O cotidiano demonstra que a busca insaciável do
prazer constitui um tormento que aflige sem compensação. Quando se tem a
oportunidade de fruí-lo, constata-se que o preço pago foi muito alto e a
sensação conseguida não recebeu retribuição correspondente.
Ademais, há aquisições que proporcionam prazer em um
momento para logo se transformarem em dores acerbas. E o responsável por esse
resultado é a ilusão. A maioria dos sofrimentos decorre da forma incorreta por
que a vida é encarada. Na sua transitoriedade, os valores reais transcendem ao
aspecto e à motivação que geram prazer.
Esse é o sofrimento da impermanência das coisas
terrenas. Esfumam-se como palha ao fogo, atiçado pelo vento, logo se
transformando em cinza flutuando no ar.
Para conseguir desfrutar de determinado prazer o
indivíduo investe além das possibilidades, constatando, depois, quantas
dificuldades tem a enfrentar para manter essa conquista. A luta para possuir um
automóvel último modelo expõe-no a compromissos pesados para o futuro. A
imaginação estimula-o com a ilusão da posse para averiguar, passado o prazer,
que não tem condições para preservar o veículo adquirido, ou os móveis, ou a
residência, enfim, tudo quanto é impermanente e brilha com atração apenas por
um dia.
Medidas as possibilidades sem sacrifícios, é factível
constatar até onde pode aventurar-se, sem os riscos de sofrer dores e
arrependimentos tardios.
Essa visão correta, realista, que se adquire da
existência, emoldura-a de harmonia. No entanto, a fantasia injustificada
responde pelo choque inevitável com a realidade.
Certamente, a cautela nas decisões ao se pode
converter em medo de agir, em cultivo de pessimismo para o futuro. São a
ambição irrefreada, a precipitação, a falta de controle, que abrem espaços
emocionais para o prazer que gera dor.
( continua)
Fonte: PLENITUDE
Divaldo Pereira
Franco/Joanna de Ângelis
imagem: google
2 comentários:
Muitas vezes, mesmo sabendo que uma atitude impensada vai causar arrependimento,teimamos em não ouvir a silente voz da consciência e então, temos de pagar um alto preço.
Denise, beijos!
Somos seres imperfeitos, quem nos pode julgar?
Um texto para refletir!
Beijinhos
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