Espírito: MEIMEI.
Sei que te feri sem querer, em meu gesto impensado.
Pretendias apoio e falhei, quando mais necessitavas de
arrimo. Aguardavas alegria e consolo, através de meus lábios, e esmaguei-te a
esperança...
Entretanto, volto a ver-te e rogo humildemente para que me
perdoes...
Ouviste-me a palavra correta e julgaste-me em plena luz;
sem perceber o espinheiro de sombra encravado em minhalma. Reparaste-me o traje
festivo, mas não viste as chagas de desencanto e fraqueza que ainda trago no
coração.
Às vezes encorajo muito daqueles que me procuram,
fatigados de pranto, não por méritos que não tenho e sim esparzindo os tesouros
de amor dos espíritos generosos que me sustentam, contudo, justamente na hora
em que me buscaste, chorava sem lágrimas, nas últimas raias da solidão. Talvez
por isso não encontrei comigo senão frieza para ofertar-te.
Revela-me o desespero quando me pedias brandura e
desculpa-me o haver-te dado reprovação, quando esperavas entendimento.
Deixa, porém, que eu te abrace de novo e, então, lerão em
meus olhos, estas breves palavras que me pararam na boca: perdoa-me a falta e
tem dó de mim.
Fonte: Ideal Espírita – Chico Xavier/Espíritos Diversos
imagem: google
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