Encontramos na questão 988 de O Livro dos Espíritos
uma pergunta feita pelo Codificador que evidencia esta visão coletiva desde
aquela época, ou seja, a visão de que a vida dos outros é melhor e mais fácil:
- Há pessoas para as quais a vida se escoa numa calma
perfeita; que, não tendo necessidade de nada fazer para si mesmas, estão
isentas de cuidados. Essa existência feliz é uma prova de que elas nada têm a
expiar de uma existência anterior?
A resposta obedece a mesma clareza sempre atualizada
dos espíritos.
- Conhece-as bem? Se o crê, enganas-te.
Frequentemente, a calma não é senão aparente. Podem ter escolhido nesta
existência, mas, quando a deixam, percebem que ela não lhes serviu ao progresso
e, então, como o preguiçoso, lamentam o tempo perdido. Sabei bem que o espírito
não pode adquirir conhecimentos e se elevar senão pela atividade; se adormece
na negligencia não avança.
Ele é semelhante àquele que tem necessidade de
trabalhar e que vai passear ou deitar com a intenção de nada fazer. Sabei,
também, que cada um terá que prestar contas da inutilidade voluntária de sua
existência; essa inutilidade é sempre fatal à felicidade futura. A soma da
felicidade futura está em razão da soma do bem que se fez; a da infelicidade
está na razão do mal e dos infelizes que se tenha feito.
Parece até que a vida é como ir a um restaurante self
service com um amigo. Pegamos nosso prato, vamos nos servimos e sentamos.
Quando nosso amigo vem com o prato dele, percebemos que era aquilo que ele
pegou que queríamos comer.
Trocar de vida é sempre uma ilusão pois somos o que
somos, independente da posição no cenário da vida. E, para nossa terapia, um
passo importante é aprendermos a gostar de ser nós mesmos, com nossos defeitos
e qualidades. Cultivarmos carinho pelo trabalho que estamos realizando em nossa
própria vida, esculpindo nosso próprio crescimento moral.
Viver não é nem fácil e nem difícil, apenas exige
cuidados, afinal, toda facilidade é filha da ilusão e se queremos verdadeiramente
nos colocar na condição de criaturas felizes, temos que ter a coragem de ousar
vencer nossos sentimentos menores em favor de uma postura positivada.
O bom mesmo é fazermos as pazes com a própria vida,
falarmos bem de nós e dar-nos sempre a condição de tentar mais uma vez, diante
dos nossos insucessos.
(continua)
Do livro: Terapia
Antiqueixa – Roosevelt Andolphato Tiago
imagem: www.comofazer.com.br
2 comentários:
Boa tarde amiga Denise lido texto
maravilhoso parabens pela postagem linda passei para dizer feliz dia
internacional da mulher um grande abraço bjs marlene
Trocar de condições de vida com alguém não me passava pela cabeça, apenas com os super heróis dos quadrinhos. Sempre lembrando, porém, que eles eram ficção.
A vida real exige nosso esforço, e por isso é gratificante.
Beijos.
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