Sem discutirmos a validade ou não da experiência, o homem
é pássaro cativo fadado a
grandes vôos; ser equipado com recursos superiores, que viaja do instinto para
a razão, desta para a intuição e, por fim, para a sua fatalidade plena, que é a
perfeição.
Uma psicologia baseada em terapêutica de agressão e libertação
de instintos, evitando as pressões que coarctam os anseios humanos, certamente
atinge os primeiros propósitos, sem erguer o paciente às cumeadas da realização
interior, da identificação e vivência dos valores de alta monta, que dão cor,
objetivo e paz à existência.
Se não é recomendável para as referidas escolas, a repressão,
pelos males que proporciona, menos será liberar alguns, aos outros agredindo,
graças aos falsos direitos que tais pacientes requeiram para si, arremetendo
contra os direitos alheios.
A sociedade, considerada como castradora, marcha para
terapias que canalizem de forma positiva as forças humanas, suavizando as
pressões, eliminando as tensões através de programas de solidariedade, recreio
e serviços compatíveis com a clientela que a constitui.
O ódio pressiona o homem que se frustra, levando-o ao
suicídio. Tem origens remotas e próximas.
Nas patologias depressivas, há muito fenômeno de ódio
embutido no enfermo sem que ele se dê conta. A indiferença pela vida, o temor
de enfrentar situações novas, o pessimismo disfarçam mágoas, ressentimentos,
iras não digeridas, ódios que ressumam como desgosto de viver e anseio por
interromper o ciclo existencial.
Falhando a terapia profunda de soerguimento do enfermo,
o suicídio é o próximo passo, seja através da negação de viver ou do gesto
covarde de encerrar a atividade física.
Todos os indivíduos experimentam limites de alguma procedência.
Os extrovertidos conquistadores ocultam, às vezes, largos
lances de timidez, solidão e desconfiança, que têm dificuldade em superar.
Suas reuniões ruidosas são mais mecanismos de fuga do que
recursos de espairecimento e lazer.
Os alcoólicos que usam, as músicas ensurdecedoras que os
aturdem, encarregam-se de mantê-los mais solitários na confusão do que
solidários uns com os outros.
As gargalhadas, que são esgares festivos, substituem os
sorrisos de bem-estar, de satisfação e humor, levando-os de um para outro
lugar-nenhum, embora se movimentem por cidades, clubes e reuniões diversos.
O ser humano deve ter a capacidade de discernimento para
eleger os valores compatíveis com as necessidades reais que lhe são inerentes.
Descobrir a sua realidade e crescer dentro dela, aumentando
a capacidade de ser saudável, eis a função da inteligência individual e
coletiva, posta a benefício da vida.
As transformações propõem incertezas, que devem ser
enfrentadas naturalmente, como as oposições e os adversários encarados na
condição de ocorrências normais do processo de crescimento, sem
ressentimentos, nem ódios ou fugas para o suicídio.
O homem que progride cada dia, ascende, não sendo atingido
pelas famas dos problematizados que o não podem acompanhar, por enquanto, no
processo de crescimento.
Alcançado o acume desejado, este indivíduo está em condições
de descer sem diminuir-se, a
fim de erguer aquele que permanece na retaguarda.
Ora, para alcançar-se qualquer meta e, em especial, a da
paz, torna-se necessário um planejamento, que deflui da autoconsciência, da
consciência ética, da consciência do conhecimento e do amor,
O planejamento precede a ação e desempenha papel fundamental
na vida do homem.
Somente uma atitude saudável e uma emoção equilibrada,
sem vestígios de ódio, desejo de desforço, podem planejar para o bem, o êxito,
a felicidade.
Do livro: O Homem
Integral – Divaldo Pereira Franco/Joanna Di Ângelis
2 comentários:
veja de novo o Blog Irmãos de luz.
Um verdadeiro espírita não é egoísta.
: )
Amiga Denise, passando por aqui para apreciar teus sempre edificantes posts. Um abraço. Tenhas uma linda semana.
Postar um comentário