Sem o passo inicial, ninguém vence as distâncias.
O egoísmo é a estaca zero, às vezes perniciosa, para
ensejar os primeiros movimentos no rumo da solidariedade, do bem comum. Pior
que ele é o desinteresse, a morbidez da indiferença, deixando transparecer que
o amor está morto, não obstante se encontre dormindo, aguardando o estímulo
correspondente para despertar.
A vida é impossível sem o amor.
Da mesma forma que o crime se disfarça e os
sentimentos inferiores se escamoteiam sob máscaras diversas, há várias
expressões positivas que surgem no homem refletindo o amor de que ele ainda não
se deu conta. À medida que se agiganta, neutraliza o sofrimento e a sua
vigência contribui para que cessem as causas degenerativas que facultam o
sofrimento. Quando atinge elevada qualidade, em somente uma pessoa, anula a
fúria e o ódio com suas incontáveis vítimas, bem como dos seus fomentadores.
Irradiando-se, à semelhança da luz, domina todos os
escaninhos e tudo arrasta na direção do fulcro gerador da energia.
Amor é sinônimo de saúde moral e quem o possui
elimina as geratrizes envenenadas que se expandem produzindo sofrimento.
O amor é sutil e sensível, paciente e constante, não
se irritando nem se impondo nunca. No entanto, quem lhe experimenta o
mimetismo, jamais o esquece. Mesmo que momentaneamente lhe interrompa o fluxo,
ele sempre volve.
Na raiz de toda ação enobrecida está a seiva do amor,
produzindo vida e sustentando-a.
Usar essa energia vital constitui dever e, com a
consciência lúcida de sua magnitude, aplicá-la em prol da harmonia faz cessar o
sofrimento. Ela é vibração positiva, que enseja entusiasmo e otimismo, dando
colorido à existência. Reverdece a terra cansada do coração e drena o charco,
no qual a pestilência das paixões deixou que se descompusessem a esperança e a
alegria.
Ninguém ama inerte.
Dinâmico, o amor induz à ação construtiva,
responsável pelo progresso.
Objetivando sempre o bem, concentra suas forças nele
e não desiste enquanto não lobriga a meta. Ainda aí permanece solidário, de
modo a evitar que o ser depereça e tombe ao desânimo.
Como o sofrimento decorre da insatisfação, da
distonia, da degeneração dos tecidos e dos fenômenos biológicos desajustados, o
amor age sobre as moléculas como onda vitalizante e, restaurando-lhes o
equilíbrio, vence o sofrimento, interrompendo-lhe o fluxo causal.
Quando, porém, perseveram as dores físicas, efeitos
dos desarranjos orgânicos, a resignação e a coragem do amor amortecem-lhes os
efeitos, tornando-os suportáveis e produzindo os heróis do sofrimento, cujo
martírio de qualquer procedência, deles fazem modelos que dão força e dignidade
às demais criaturas, assim embelezando a vida moral e humana na Terra.
Sob a ação do amor, são processados novos mecanismos
cármicos positivos, que interrompem aqueles de natureza perniciosa, porquanto o
bem anula o mal e suas conseqüências, liberando os infratores das leis, quando
eles as recompõem e corrigem os mecanismos que haviam desarticulado.
(continua)
Fonte: PLENITUDE
Divaldo Pereira
Franco/Joanna de Ângelis
imagem: google
4 comentários:
O amor é o sentimento que nos faz crescer rumo ao Pai.
Um abraço.
Boa tarde Denise.
Chegando por aqui hoje, um belo texto. Um feliz dia.
Abraços.
Olá, querida Denise
Passando do sofrimento à alegria, podemos vivenciar esta Oitava de Páscoa com alegria no coração... é o que lhe desejo...
Bjm pascal
O amor é a força que impele a agregar
tudo, e harmonicamente.
E, interessante porque não o vemos, atua
ininterruptamente.
Equivocam-se todos os que dizem que o amor acaba.
Amor inicia como a semente, que incuba-se sob a terra.
Somente depois de devidamente processada
pode aparecer à superfície e produzir seus frutos.
Beijos
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