Os destrutivos gigantes
da alma, que exteriorizam os tormentos e a imaturidade do ego, de alguma
forma refletem um fenômeno psicológico, às vezes de procedência inconsciente,
noutras ocasiões habilmente estabelecido, que é a necessidade da sua
valorização.
Quando escasseiam os estímulos para
esse cometimento do eu, sem crescimento interior, que não recebe compensação
externa mediante o reconhecimento nem a projeção da imagem, o ego sobressai e
fixa-se em mecanismos perturbadores a fim, de lograr atenção,
desembaraçando-se, dessa forma, do conflito de inferioridade, da sensação de
incompletude.
Tivesse maturidade psicológica e
recorreria a outros construtores gigantes
da alma, como o amor, o esforço pessoal, a conscientização, a
solidariedade, a filantropia, desenvolvendo as possibilidades de enriquecimento
interior capazes de plenificação.
Acostumado às respostas imediatas, o
ego infantil deseja os jogos do prazer a qualquer preço, mesmo sabendo que
logo terminam deixando frustração, amargura e novos anelos para fruir outros. A
fim de consegui-lo e por não saber dirigir as aspirações, asfixia-se nos
conflitos perturbadores e atira-se ao desespero. Quando assim não ocorre,
volta-se para o mundo interior e reprime os sentimentos, fechando-se no
estreito quadro de depressão.
Renitente, faculta que ressumam as
tendências do prazer, mascaradas de auto-aflição, de autoflagelação, de
autodepreciação.
Entre muitos religiosos em clima de
insatisfação pessoal, essa necessidade de valorização reaparece em estruturas
de aparente humildade, de dissimulação, de piedade, de proteção ao próximo,
estando desprotegidos de si mesmos...
A humildade é uma conquista da
consciência que se expressa em forma de alegria, de plenitude. Quando se
manifesta com sofrimento, desprezo por si mesmo, violenta desconsideração pela
própria vida, exibe o lado oculto da vaidade, da violência reprimida e chama a
atenção para aquilo que, legitimamente, deve passar despercebido.
A humildade é uma atitude interior
perante a vida; jamais uma indumentária exterior que desperta a atenção, que
forja comentários, que compensa a fragilidade do ego.
O caminho para a conscientização, de
vigilância natural, sem tensão, fundamentando-se na intenção libertadora, é
palmilhado com naturalidade e cuidado.
Jesus, na condição de excepcional
Psicoterapeuta, recomendava a vigilância antes da oração, como forma de auto-encontro,
para depois ensejar-se a entrega a Deus sem preocupação outra alguma.
(continua)
O SER CONSCIENTE - Divaldo Pereira Franco/Joanna de
Ângelis
Um comentário:
Olá, querida amiga Denise
Jesus, o maior psicólogo que já existiu nos deixa galgar degraus num processo de estabilidade e crescimento (ascese)... É pura Misericórdia!!!
Bjm de paz e bem
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