É a sensibilidade emocional que filtra a dor e a
exterioriza. Com ela reduzida, as agressões de toda ordem recebem resposta de
violência e agressividade.
Nas faixas mais primitivas da evolução, os fenômenos
dor, desgaste, envelhecimento e morte, porque quase destituídos os seres de
raciocínio e emotividade, que ainda se lhes encontram em germe, seguem uma
linha direcional automatista, na qual as exceções atestam o trânsito da
essência psíquica para estágios mais elevados.
Decorre disso que o sofrimento é maior nas áreas
moral e emocional, que somente se encontram nos portadores de mais alto grau de
evolução, de sensibilidade, de amor, capazes de ultrapassar tais condições,
sobrepondo-se-lhes mediante o controle de que se fazem possuidores, diluindo na
esperança, na ternura e na certeza da vitória as injunções aflitivas.
Fugir, escamotear, anestesiar o sofrimento são
métodos ineficazes, mecanismos de alienação que postergam a realidade,
somando-se sempre com a sobrecarga das complicações decorrentes do tempo
perdido. Pelo contrário, uma atitude corajosa de examiná-lo e enfrentá-lo
representa valioso recurso de lucidez, com efeito terapêutico propiciador de paz.
As reações de ira, violência e rebeldia ao sofrimento
mais o ampliam, pelo desencadear de novas desarmonias em áreas antes não
afetadas.
A resignação dinâmica, isto é, a aceitação do
problema com uma atitude corajosa de o enfrentar e remover-lhe a causa,
representa avançado passo para a sua solução.
É de insuspeitável significação positiva o equilíbrio
mental e moral diante do sofrimento, o que se consegue através do treinamento
pela meditação, pela oração, que defluem do conhecimento que ilumina a consciência,
orientando-a corretamente.
Conhecer-se, na condição de espírito imortal em
processo evolutivo através das experiências reencarnatórias, representa para o
homem alta aquisição de valores para compreender, considerar e vencer o
sofrimento, que faz parte do modus
operandi de todos os seres.
Muitas pessoas advogam que o sofrimento é a única
certeza da vida, sem compreenderem que ele está na razão direta da conduta
remota ou próxima mantida para cada qual.
Pode-se dizer, portanto, que a sua presença resulta
do distanciamento do amor, que lhe é o grande e eficaz antídoto.
Interdependentes, o sofrimento e o amor são
mecanismos da evolução. Quando um se afasta, o outro se apresenta. Às vezes,
coroando a luta, na etapa final, ei-los que surgem simultaneamente, sem os
danos que normalmente desencadeiam.
A história dos mártires atesta-nos a legitimidade do
conceito.
Acima de todos eles, porém, destaca-se o exemplo de
Jesus, lecionando, pelo amor, a vitória sobre o sofrimento durante toda a Sua
vida, principalmente nos momentos culminantes do Getsémani ao Gólgota, e daí à
ressurreição.
Fonte: PLENITUDE
Divaldo Pereira
Franco/Joanna de Ângelis
imagem: google
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