O organismo material não é o princípio
da vida e das faculdades; é, ao contrário, seu limite. O cérebro não passa de
um instrumento com a ajuda do qual o espírito
registra as sensações; poderia ser comparado a um teclado, em que cada
tecla representaria um gênero especial de sensações.
As dimensões e as circunvoluções do
cérebro estão, freqüentemente, em relação direta com o grau de evolução do
espírito. Não se deve daqui deduzir que a memória é apenas um simples jogo das
células cerebrais. Estas se modificam e se renovam incessantemente, diz a
ciência, a tal ponto que o cérebro e o corpo humano são renovados em poucos
anos.
A saúde e a força não implicam necessariamente,naqueles
que as possuem, um espírito sutil e de brilhantes qualidades. A carne sempre
cede à dor. O mesmo não acontece com a alma, que, muitas vezes, resiste,
exalta-se no sofrimento e triunfa sobre os agentes externos.
Se o homem estivesse contido por
inteiro no gérmen físico, nele seriam encontradas unicamente as qualidades e os
defeitos de seus progenitores, e na mesma proporção. Mas, ao contrário, vêem-se
por toda parte crianças diferentes de seus pais, superiores ou inferiores a
eles. Irmãos gêmeos, de uma forte semelhança física, apresentam, sob o ponto de
vista mental e moral, caracteres diferentes entre
si e entre os seus antepassados.
As propriedades da substância material
transmitida pelos pais se manifesta na criança pela semelhança física e pelas
doenças congênitas. Mas a semelhança só dura no primeiro período da vida. Desde
que o caráter se define, logo que a criança se torna adulta, vêem-se as feições
se modificarem pouco a pouco; ao mesmo tempo, as tendências hereditárias vão diminuindo
e dando lugar a outros elementos, que constituem uma personalidade diferente,
um “eu” às vezes bastante distinto pelos gostos, pelas qualidades, pelas
paixões, de tudo quanto se encontra nos antepassados.
Não é, pois, o organismo material que
faz a personalidade, e sim o homem interior, o ser psíquico. À medida que este se
desenvolve e se afirma por sua própria ação na existência, vê-se a herança
física e mental dos pais se enfraquecer pouco a
pouco, e, muitas vezes, desaparecer.
Todavia, o que caracteriza a alma e a
diferencia absolutamente da matéria é sua unidade consciente. A matéria se
dispersa e se dissipa sob a ação da análise. O átomo físico se subdivide em
subátomos que, por sua vez, fragmentam-se indefinidamente.
A matéria – como estabeleceram as
recentes descobertas de Becquerel, Curie e Le Bon – é inteiramente desprovida
de unidade. No universo, apenas o espírito representa o elemento uno, simples,
indivisível, e, por isso, logicamente indestrutível, imperecível, imortal!
Fonte: O
PROBLEMA DO SER, DO DESTINO E DA DOR - LÉON DENIS
Um comentário:
BELÍSSIMO,MARAVILHOSO,DENISE!
ESSE TEXTO ME LEMBRA DE UMA FRASE: "O ESPÍRITO PRECEDE A MÁTÉRIA".
E LEMBRO TB QUE ALMAS MARAVILHOSAS COMO ALGUNS ILUMINADOS COMO CHICO XAVIER,POR EXEMPLO,TIVERAM CORPOS FRÁGEIS,DOENTES,O QUE NÃO DEIXOU ABATER SEUS ESPÍRITOS.
AMEI,AMIGA.
SEU BLOG É 1000!
FIQUE EM PAZ PROFUNDA
DONETZKA
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