As criaturas do mundo estão cheias de fictícios desapegos que, na realidade, reduzem a visão da verdadeira espiritualidade, dificultando as muitas maneiras de despertar as potencialidades da alma.
Diz-se que um indivíduo apegado é indeciso e inerte, porque perdeu a conexão consigo mesmo; não sabe mais o que quer para si, não mais navega os mares nem desbrava os continentes de seu reino interior – desviou-se de sua rota existencial.
Disse Jesus: “Em verdade, em verdade, vos digo: Se o grão de trigo que cai na terra não morrer, permanecerá só; mas se morrer, produzirá muito fruto. Quem ama sua vida a perde e quem odeia a sua vida neste mundo guardá-la-á para a vida eterna”.
O entendimento das palavras do Mestre pode nos libertar do sofrimento a que nos arremessou o apego.
O amar a vida ou odiar a vida a que o Cristo se refere é, exatamente, o despertar ou a conscientização de que as coisas vêm e vão na nossa existência, e que é preciso adotar a prática do desapego em relação a elas. O apego é a memória da dor ou do prazer passado, que carregamos para o futuro. Atrás de cada sofrimento existe um apego.
Tudo em nossa vida terrena é transitório, vai passar; vai mudar e ir além. Os grãos de trigo vão tomar uma nova feição – se transformarão num imenso trigal e, mais adiante, se converterão na prodigalidade do alimento generoso.
Apego é a não-aceitação da impermanência das coisas. Na Terra nada se perpetua, somente a alma é imortal.
Do livro: OS PRAZERES DA ALMA - uma reflexão sobre os potenciais humanos
FRANCISCO DO ESPIRITO SANTO NETO/ESPÍRITO HAMMED
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