Por
certo, não existirá criatura alguma, dotada de lucidez e pleno exercício da
razão que não desejará usufruir de felicidade e paz, decorrentes do estado de
serenidade, advindo da vivência prática das sábias e inesquecíveis lições de
Jesus.
No
entanto, entre o querer e o poder, existe um imenso e profundo abismo de
superação a ser vencido. Em realidade, almejamos esse oásis de conforto ainda
presos a infindáveis e confusos comportamentos, que evidenciam nossa caminhada
por trilhos tortuosos e distantes dos reais objetivos da prosperidade
espiritual.
Já
conhecemos, detalhadamente, o Evangelho de Jesus. Há mais de dois mil anos esse
manual carregado de intensos e valiosos ensinamentos está em nossas mãos. Á o
lemos inúmeras vezes, já o comentamos em várias oportunidades, á o ensinamos
aos outros em muitas ocasiões, mas ainda não conseguimos vivenciá-lo na
prática. E, por essa razão nos encontramos atolados no lamaçal da dor, da
angústia e das decepções.
Ante o
nosso descaso, pelos reais valores da vida, Jesus ainda chora...
Somos
pródigos e fartos em criar necessidades inúteis, quase sempre exagerando em
cuidados exteriores, atendendo aos chamamentos vaidosos e ilusórios do mundo,
mas pouco atentos ao zelo e acuidade com o nosso interior. Tal deliberação nos
mantém distantes das nossas reais finalidades aqui na Terra. Desprendemos tempo
e recursos fartos no cultivo de fantasias e ilusões, efêmeras e passageiras, e
não temos o mesmo ideal e forças para a concretização de ações seguras e
resistentes, no âmbito das conquistas espirituais, procedimento indispensável
que nos indicará, com acerto, a direção de Jesus.
Incontestavelmente,
temos o livre arbítrio. A decisão e a responsabilidade pelas escolhas serão
sempre nossas. Poderemos pautar os nossos dias sob as acertadas orientações do
Cristo, hoje, ou adiar para o porvir o que, num certo momento, terá que ser
feito.
Jesus
enalteceu a função terapêutica do perdão, informando os malefícios decorrentes
do ódio, do rancor, da violência e do ressentimento. Sabemos disso, mas ainda
temos intensas dificuldades de colocar tal assertiva em prática.
Destacou
a importância de amarmos uns aos outros, esclarecendo o valor da fraternidade e
da compreensão no contexto da família humana, oriunda do mesmo Pai Celestial.
Mas o egoísmo e o orgulho que, descuidadamente, mantemos em evidência, tem
ofuscado a paz social.
Falou
da importância e da necessidade daqueles que podem mais em auxiliar e proteger
os que podem menos. No entanto a ganância e a sovinice que ainda predominam na
Terra, continuam fazendo nascer rios de lágrimas e montanhas de dor nos
corações torturados.
Ressaltou
os reconhecidos valores do amor, como veículo de afetividade e entendimento
entre os homens, na compactação de uma sólida base de solidariedade. Todavia,
infelizmente, a mágoa e a intolerância tem sido mensageiras deletérias de
tragédias e infortúnios de toda ordem, enegrecendo o panorama humano.
Lembrou
os malefícios produzidos pelo excessivo apego material, onde poucos possuem
mito e muito vivem com tão pouco. Mas ainda damos vazão ao sórdido desejo de
ter sempre mais e mais bens materiais, não dando qualquer atenção aos que ficam
sem nada.
Portanto,
não fica difícil a observação de que ante a moldura social do momento, Jesus
ainda continue a “chorar por todos os que conhecem o Evangelho, mas não o
praticam...”
Reflitamos,
maduramente, e nos esforcemos ao máximo, visando contribuir, dentro das
possibilidades que temos, para colocar um sorriso no semblante de Jesus.
Waldenir Cuin
Fonte: Jornal Espiritismo Estudado – setembro/2013
imagem: alcidir.blogspot.com
Um comentário:
É mesmo incrível, quase dois mil anos (os evangelhos deve3m ter começado a circular de mão em mão por volta de 60 dc) e ainda não conseguimos executar as tarefas ensinadas! Verdadeiro caso de burrice.
Como canta o Beto Guedes, "a lição já sabemos de cor, só nos resta aprender", pois, para emsiná-las somos craques.
Beijjos.
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