Experienciando mais amiúde a sensação, as suas emoções ainda são primitivas, defluentes dos prazeres nos quais chafurda, esquecendo-se do processo inevitável da evolução, mediante a qual são superados os estágios vivenciados no rumo dos altiplanos da imortalidade.
Distanciando-se da contemplação da harmonia cósmica diante da sua percepção, detém-se na insignificância das ocorrências existenciais, valorizando-as além do crédito que lhes deve conceder, enquanto o turbilhão de bênçãos encontra-se-lhe ao alcance para a conquista da inadiável plenitude.
Confessa possuir capacidade intelectual para decifrar as incógnitas da vida, perdendo-se em conjunturas falsas e conclusões infantis, atribuindo tudo ao nada, e supondo-se senhor de todo o conhecimento.
Descomprometido com a realidade, aspira o prolongamento do gozo incessante, como se a máquina orgânica de que se serve houvesse sido elaborada exclusivamente para essa finalidade, não possuindo mecanismos sutis e nobres que se desarticulam quando o pensamento vagueia e nutre-se dos tóxicos da ilusão.
Tentando arrebentar as amarras das heranças de caracteres de existências anteriores que lhe precede à atual existência, propõe-se à conquista de coisas e de recursos que entulham espaços e estimulam os bancos na sua avareza, temendo o futuro que planeja como sendo a continuação da quimera adulta.
E por mais que elabore mecanismos de fuga e Deus, mesmo que o ignorando.
Do livro: Entrega-te a Deus
Divaldo Pereira Franco/Joanna de Ângelis
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