“Há muitas moradas na casa de meu Pai” – disse Jesus.
Milênios depois, os Espíritos erguem suas vozes para nos provarem com máxima
clareza de que não estamos sozinhos no Universo. Apesar de tantas evidências,
algumas constatadas pela própria ciência dos homens, ainda hoje não é raro
encontrarmos aqueles que, em pleno terceiro milênio, na chamada Era do
Conhecimento, ainda possuem do Universo a velha e ultrapassada visão que
permeou a Idade Média de que “acima está o Céu, onde mora Deus, Jesus, o
Espírito Santo e os Santos; na superfície da Terra, estamos nós, os seres
humanos; e, debaixo da Terra, está o Inferno, com o Diabo e as almas de todos
os condenados.”
Visão simplista, mas que perdura, principalmente
entre aqueles que não exercitam sua capacidade de raciocínio e preferem viver
sob os véus dos “mistérios da fé”. Mesmo entre aqueles cristãos em que a visão
do universo não seja tão antiquada, ainda há muita resistência em aceitar a
ideia de que há muito mais gente no mundo do que os viventes neste planeta.
Quando se fala em vida inteligente fora da Terra, o pensamento ainda nos conduz
aos filmes de ficção, dos homenzinhos verdes e dos discos voadores.
Houve um tempo, em que alguns homes sofreram agruras
porque ousaram, depois de muito estudar e pesquisar o universo, considerar que
a Terra não era o centro do universo e que existiam outros mundos. Para os
poderosos da época, estes pensadores, de certa maneira, retiravam a
“importância” que as religiões davam à Terra como mundo solitário. Mesmo hoje,
miitos de nós ainda cremos num Jesus filho único de Deus, que veio salvar a
humanidade, derramando o seu sangue. Achamos que já nascemos em pecado (teoria
do pecado original), e que o propósito de Deus foi nos enviar o seu filho amado
para morrer numa cruz só para nos “redimir” dessa nódoa de nascença. O
raciocínio é este: Deus cria o mundo; Deus arrepende-se; Deus cria os anjos, um
deles se rebela e vira demônio; Deus cria o bem, o demônio inventa o mal e
contamina os homens; então, Deus destrói o mundo com um dilúvio universal; mas,
Deus arrepende-se novamente, e desta vez, envia o seu filho único para morrer
numa cruz e nos libertar do pecado. Objetivamente, aí está o resumo da crença
das várias religiões cristãs. É a Terra constituindo todo o universo e Deus conjeturando
todo o seu poder apenas para salvá-la.
Aí, então, os séculos passam... As ciências se
aprimoram, novos equipamentos surgem, os homens partem para o espaço com suas
naves potentes. Vem a impiedosa e incorruptível ciência mostrar-nos que a Terra,
no universo, nada mais é do que um grãos de areia nos desertos da Terra. As
naves espaciais provam que Deus não está “lá em cima”, vigiando atentamente a
sua criação na Terra. Descobrimos uma infinidade de mundos, sistemas, planetas
e entendemos que somos um “tiquinho” na vastidão do cosmos. Finalmente,
escancara-se a grande verdade: há muitas moradas no universo. Mas, tudo isso é
o quê? Quintal da Terra, paisagem para agradar o homem da Terra? Cientistas
conceituados como Carl Sagan ou Stephen Hawking, ousam defender abertamente
que, se existem outros planetas, existem outras formas de vida. E se existem
outras formas de vida, algumas devem ser tão ou mais inteligentes do que nós.
Não! Berram os antigos que ainda moram dentro de nós. Sim! Afirmam os Espíritos.
Sim! Nos mostra, também, a razão.
(continua)
Orlando Ribeiro
Fonte: Jornal
Espiritismo Estudado – julho/2015
imagem: google
Nenhum comentário:
Postar um comentário