A dor da perda, contudo, está radicada na
incompreensão a seu respeito ou na apreensão que a precede e a acompanha.
Eliminando-se esses fatores, os indivíduos verão a morte como um momento de renovação inerente à natureza.
Inquestionavelmente, é um período que antecede o reencontro dos atuais e dos
antigos amores.
São compreensíveis as lamentações e os pesares, o
pranto e os suspiros, pois o ser humano passa por processos psicológicos de
adaptação e de reajuste às perdas da vida. Os pesares e os murmúrios fazem
parte da sequência de fatos interiores, que são provimentos mentais gradativos
e difíceis, através dos quais as criaturas passam a aceitar lentamente a ausência
– mesmo convictas de sua temporalidade – das pessoas que partiram.
Uma das mais importantes funções da tristeza é a de
propiciar um ajustamento íntimo, para que a criatura replaneje ou recomece uma
nova etapa vivencial. É importante identificarmos nossa tristeza e sua função
de momento; jamais devemos, no entanto, identificar-nos com ela em si.
“Não, não é verdade! Não pode estar acontecendo!”,
“Isso deve ser um horrível pesadelo que vai acabar!” são expressões comumente
usadas como negação. São reações costumeiras diante de perdas desesperadoras. A
recusa em admitir os fatos e as circunstâncias que os determinaram é uma forma
de defesa habitual nas situações devastadoras com nossos entes queridos. É
necessária a bênção do tempo para que a alma elabore novamente um ajustamento
mental e reúna forças para compreender a privação e a real extensão promovida
pela dor.
Alguns choram em voz alta; outros, porém, ficam
sentados em silêncio. O isolamento transitório pode ser considerado também como
uma outra forma psicológica de defesa para suportar esses transes dolorosos. A
atenção destes se fixa unicamente no falecimento da pessoa querida, não se
permitindo fazer contato com outras pessoas, a fim de que o sentimento de
tristeza não aperte ainda mais seu coração, ou para evitar sejam evocadas com
maior intensidade as lembranças queridas. Dessa forma, a criatura abranda o
impacto da perda, fazendo um retraimento introspectivo.
O Criador da Vida fez com que a natureza se
mantivesse num eterno reciclar de experiências e energias, numa constante
mudança de formas e ritmos, em nossa viagem maravilhosa de conhecimentos
através da imortalidade.
Quando nossa visão se liga em nossa pura essência,
vamos além de todas as coisas diminutas e insignificantes, fazendo com que nosso
discernimento se amplie numa imensa lucidez diante de nossa jornada evolutiva.
Não existe perda, não existe morte, assim garantiram
os Espíritos Amigos a Kardec “o que chamais destruição não passa de uma
transformação”.
Do livro: As Dores da
Alma – Francisco do Espírito Santo Neto/Hammed
imagem: chicoxavier.spaceblog.com.br
4 comentários:
Olá, querida Denise
Infelizmente não estamos preparados para a perda... sobretudo a da morte física...
Sofri muito com algumas perdas que tive ao longo da vida...
Mas Deus é mais!!!
Bjm fraterno de paz e bem
Querida amiga
Eis uma lição preciosa.
A vida se alimenta
do amor.
O amor aos entes queridos,
para mim,
é o mais belo deles.
Por isso perdê-los dói tanto.
Reencontrá-los
passa a ser o maior
dos nossos desejos.
Se não há perda,
o amor fica mais pleno,
e evolui.
Desejo para ti,
a vontade infinita de ser feliz,
amando de forma plena
cada segundo da vida,
sem ontens ou amanhãs,
mas com a certeza e as possibilidades
do presente...
Pois é amiga Denise, em tese, nunca estamos preparados para as perdas, mas, por outro lado, o mundo espiritual ensina que os reajustes mais difíceis ocorrem quando possuímos forças suficientes para assimilar o peso do fardo. Gostei muito do da deixa do post anterior:"Estamos em tratamento"
Um abraço. Tenhas um dia abençoado.
Quando nos conscientizarmos de que as coisas na Terra
não são definitivas, os sentimentos evoluirão.
Afinal, transformar é preciso.
Beijos.
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