Naquela
noite, dois jovens se casariam.
O casamento
seria celebrado à noite, como era costume no tempo de Jesus.
Havia
primeiro a cerimônia religiosa, na casa da noiva. Depois, então, a festa do
casamento, na residência do noivo.
Os
convidados saiam da casa da noiva formando uma procissão. Todos carregavam
lâmpadas de azeite ou tochas acesas, porque as ruas eram escuras. Naqueles
tempos, não havia iluminação a gás nem luz elétrica. A procissão, começando da
casa da noiva, se dirigia para a casa do noivo.
Algumas
pessoas convidadas, que não puderam assistir ao ato religioso, esperavam, em
frente às suas casas, a passagem do cortejo, a fim de se dirigirem à
residência do noivo para as festas do casamento.
As
cerimônias religiosas demoraram, porém, bastante tempo na residência da noiva.
Dez moças
que não puderam ir lá, estavam esperando a passagem do cortejo, quando o
noivo, a noiva e os convidados viessem para a casa do primeiro.
Dessas dez
moças, cinco eram tolas e desajuizadas. As outras cinco eram prudentes.
Todas sabiam
que não era permitido tomar parte na procissão sem suas lâmpadas ou tochas.
As tolas,
porque não tinham cuidado, levavam as lâmpadas com pouco azeite, mas, as
prudentes levavam as lâmpadas e também umas pequenas vasilhas com azeite.
O noivo
estava tardando...
— Por que
estará demorando tanto, a cerimônia religiosa? — perguntavam as moças, uma às
outras.
Sentadas, vencidas pelo cansaço, todas elas adormeceram.
Já era meia-noite, quando alguém, que vinha à frente da procissão, gritou:
“Eis o noivo! Venham os convidados ao seu encontro!”
As dez moças, então, se levantaram depressa e prepararam as suas lâmpadas,
acendendo-as.
As cinco moças desajuizadas disseram, nesse momento, às outras cinco:
— Dai-nos do vosso azeite, porque as nossas lâmpadas estão se apagando...
Elas têm pouco azeite...
As prudentes, porém, responderam, com delicadeza:
— Infelizmente, amigas, não é possível, porque o azeite que temos não chega
para nós e para vós. Ide ao vendedor e comprai-o para vos...
As cinco moças imprevidentes foram fazer a compra, buscando o vendedor
naquela hora tardia da noite. E por isso, demoraram bastante...
A procissão passou, as cinco moças prudentes entraram no cortejo e todos
chegaram à casa do noivo. Imediatamente foi fechada a porta, como era costume.
Mais tarde, as cinco moças sem juízo chegaram. A porta já estava fechada.
— Que faremos? — perguntavam elas entre si.
— Batamos à porta — disse uma.
Bateram, gritando:
— Senhor, senhor, abre a porta para nós!
O noivo, porém, da janela do sobrado, disse para as moças que estavam na
rua:
— Agora não é mais possível... Não vos conheço!
E elas não puderam entrar. Se tivessem sido cuidadosas, estariam na festa
juntamente com todos os convidados...
(Mateus, capítulo 25º,
versículos 1 a
13)
*
Esta parábola é um convite do nosso
Divino Mestre para que sejamos vigilantes,
isto é, cuidadosos.
Devemos estar sempre prontos para o cumprimento do nosso
dever. Devemos estar sempre prontos para
responder à chamada de Jesus para qualquer serviço, pequenino que seja, na
Seara do Evangelho. Devemos estar sempre prontos para a hora desconhecida em que Ele nos chamar desta
vida presente para a vida espiritual.
Isso é que significa vigilância. Cuidemos, pois, de nossas
almas com muito zelo. Sejamos como as moças prudentes da parábola, que traziam
suas lâmpadas e mais as vasilhas de azeite. Devemos trazer nossas almas como
lâmpadas sempre acesas, alimentadas com o azeite da Palavra Divina.
O azeite, na parábola, não pôde ser
emprestado. Assim sendo, cada um de nós deve cuidar de conseguir o próprio
azeite para sua lâmpada, isto é, cada um deve cuidar de aperfeiçoar e iluminar
seu próprio coração, pois, não podemos chegar a Jesus pelos merecimentos dos
outros. É a “lei de esforço próprio” de
que tem falado, muitas vezes, nosso grande Benfeitor Espiritual Emmanuel.
Atenção para outro ensinamento:
Devemos cuidar da iluminação de nossa alma enquanto é tempo. Não procedamos como as virgens sem juizo, que
deixaram a compra do azeite para última hora. Por não serem cuidadosas,
perderam o direito de entrada às festas do casamento. Se não cuidarmos também, com antecedência, do aperfeiçoamento
de nosso Espírito, não teremos ingresso às Moradas Luminosas de paz, de
felicidade e de cooperação com Deus.
Do livro: HISTÓRIAS QUE JESUS CONTOU
CLÓVIS TAVARES
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