Torpitude larval, de monera a monera,
Impulso a impulso, passo a passo, clima em clima.
Do lodo ao céu, da treva ao sol, de baixo
acima,
Homem, de longe vens!... Detém-te, escuta,
espera!
A fé restaura, o bem renova, a dor sublima.
Trabalha, sofre, aprende, ampara, persevera
Na construção do amor, por mais rija e severa,
Inda que a ingratidão te furte a humana
estima!
Da cruz que te escraviza entre abismos
medonhos,
tecerás, vida em vida, as asas de teus
sonhos,
Gemas, no entanto, agora, em lágrimas
submerso.
Hoje, viajor da sombra a caminhar de rastros,
Amanhã, rei da luz no domínio dos astros,
Partilhando com Deus o Trono do Universo!
Fonte: Poetas Redivivos – Chico Xavier/Maciel Monteiro
imagem: google
Um comentário:
Belo soneto, no estilo de Augusto dos Anjos.
Maravilho-me com esta esta exibição da arte poética:
Ainda não consegui construir nenhum poema
com alexandrinos (versos de 12 sílabas).
Talvez passo a passo, clima em clima,
esta larva chegue ao sol.
Beijos.
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