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CONHEÇA O ESPIRITISMO - blog de divulgação da doutrina espírita


quarta-feira, 27 de novembro de 2013

TER E SER II


Ninguém tem coisa alguma no mundo: nem cor­po, nem valores amoedados, nem pessoas sob domí­nio... A incessante transformação, vigente no Cosmo, tudo altera a cada instante, e o vivo de agora estará morto logo mais; o dominador torna-se vítima; o cor­po se dilui; os objetos passam de mãos...
Todo aquele que busca a posse, o ter e reter, per­manece vazio de sentimentos e, porque nada é, en­che-se de artefatos e coisas brilhantes, porém mor­tas, prosseguindo cheio de espaços e abarrotado de preocupações afugentes.
O objetivo da vida humana parte do ponto inicial no corpo — a infância — e cresce sem perder o contato com a sua realidade original, ser transcendental que é. Chegando à realização da consciência, deve expan­di-la, enquanto mais se autopenetra e descobre no­vos potenciais a desenvolver.
Ser consciente de si mesmo é a meta existencial, conseguindo o auto-amor que desdobra a bondade, a compaixão, a ação benéfica em favor do próximo.
A meditação transcendental — abstrata—, os sentimen­tos de amor e autodoação — concretos — devem pre­valecer emulando o indivíduo a ser integral, realiza­do, capacitado para a felicidade.
Os conflitos então cedem lugar, quando os seus espaços são preenchidos pelas realizações expressi­vas, libertadoras.
A autovalorização não-egoísta, despretensiosa, permite o encontro do self, que se desvela com infini­tas possibilidades. Rompem-se os limites que ames­quinham e ampliam-se as áreas de produção que en­grandecem.
Correspondendo a esse estágio, o amadurecimen­to psicológico faz que o indivíduo cresça sempre e cada vez mais, reconhecendo a sua pequenez, que se agranda ante a excelência da Vida que ele con­quista.
O individualismo que nele prevalecia cede lugar ao amor que convive e se expande na direção dos ou­tros, aqueles que constituem a sociedade na qual se encontra, passando a trabalhá-la, a fim de que tam­bém ela seja feliz.
A vaidade, o narcisismo, que existiam na sua per­sonalidade, desaparecem por ausência da vitalidade fornecida pelo ego inseguro, que tinha necessidade de sobreviver, já que o self se encontrava soterrado no desconhecimento.
A conquista do si é realização que independe do ter, do reter, mas que não prescinde do interesse e da luta enviada para ser.
A segurança psicológica do indivíduo centraliza-se no autoconhecimento, na auto-identificação, no auto-amor, no ser.


O SER CONSCIENTE - Divaldo Pereira Franco/Joanna de Ângelis

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Um comentário:

tesco disse...

Coisa simples e tão difícil de ser assimilada: Nada possuímos no mundo!
Nem o próprio corpo é nosso, tudo é emprestado e teremos que devolver.
Quando nos assenhorarmos desses conceitos, fundindo-os na alma, quanta riqueza material serão transferidas para mãos carentes!
Que o Espiritismo e, consequentemente, o Cristianismo puro, possa alcançar todas as mentes disponíveis, faz-se urgente.
Beijos.