Ser uma pessoa é ter uma consciência, um “eu” que
reflete, examina-se, recorda-se. Porém, podem-se conhecer, analisar e descrever
o “eu”, seus mistérios ocultos, suas forças latentes, seus gérmens fecundos,
suas atividades silenciosas? As psicologias, as filosofias do passado o
tentaram em vão e apenas tocaram de leve a superfície do ser consciente. Suas
camadas internas e profundas permaneceram obscuras, inacessíveis, até o dia em
que as experiências do hipnotismo, do Espiritismo, da regressão da memória
finalmente projetaram aí alguma luz. Então se pôde ver que em nós se reflete,
se repercute todo o universo, em sua dupla imensidade de espaço e de tempo. Dizemos
“de espaço”, pois a alma, em suas livres e plenas manifestações, não conhece as
distâncias. Dizemos “de tempo”, pois um passado inteiro dorme nela, onde o
futuro, ao seu lado, permanece no estado de embrião.
Vemos,
no decorrer da existência terrestre, desde a infância até a velhice, o “eu” se
modificar sem cessar; a alma atravessa uma sucessão de estados; ela anda em
mudança contínua; entretanto, no meio dessas diversas fases, seu controle sobre
o organismo não varia. A fisiologia destacou essa sábia e harmoniosa coordenação
de todas as partes do ser, essas leis da vida orgânica e do mecanismo nervoso
que não podem ser explicadas sem a presença de uma unidade central. Essa
unidade soberana é a fonte e a causa conservadora da vida; ela reúne todos os elementos, todos os
aspectos.
Fonte: O
PROBLEMA DO SER, DO DESTINO E DA DOR - LÉON DENIS
Um comentário:
é difícil comentar autores espíritas, pois no meu conceito todos são ótimos.
Gostei muito do texto, obrigado por compartilhar.
Passei também pra desejar uma ótima semana,
Abraços
Thiago
Trocyn Bão
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