- * - * - * - * - * - * - * - * - * - * -

- * - * - * - * - * - * - * - * - * - * -
Daisypath - Personal pictureDaisypath Anniversary tickers

CONHEÇA O ESPIRITISMO - blog de divulgação da doutrina espírita


terça-feira, 15 de abril de 2014

LEIS CÁRMICAS E FELICIDADE

Nas experiências psicológicas de amadurecimento da per­sonalidade, na busca da plenitude, a incerteza é indispensá­vel, pois que ela fomenta o crescimento, o progresso, signifi­cando insatisfação pelo já conseguido.
A certeza significaria, neste sentido, a cessação de moti­vos e experiências, que são sempre renovadores, facultando a ampliação dos horizontes do ser e da vida.
Graças à incerteza, que não representa falta de fé, os erros são mais facilmente reparáveis e os êxitos mais significati­vos. Ela ajuda na libertação, pois que a presença do apego, no sentimento, gera a dor, a angústia. Este último, que funci­ona como posse algumas vezes, como sensação de segurança e proteção noutras ocasiões, desperta o medo da perda, da solidão, do abandono.
A verdadeira solidão — a mente estar livre, descompro­metida, observando sem discutir, sem julgar — é um estado de virtude — nem memória conflitante do passado, nem desespe­ro pelo futuro não delineado — geradora de energia, de cora­gem.
Normalmente, o medo da solidão é o fantasma do estar sozinho, sem ninguém a quem submeter ou a quem subme­ter-se.
A insegurança porque se está a sós assusta, como se a presença de outra pessoa pudesse evitar os fenômenos auto­máticos de transformação interna do ser — fisiológica e psico­logicamente — impedindo os acontecimentos desagradáveis ou a morte.
É necessário que o homem aprenda a viver com a sua solidão — ele que é um cosmo miniaturizado, girando sob a influência de outros sistemas à sua volta — com o seu silêncio criativo, sem tagarelice, liberando-se da consciência de cul­pa, que lhe vem do passado.
Destinado à liberdade plena, encontra-se encurralado pe­las lembranças arquivadas nos painéis do inconsciente — sua memória perispiritual — que lhe põem algemas em forma de ansiedade, de fobias, de conflitos.
Mesmo quando os fatores da vida se lhe apresentam tran­qüilizadores, evade-se do presente sob suspeitas injustificá­veis de que não merece a felicidade, refugiando-se no possí­vel surgimento de inesperados sofrimentos.
A felicidade relativa é possível e se encontra ao alcance de todos os indivíduos, desde que haja neles a aceitação dos acontecimentos conforme se apresentam. Nem exigências de sonhos fantásticos, que não se corporificam em realidade, tampouco o hábito pessimista de mesclar a luz da alegria com as sombras densas dos desajustes emocionais.
As heranças do passado espiritual ressumam em mani­festações cármicas, que devem ser enfrentadas naturalmente por fazerem parte da vida, elementos essenciais que são cons­titutivos da existência.
Como decorrência de uma vida anterior dissoluta, sur­gem os conflitos, as castrações, os tormentos atuais, da mes­ma forma, como efeito do uso adequado das funções se apresentam as bênçãos de plenificação.
As leis cármicas, que são o resultado das ações meritórias ou comprometedoras de cada indivíduo, geram, na economia evolutiva de cada um, efeitos correspondentes, estabelecen­do a ponderabilidade da Divina Justiça, presente em todos os fenômenos da Natureza e da Criação.
O fatalismo cármico da evolução é a felicidade humana, quando o ser, depurado e livre, sentir-se perfeitamente inte­grado na Consciência Cósmica.
A sua marcha, embora as aparências dissonantes de ale­gria e tristeza, de saúde e doença, está incursa no processo das conquistas que lhe cumpre realizar, passo a passo, com dignidade e com iguais condições delegadas aos seus seme­lhantes, sem protecionismos vis ou punições cerceadoras in­devidas, que formaram os arquétipos de privilégio e recusa latentes em muitos.
A resolução para ser feliz rompe as amarras de um carma negativo, face ao ensejo de conquistar mérito através das ações benéficas e construtivas, objetivando a si mesmo, o próximo e a sociedade.
Nenhum impedimento na vida à felicidade.
Uma resignação dinâmica ante o infortúnio — a naturali­dade para enfrentar o insucesso negando-se a que interfiram no estado de bem-estar íntimo, que independe de fatores ex­ternos — realiza a primeira fase do estágio feliz.
O amadurecimento psicológico, a visão correta e otimista da existência são essenciais para adquirir-se a felicidade pos­sível.
Na sofreguidão da posse, o homem supõe que o apego às coisas, a disponibilidade de recursos, a ausência de proble­mas são os fatores básicos da felicidade e, para tanto, se em­penha com desespero.
Ao desfrutar deles, porém, dá-se conta que não se encon­tra ditoso, embora confortado, porque é no seu mundo ínti­mo, de satisfação e lucidez em torno das finalidades da vida, que estão os valores da plenitude.
As leis cármicas são a resposta para que alguns indivídu­os fruam hoje o que a outros falta, ao mesmo tempo são a esperança para aqueles que lutam e anelam, acenando-lhes a possibilidade próxima de aquisição dos elementos que felici­tam.
Idear a felicidade sem apego e insistir para consegui-la; trabalhar as aspirações íntimas, harmonizando-as com os li­mites do equilíbrio; digerir as ocorrências desagradáveis como parte do processo; manter-se vigilante, sem tensões nem re­ceios e se dará o amadurecimento psicológico, liberativo dos carmas de insucesso, abrindo espaço para o auto-encontro, a paz plenificadora.


Do livro: O Homem Integral – Divaldo Pereira Franco/Joanna Di Ângelis
imagem: anacadengue.com.br

Um comentário:

tesco disse...

A lei cármica não é uma lei do comércio: "Comprou, tem que pagar!" como muitos entendem.
Antes, é a lei da reparação: "Isso aqui não está bom, vamos refazer".
Assim, são passos para a felicidade, o que já é uma felicidade!
Beijos.