Desde o ser mais rudimentar até os espíritos angélicos que velam pelos destinos dos mundos, cada um executa sua obra, sua parte, no grande concerto universal.
Penoso e grosseiro para os seres inferiores, o trabalho suaviza-se à medida que o espírito se purifica. Torna-se uma fonte de gozos para o espírito adiantado, insensível às atrações materiais, exclusivamente ocupado com estudos elevados.
É pelo trabalho que o homem doma as forças cegas da natureza e preserva-se da miséria; é por ele que as civilizações se formam, que o bem-estar e a ciência se difundem.
O trabalho é a honra, é a dignidade do ser humano. O ocioso que se aproveita, sem nada produzir, do trabalho dos outros não passa de um parasita. Quando o homem está ocupado com sua tarefa, as paixões aquietam-se. A ociosidade, pelo contrário, instiga-as, abrindo-lhes um vasto campo de ação. O trabalho é também um grande consolador, é um preservativo salutar contra as nossas aflições, contra as nossas tristezas. Acalma as angústias do nosso espírito e fecunda a nossa inteligência. Não há dor moral, decepções ou reveses que não encontrem nele um alívio; não há vicissitudes que resistam á sua ação prolongada. O trabalho é sempre um refúgio seguro na prova, um verdadeiro amigo na tribulação. Não produz o desgosto da vida. Mas quão digna de piedade é a situação daquele a quem as enfermidades condenam á imobilidade, à inação! E quando esse ser experimenta a grandeza, a santidade do trabalho, quando, acima do seu interesse próprio, vê o interesse geral, o bem de todos e nisso também quer cooperar, eis então uma das mais cruéis provas que podem estar reservadas ao ser vivente.
Tal é, no espaço, a situação do espírito que faltou aos seus deveres e desperdiçou a sua vida. Compreendendo muito tarde a nobreza do trabalho e a vileza da ociosidade, sofre por não poder então realizar o que sua alma concebe e deseja.
O trabalho é a comunhão dos seres. Por ele nos aproximamos uns dos outros, aprendemos a auxiliarmo-nos, a unirmo-nos; daí à fraternidade só há um passo.
Do livro: Depois da Morte – Léon Denis
2 comentários:
Querida Denise, nem sei o que está mais lindo, o post de hoje ou o seu cantinho! Está tão maravilhoso e aconchegante aqui!! Adorei!
E, gostei tanto desta mensagem sobre o trabalho, que, se me permitir, postarei no meu blog também, para divulgação!!
Tenha um semana iluminada!!
Beijos!♥
Oi amiga Denise, mudou o layout do blog, ficou bacana. Muito sugestiva a imagem da mulher colhendo.
Sabia que esse tema (trabalho) é um de meus preferidos na Doutrina Espírita. Fascinante.
Parabéns pelo texto que escolheu, bastante esclarecedor. É oportuno recordar ainda que “trabalho” não é unicamente aquele de ordem material ou física, mas igualmente, o que desenvolve-se por meio de ações intelectuais.
Grande abraço, saúde, bom trabalho e paz interior.
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