Espírito Santo Neto/Hammed