A convivência humana é feita por meio de episódios
conflitivos, por falta de maturação geral que favoreça o entendimento e a transação psicológica em termos de
bem-estar para todos os parceiros. Predominando a natureza animal em detrimento dos valores espirituais e éticos,
a competição e o atrevimento armam ciladas, nas quais tombam os temperamentos
mais confiantes e ingênuos, que se deixam, logo após, mortificar.
Descobrindo-se em logro,
acreditando-se traído, o companheiro vitimado recorre ao ego e equipa-se de
ressentimento, instalando, nos painéis da emotividade, cargas violentas que
terminarão por desarmonizar-lhe os delicados equipamentos e se refletirão na
conduta mental e moral.
O ressentimento, por caracterizar-se
como expressão de inferioridade, anela pelo desforço, consciente ou não,
trabalhando por sobrepor o ego ferido ao conceito daquele que o desconsiderou.
No importante capítulo da saúde
mental, indispensável ao equilíbrio integral, o ressentimento pode ser
comparado a ferrugem nas peças da sensibilidade, transferindo-se para a
organização somática, refletindo-se como distúrbios gástricos e intestinais de
demoradas conseqüências.
Gastrites e diarréias inexplicáveis procedem dos tóxicos
exalados pelo ressentimento, que deve ser banido das paisagens morais da vida.
As pessoas são, normalmente,
competitivas, no sentido negativo da palavra, desejando assenhorearse dos
espaços que lhes não pertencem e, por se encontrarem em faixas primitivas da
evolução, fazem-se injustas, perseguem, caluniam. É um direito que têm, na
situação que as caracterizam. Aceitar-lhes, porém, os petardos,
vincular-se-lhes às faixas vibratórias de baixo teor, no entanto, é opção de
quem não se resolve por preservar a saúde ou não deseja crescer emocionalmente.
Quando o ressentimento exterioriza
as suas manifestações, deve ser combatido, mental e racionalmente, eliminando
a ingerência do ego ferido e
ensejando a libertação do eu profundo, invariavelmente esquecido, relegado a
plano secundário.
O indivíduo, através da reflexão e
do auto-encontro, deve preocupar-se com o desvelamento do si, identificando os
valores relevantes e os perniciosos. sem conflito, sem escamoteamento,
trabalhando aqueles que são perturbadores, de modo a não facultar ao ego
doentio o apoio psicológico neles, para esconder-se sob o ressentimento na
justificativa de buscar ajuda para a autocompaixão.
O processo de evolução é incessante,
e as mudanças, as transformações fazem-se contínuas, impulsionando à
conquista dos recursos adormecidos no imo, o Deus interno que jaz em todos os seres.
A liberação do ressentimento deve
ser realizada através da racionalização, sem transferências nem compensações egóicas.
À medida que a experiência fixa
aprendizados, esse terrível gigante da
alma se apequena e se dilui, desaparece, a partir do momento em que
deixa de receber os alimentos de manutenção pela idéia fixa e mediante o
desejo de revidar, de sofrer, de ser vítima...
O SER CONSCIENTE - Divaldo Pereira
Franco/Joanna de Ângelis
2 comentários:
O ressentimento,a mágoa,o ódio são como o "CÂNCER" do coração.
Já foi provado que esses sentimentos podem gerar doenças terríveis no corpo e espírito.
Bjs ,ótimo fim de semana em Paz Profunda
Donetzka
Olá, querida Denise
O ressentimento nos causa grande estrago na alma...
To voltando das férias...
Bjs fraternos de paz e alegria
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