Necessitar de amor, desejar consideração ou procurar
segurança são desejos naturais e válidos. Uma certa quantidade de dependência
emocional está presente em muitos relacionamentos, incluindo os saudáveis;
efetivamente, juntos ou sozinhos, estamos sempre caminhando pelas estradas da
evolução.
Para avançarmos pela vida de forma harmônica com as
pessoas, devemos desenvolver a auto-estima, a capacidade de admitir erros, a
responsabilidade de assumir nossos atos e, acima de tudo, a aceitação
incondicional dos outros.
A insegurança faz de nossos relacionamentos íntimos
um misto de irreflexão e precipitação, levando-nos a um excesso de confiança e,
ao mesmo tempo, fazendo-nos perder o senso de nossas fronteiras individuais.
Quase sempre, fazemos um verdadeiro emaranhado de nossos objetivos, desejos e
conflitos com os de outras criaturas – pais, filhos, irmãos, amigos, cônjuges.
Quando essas nossas afeições mudam, seja porque estabeleceram uma outra ligação
íntima, seja porque, simplesmente, elegeram para si novos rumos existenciais,
ficamos fatalmente desestabilizados e desesperados.
Carências ilimitadas nascem da insegurança, sufocando
e afastando relacionamentos salutares. Muitas vezes, chegamos ao extremo de
abdicar de nossos objetivos e vocações mais íntimas, colocando-nos em situações
vexatórias, por termos deixado que nossa porção fragilizada falasse mais alto.
Inicialmente, fazemos um esforço hercúleo para nos
entregar nas mãos da pessoa eleita. Com o passar do tempo, vamos ficando
incomodados e desestimulado com esse relacionamento, até que, finalmente,
chegamos ao ápice do desgaste, ficando raivosos e ressentidos com a pessoa de
quem dependemos. Isso é compreensível, porque não há ninguém que goste,
conscientemente, de ceder seu poder pessoal ou de renunciar a seus direitos de
liberdade a quem quer que seja.
A intensa motivação que invade os indivíduos para
serem amados e queridos a qualquer preço nasce das dúvidas íntimas sobre si
mesmos, pois são pessoas que, raramente, podem se realizar na vida sem se
pendurar no que chamam de grande amor.
A insegurança transborda de tal modo que transforma a
natural necessidade de amar em uma necessidade patológica de satisfação,
somente alcançada através da possessividade do amor.
Do livro: As Dores da
Alma – Francisco do Espírito Santo Neto/Hammed
imagem: www.imobex.com.br
2 comentários:
Olá, querida Denise
A insegurança já me detonou mas, hoje em dia, sou mais serena... vivo o presente sem me exasperar com o futuro...
Bjm fraterno de paz e bem
Obviamente, caminhar evoluindo é muito mais fácil
quando estamos acompanhados.
Assim, precisamos aparar nossas arestas,
para que os irmãos que nos ladeiam não sofram
com nossas imperfeições.
Beijos.
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